sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Hay gobierno? Soy contra.

Não sei se Freud explicaria, mas gostava que alguém o fizesse, que caneco de mania de grandezas é esta de se achar que para governar este piqueno e rústico retalho de chita, este ledo e nem por isso florido quintalinho, é preciso tanto ministro, e tanto secretário de Estado. Caneco, pá, um gajo ainda não tem idade para ter um piquinho de alzheimer e já não consegue recordar tanto cargo.

Lá a ver: há assim tanta produção agrícola, tanta cana de pesca e traineira, que seja preciso um ministro para cada um? E, já agora, onde fica a criação de galinhas, hein? E a suinicultura? Ninguém pensa nos bacorinhos? Acho mal. Mandasse eu e num só ministério agrupava-se a agropecuária, mar e pescas, e ambiente. Yup. Porque no ambiente cabe a cena das florestas e coiso, pelo que é mais o que os liga que o que os afasta. E depois, para compor o ramalhete, três secretários de estado, um para cada pasta, e já gozas. Ah, é muita coisa? Trabalhem, ora, que é para isso que vos pagam, tendes staff que nunca mais acaba, máquinas de café e até secretárias que podem ligar para a telepiza. A gente aqui nas trincheiras não tem nada disso, beberetes nem vê-los, e lá se vai dando conta do recado. A ver se aprendeis o que é fazer o trabalho de dois.

Outra: Ministério da Educação, Ciência, e Cultura. Sim, tudo em um. A menos que a função dos ministros seja andar em festarolas e inaugurações, um dá conta do recado, e depois é aviar o resto em secretários de estado (da educação, da ciência e ensino superior, da cultura) e respectivo staff. Feito, adjudicado, não me forniquem.

Também não entendo a cena de autonomizar um ministério do planeamento e infraestruturas. Sério? A sério? Isso, mais a coisa da tecnologia, não devia estar no ministério da economia? Não diz tudo respeito ao desenvolvimento/investimento e lá-lá-lá? Isso.

E pronto. Ah, mas tu não eras toda iu-huuu, governo de esquerda? Pois sou, mas não hipotequei a capacidade de pensar, nos entretantos. Eu sei que o pessoal das direitas, habituado a dizer amén a medidas como rezar por chuva e similares, não encaixou ainda, mas é isto, a democracia. Discordar, debater, e ainda assim arranjar um compromisso. O facto de eu achar que dividir em tanto ministério o governo deste triste baldio estéril e salobro é um bocado incompetente, não me impede de, ainda assim, conceder o devido período de estado de graça. Mas vou refilando, ai isso vou. Má sorte ser esganiçada.

23 comentários:

  1. Olha, eu perdi-me logo quando por lá vi certos nomes que me deram azia. Mas pronto, isso sou eu que tenho um mau feitio dos diabos.

    E estou aqui a fazer figas para que isto corra bem e que consigamos não cair em extremismos depois (coisa que vai acontecer se este governo corre mal).


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    1. Quais, quais? Lá em casa reconhecemos dois eternos cock suckers (um a cada um, e ambos dos nossos cursos de direito, esse forninho cuspidor de especialistas em fellatio político. o que eu reconheci nunca teve um trabalho que não fosse de nomeação política, sempre a reboque do costa. é daquelas pessoas que consegue passar uma imagem de competência e idoneidade, e a quem cai bem um fatinho. graçádeuz já chegou a secretário de estado. foi paga de ter avançado para oeiras para perder, coitaducho.)

      Façamos figas, façamos. Isto sou eu, mas sossega-me ter dois fiscais de linha da tal "esquerda radical". A malta do ps à rédea solta às vezes dá asneira.

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    2. Pronto, estamos em sintonia creio. Perestrelo...why? Why senhores??

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    3. Olha outra para o clube dos não fãs do Marquinhos. Jasus, aquilo serve para quê? Também, está bem onde está, a fazer fretes e a dar ouvidos a militares. Ia dizer lamber tomates, mas pronto.

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  2. Concordo, até porque julgo que essas divisões são a origem de muitos problemas por falta de comunicação. Cada um tem o seu quintalinho e tu mandas no teu e eu no meu, mas às vezes os quintais sobrepõem-se e cada um puxa para seu lado e uma coisa muito simples torna-se muito complicada. Se fosse para trabalhar e não para ter tacho não havia tantos cargos e merdinhas e frufrus.

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    1. Num país deste tamanho, e com a riqueza que este tem, não se justifica. Só baralha, retalha, confunde. Não entendo, tanto corte e divisão torna as coisas quase ingovernáveis.

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  3. eu discordo em relação ao da educação e do ensino superior. o ensino superior está ligado à investigação científica, a projectos europeus e muitas faculdades têm receitas próprias e necessidades diferentes do que o ensino até aí.

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    1. Sim, é verdade que há uma diferença substancial entre o ensino até ao 12º ano e universitário. Mas será mesmo necessário dois ministérios? Caramba, o universo a "governar" é assim tão extenso e complexo que não se faça com um coordenador (ministro) e dois SE em exclusivo para cada área?

