segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Alistem-se, diziam eles

Ando aqui a magicar como é que vou conseguir enfiar, nesta semana, mais um dia de trabalho útil, para além do resto dos dias e horas de (muito) trabalho útil já prestados, e que têm sido muito úteis no sentido de apresentar trabalho, mas não úteis o suficiente, considerando ainda que tenho precisado mesmo, e muito, dos dias inúteis, designadamente para a) dormir; b) cenas; c) tentar curar, em regime intensivo, a bruta constipação que me caiu em cima - sem efeito útil, diga-se.

Em cima disso, e porque já não me falta sarna para me coçar, avizinham-se obras, com inerentes quinze dias de desterro e uma logística complicadíssima em termos de acompanhamento felino / acompanhamento de obra / o tal do trabalho, ou lá o que é, que não cabe nos dias e horas úteis de que disponho (e estico) actualmente, quanto mais.

Nos entretantos, porque nada ajuda mais à boa disposição já reinante que uma fantástica obsessão, ando loucamente encasquetada na missão de descobrir qual a graça de determinada espécie de ave que, na mesma semana, me apareceu perto do trabalho, e um outro exemplar (presumo) igualinho que ouvi e consegui ver nas minhas traseiras.
Maneiras que nas minhas voltas de sábado, e antes de uma visita de estudo à almedina, me enfiei na bertrand e trouxe de lá isto:


Ainda não descobri que raios se chama o p'ssareco.
Estou naturalmente abalada dos nervos.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Ól iu nide

[e agora, fotos de gatos fofinhos, que é para isso que se inventou a internet]





[que para gente doida, odienta, a espumar da boca com tanta razão que tem, já tenho muito com que me entreter, e ao menos pagam-me]

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Enjoy the Silence

Manifestação silenciosa? Pois claro que vou, é daqui a dois anos, mais coisa menos coisa, chama-se "eleições".

[tenham paciência, que eu não engulo patranhas nem à esquerda nem à direita. já engoli muitas, mas também fiz os meus mea culpa - é mais do que muitos se podem gabar. já agora, se é para manifestar, há que vocalizar, faz parte do étimo. se levam velas, ficam todos plantados no mesmo sítio, e é em silêncio, chama-se "vigília". totalmente diferente, tanto em significado como em finalidade.]

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

[eu não tenho palavras]

Não sou ministra de porra nenhuma - nem quero ser - mas fosse, e tinha-me demitido no rescaldo de Pedrógão. Durante, não; vagar a cadeira a meio de uma catástrofe criaria um vazio de poder executivo na área em que era essencial que não o houvesse. Mas depois, e ainda antes do primeiro funeral, tau, não falhava. Fiquei genuinamente surpreendida quando a demissão não aconteceu, e não gostei. Não que ache que a ministra tenha alguma responsabilidade directa ou indirecta nos fogos, ou tragédia que sobreveio, mas canudo, é ministra, tem responsabilidade política sobre como se reagiu e geriu a situação. Mesmo que não haja culpa em sentido estrito ou formal, há culpa em sentido político, que é como quem diz, face a um resultado catastrófico, alguém tem de assumir responsabilidade. E quem assume a responsabilidade é, deve ser, sempre, o chefe máximo da tasca.
E depois acontece outra vez. Que sim senhora, pode não ter domínio sobre a ocorrência dos fogos, o clima tem estado impossível, a maioria dos bombeiros - voluntários - já está a trabalhar, este problema não é de hoje ou de há dois, cinco, dez anos, mas domina e/ou tem obrigação de dominar a gestão dos meios, a reacção. Morreu gente, porra. Outra vez. Uma vida perdida já era demais, e aquelas pessoas, as que morreram, ficaram feridas, perderam bens, se viram em situações impossíveis, sós, somos nós. O Estado falhou-lhes. Falhou-nos. O Estado deve-lhes, deve-nos, ainda que tarde, uma reacção, uma assunção de responsabilidade, ainda que esta tenha um efeito meramente paliativo ou simbólico.
Estou à espera. O meu futuro voto vai depender disso, e eu tenho uma memória que, ó.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

[ ]

[uma pessoa anda a apurar há dias e dias e dias numa panela de pressão. uma pessoa cria uma certa apetência por actividades completamente fúteis e de descompressão, que poderão passar por uns gastos indulgentes em produtos de consumo destinados ao alindamento exterior e elevação da auto-estima da dita pessoa. uma pessoa, na sua já tardia hora de almoço, decide aproveitar para bater perna numa grande superfície comercial. a pessoa desilude-se. a pessoa acha que está tudo maluco. a pessoa conclui que os queridos comerciantes confundiram a anunciada retoma com total rebaldaria. a pessoa decide arranjar antes um hobby daqueles a sério, de preferência grátes. pode ser que a pessoa se esqueça, entretanto, dos sapatos castanhos e calças cinza que até lhe faziam falta.]