sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

[não querendo agoirar]

 2020, 2021 e 2022 é para esquecer, vamos lá ver o que aí vem.

(não me lembro de ter partido nenhum espelho, pode ser que tenha sorte :P)

domingo, 4 de dezembro de 2022

It's my [pity] party, and I cry if I want to

Sucede que há cinco meses (e uns dias) que ganhei uma empatia muito especial, feita de conhecimento próprio, a quem sofre de dor crónica. Oi, lamento muito. Espero que tenham uma solução. 

Parece que eu tenho, pelo que consenti (deliberada, livre e conscientemente), que me espetem uma faca nas costas, escarafunchem, e cortem o que está a mais / mal. A coisa vai dar-se ali pelos princípios de Janeiro, que é para ver se metade de 2023 não seja passado como metade de 2022. A decisão não foi fácil, derivado de caguinchice. E excesso de optimismo, porque houve ali um período, durou cerca de uma semana, dez dias, em que parecia mesmo, mesmo que a fisio estava a resultar e ia ficar como nova. Até que segunda crise.

Resumidamente, se alguma vez alguém vos desejar uma valente dor ciática, saibam que têm ali inimigo a valer. Podia ter sido só uma crise, aquelas dores lancinantes (não estou a exagerar, juro, nunca tinha chorado - copiosamente, a ponto de ter vergonha - de dor, em 51 anos) passarem com medicação e pronto, volta-se à vidinha, mas não. Em 15 dias (e depois de uma passagem de 13 horas pelas urgências, e ninguém me diga mal do SNS, por favor, que parto para a violência), com um diagnóstico feito e a medicação adequada, passei do lancinante do tipo nem consigo andar / deitar / sentar, para o dói quase-sempre, mas já se anda, meio coxinha, mas anda; e finalmente para o olha, agora não dói e duas horas depois lá está outra vez o corpinho, malcriadamente, a dizer que existe. Uma perna a ficar intermitentemente dormente. Uma anca a só suportar 5 horas de sono. Uma sensação de cãibra constante nos gémeos. O choque tipo alta voltagem na coxa. Às vezes tudo ao mesmo tempo, outras alternadamente. Seguidinho foram os dois meses em que não sentia completamente o pé direito, só andava de ténis ou com as (únicas...) sandálias rasas com sola e revestimento quase ortopédico, porque tinha medo constante de cair. Princípio de Setembro, e um dia já sinto o pé todo. Todo! Se não o visse todos os dias, alturas houve em que parecia que se tinha sumido. E finalmente, ali estava. Mas continuei de salto raso, porque o resto, pois. 

Juro que não quero ser aquele tipo de pessoa que parte uma unha e se vai queixar, de lágrimas nos óios, à pessoa com a perna engessada. Sobre isso, um dia ainda conto aqui uma boa. Mas eu cá sou a dona aqui do tasco, que é um tasco virtual, e sei lá se há quem esteja pior. Assumo que sim, há sempre alguém pior que nós. Ou melhor, e a esses os meus sinceros votos de que se mantenha e ainda melhore. E que nunca vos calhe uma hérnia discal tombar em cima do nervo ciático. Pela minha rica saudinha.

(estou tão acagaçadinha, credo, sou a miss medricas da década, mas a parte do fartinha de sofrer e ter uma qualidade de vida muito diminuída em relação ao que tinha ganhou. acho que tomei a decisão mais racional. mas estou acagaçadinha.)