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    2. Se é mesmo necessário não te sei dizer, sei que no caso do Crato funcionou muito mal, e no caso do Mariano Gago muito bem. Mas o Crato foi um péssimo ministro, talvez a coisa funcionasse com uma pessoa que conseguisse ir à baliza e ser ponta de lança digamos assim.

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    3. Eu acho que devia ser dada mtaaaaa atenção ao ministério da educação. E até digo mais, é talvez o ministério para o qual eu mais acho q era necessário fazer com que as políticas vigorassem mais anos. Isto de andar a alterar as coisas neste ministério a cada 4 anos, não nos anda a levar a lado nenhum (estamos a falar do futuro do país, a próxima geração). Mas pronto, isto são devaneios meus bem sei.

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    4. A educação merece um ministério próprio, nem discuto. É daquelas áreas - como a segurança social, saúde, justiça, administração interna - em que estão em causa os pilares do Estado social. Mas caneco. Eu sou uma esquerda atípica, confesso, porque sou daquelas que acha que deve haver menos governo onde o governo não deve mexer, mas apenas regular, actuar como árbitro. Dai que ache que ensino superior e ciência mereciam apenas uma secretaria. E vou mais longe: a defesa, coise. A cultura, bom, para quê uma estrutura ministerial dedicada?

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    5. Como profissional do ramo, penso que Educação e Ciência juntas não dão bom resultado. Basta ver o que aconteceu com este Governo, no qual o Secretário de Estado parecia agir sozinho ou, então, com paupérrima orientação. E sinceramente, o Mariano Gago, no que tange ao Ensino Superior, deixou muito a desejar, mas sempre era melhor do que este que lá estava, que não acertou nem uma.

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    6. Sãozinha, nesta área do ensino sou mais flexível que, por exemplo, na agricultura e pescas. O ensino (de qualidade) é um "osso" importante do "esqueleto" do Estado democrático e social. E fundamental para o desenvolvimento da sociedade. Mas pergunto-me se separar áreas, em vez de as ter sob um mesmo coordenador/ministro, será produtivo. Como não sou docente não terei a visão mais correcta, pois...

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  4. vê-se mesmo que tens poucos amigos, sabes lá a trabalheira que dá sentar esta gente toda à mesa à roda do tacho.

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    1. Sim, há muita gente com apetite e que é preciso alimentar :/

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  5. Ora essa é uma grande verdade. Posso ser de esquerda mas isso n quer dizer q vá dizer amen a tudo o q eles façam.

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    1. Me, no dia em disser amém a tudo enterrem-me, que estou morta. O Estado tem pilares essenciais, onde deve reinar e ser regulador; noutros, é apenas regulador, e nesses não se justifica uma intervenção dirigista, mas de árbitro. Tanto ministério é tralha a mais.

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  6. Ora nem mais, a SJ percebe disto... Os outros também não tinham 2 PMs?

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    1. Pois, Aenima, mas continuo a não entender. E chateia-me esta continua paga de favores.

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    2. E' uma total vergonha. Eu percebo porque e' que ha tantos, mas chateia ter que encher os bolsos de todos para haver "uniao". Tenho muita vergonha da classe politica portuguesa. Conheco um dos novos ministros bem, e sei que e' um profissional excelente, mas gosta do gabanco, de ser importante, aquela coisa. Este puxar de lustro da-me cabo da alma. Tenho colegas que foram para a politica, estao nas financas, nas aguas, numa serie de cargos publicos... eram os mais fraquinhos do curso, mas lamber botas paga. Vergonha mesmo. Aqui noto mais seriedade. Costumo avisar que, em Portugal, quando o pessoal nao se safa pelo merito proprio no Mercado de trabalho, vai para a politica, portanto que tenham cuidado ao ler CVs vindos de alguns paises estrangeiros que gabam esse tipo de ligacao.

      Acho que aqui nem ha ministros de nada... so o primeiro... os outros sao todos secretarios de estado para a defesa, saude, etc etc... Sao 20 acho. Nao ha ministerios tambem - so "departamentos" (pera... acho que ha um ministerio para a justica). E funcionam em sistema matricial - por exemplo, eu trabalho numa instituicao que faz parte do department of education (meu contrato e' com ela) mas sou 100% financiada pelo department of health. E' giro, funciona, mas e' uma confusao desgracada.

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    3. Money (power) makes the world go round...
      Tb continuo a acreditar q um dia será diferente (mas sei q na realidade esse dia nunca chegará )

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    4. AEnima, uma estrutura ministerial tão pesada acaba por criar mais burocracia, mais peso e lentidão. Não conheço o sistema britânico, se calhar também não será o melhor, mas por cá ... enfim. E isso dos "bons" teóricos que nunca fizeram outra coisa que não fosse "carreira" política, toda a razão. A verdade é que enchem os cv, mas não sabem pregar um prego ;)

      Me, não será no nosso tempo, decerto :(

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