sexta-feira, 3 de maio de 2019

You will never find a more wretched hive of scum and villany





A espécie humana, aquela que caminha a passos largos para a própria extinção, e por mérito próprio, atenção, que nenhuma outra é dotada da necessária racionalidade que lhe permita planear e executar tão metódica e eficazmente a destruição do seu habitat, a espécie humana, dizia eu, da qual nem tenho um rol infinito de queixas porque a) ou sou uma anjinha; b) ou ando muito distraída; c) ou tenho tido uma boa quota de sorte; d) não me dou muito (introverts unite, each in its own home), tem dias em que (me) consegue provar que de facto a misantropia não é uma escolha, uma característica dos excêntricos ou falha de carácter, mas sim uma absoluta necessidade. A espécie humana, e sim, sei que estou a generalizar, que corro o risco de ser injusta, que se calhar isto se deve às actuais (e miseráveis) circunstâncias, essas que há dois anos não sentia na pele porque, lá está, e estou mesmo convencida disso, tive muita sorte com as pessoas que me calharam (e até sabia), por tudo o apontado e mais umas coisas, de facto não merece melhor destino que o que vem traçando, incapaz que é de, nas mais pequenas coisas, ser solidária, empática, colaborante ou até, vá, é pedir muito, ter um mínimo sentido de dever e de comunidade, a espécie humana, dizia, neste momento não me merece qualquer consideração ou simpatia, excepção feita a dois seres que in extremis, mesmo contra os próprios interesses e sem obrigação disso me salvaram o couro, e o que se me oferece dizer sobre a espécie humana em geral, e gente que me calhou desde que tive a estúpida ideia de me mudar de onde até estava bem para onde agora estou, é que estimo que se foda.

10 comentários:

  1. Não podes pedir transferência:(?

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    1. Filipa, se me perguntasses na sexta ou no sábado, eu responderia que siiiim, simmm, tenho de sair daqui. Entretanto respirei fundo, pensei bem nas minhas hipóteses, e acho que vou gramar mais um bocado, pensar que a vida não me deve nada, e aguentar. Logo se vê. ;)

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    2. Podws fazer isso enquanto sondas outras possibilidades :D.

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    3. Sim, sempre de olho noutras soluções (juro que se soubesse no que me ia meter tinha ficado sugadita onde estava, mas uma pessoa mete na cabeça aquilo de evoluir e tal, e depois mete-se em cada assado...)

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  2. Então mulher, que maldades te fizeram, credo?

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    1. a.i., ó pá, eu estava mal habituada, trabalhava com pessoas normais (quase todas, vá), desprovidas de "a p. da mania", mas agora parece que estou a lidar com Gente Muito Importante, que pensa com o umbigo e os outros que se amanhem.
      É fazer como os pinguins do Madagáscar: smile and wave ;)

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  3. Serao ressabiados que alugavam o quarto de arrumos no Airbnb e puseram macumba no teu trabalho?

    (Sei tão bem o que é passar por inferno no trabalho... andei 2 anos assim num grupo muito errado para mim. O pior é que mesmo depois de mudar fica-se com a reputação de pessoa difícil etc... queres opinião não solicitada? Muda o quanto antes. Já viste que essa gente não é para ti, quanto mais tempo ficares maior é a azia, pontes queimadas, reputação alastrada, etc. É mudar enquanto ainda se acha que há hipótese de salvar o casamento!!) (Sim, que a gente casa-se com o trabalho mais depressa que com o moço)

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    1. AEnima, aqui o inferno é relativo, visto que não tenho de trabalhar em equipa com as referidas pessoas, mas como estamos todos no mesmo "barco", achava eu que existiria uma prática e vá, um espírito de colaboração e cooperação. Principalmente quando surge uma situação inusitada que me vai onerar especialmente, e a tal colaboração seria muito bem-vinda, agradecida efusivamente, e até foi solicitada. Mas tudo bem, eu sou daquelas que peço de pouco para nada, mas se me voltam as costas fica anotado para futura referência ;)
      E isto não me vai queimar, que não armo briga nem intriga, não ando a falar pelos cantos, não preciso de quem não quer estar, e sigo contente, cantando e rindo :D
      Mas que tenho muitas saudades do meu anterior ambiente, onde se contavam pelos dedos de uma mão, e sobravam, as cabrices, isso tenho.

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    2. Menos mal entao. Nao e' que no meu emprego haja briga, intriga, nao, nada
      nada disso. Os ingleses sao incapazes de abrir a boca 'a tua frente, ou de te confrontar com o que quer que seja, mas pelas costas, no anonimato, geeez... vicious. Vicious! Mesmo quando nem e' nada com eles.

      Se tens uma certa mobilidade no emprego... vai em frente rapariga, que para tras nao ha futuro!

      Beijinhos e espero que as coisas estejam melhores agora.

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    3. Aqui o hábito também é de falar pelas costas. Odeio isso: se há alguma coisa a esclarecer, fala-se, caramba. Aliás, sempre agi assim, e nunca tive problemas. Pelo contrário, havia muita coisa que se resolvia mais depressa e melhor por as pessoas falarem: cada um expunha a sua perspectiva, alinhava-se a coisa, e pronto. Agora pelas costas e com má língua, credo, não gosto, não alinho, vou passar ao lado.

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