quarta-feira, 15 de maio de 2019

Portanto, resumindo

Carros estacionados em cima de passadeiras, deixa 'tar;
Passadeiras quase apagadas, num faz mal;
Passadeiras em locais mal iluminados, paciência;
Pessoal a circular a mais de 50 k/h em localidades, e perto de locais onde se prevê atravessamento de peões pelas, tcharaaaaam, passadeiras que lá existem, que s'a lixe;
Haver gente encartada que desconhece aquela regra de que em mudando de direcção, mesmo à direita, têm de dar prioridade ao peão, cagámos;
Existirem alminhas que acham que estando verde para popó o sinal intermitente amarelo com um peão desenhado é para eles terem cuidado a atravessar, s'a foda.

Agora pintar cores entre as riscas brancas da passadeira???? Nem pensar, que seria!!! E não, não é homofobia básica e enrustida, é mesmo ralação com segurança rodoviária e direitos dos peões e assim.
Sniff. Passem-me um lencinho, que sinto uma lágrima a aproximar-se.
[camiões, camiões de piretes para esta gente]

8 comentários:

  1. Bem, a tua lista é maior que a minha (o meu mantra ontem e hoje tem sido: o problema é que estas passadeiras efectvamente se conseguem ver) mas susbcrevo-a.

    Ontem tive uma mini (não convinha permitir que se transformasse em mega) discussão à conta disso.
    Os argumentos eram os do costume: ah para quê? que mania têm de ter que ser notados? é nisto que gastam o dinheiro? quero lá saber o que fazem dentro de 4 paredes mas eu não tenho que ver.
    O que mais me entristece é que isto vem de pessoas que não são más pessoas e que acreditam verdeiramente não ter um pingo de homofobia, que tratam super bem os amigos homossexuais.
    Bem, é certo que são as mesmas para quem, nós feministas, somos umas exageradas e que "ai, para quê, é lá preciso isto tudo?".

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    1. Patrícia, esse argumento do "até os tolero e reconheço o direito a existirem desde que sejam invisíveis" é do mais cruel que há. Caraças, um casal hetero pode andar na rua de mão dada, braço dado, dar um beijo, um abraço, é esta a (também minha) normalidade. Porque é que um casal de orientação diferente deve agir de forma diferente, renunciar a ser quem é, publicamente, só para não ferir susceptibilidades? Mais faltava.
      Se com "fazerem-se notados" querem dizer "terem visibilidade", sim, é o que querem, têm direito a querer, e os demais têm mais é de aceitar e calar. Também há muita coisa que não gosto de ver, muito cabelo loiro mal pintado, e não ando a dizer a quem o tem que aquilo não pode ser, ponham lá um garruço.

      Isto das passadeiras é só um símbolo, mas é com pequenas coisas que se institui uma forma diferente de estar. Ser contra é um sinal de dificuldade em aceitar o que não é como nós, e mandá-los estar caladinhos. Não é simpático, para começar. Até podem ser muito boas pessoas, mas enquanto não se aperceberem que essa atitude é condescendente e cruel, pois.

      (os meus sobrinhos foram ensinados desde pequenitos que rapaz pode namorar com rapaz ou rapariga, e rapariga com rapariga ou rapaz, e não lhes faz confusão nenhuma. é o normal, para eles. eu não fui educada assim, tive de aprender a ser assim. é possível.)

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    2. Izzie, diria quem em 2019 já não devia ser preciso explicar que igualdade é igualdade, não é?
      à "não tenho que levar com isso" a minha resposta foi, "Tens. Tens que ver e achar normal"
      E ao "para quê?" respondi "olha, nem que seja para ensinar as gerações mais novas que é normal". Mas a verdade é que tantas crianças ainda são ensinadas de forma diferente.
      E sim, tens toda a razão: condescendente e cruel.

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    3. Sim, ainda há muito a fazer, tem-se evoluído bastante mas ainda não chega.

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  2. Esses palhaços são hipócritas. É cm aquelas bestas do pró-vida na Georgia e no Alabama. Aborto é crime, comprar metralhadoras é de boas.

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    1. Filipa, melher, tu cala-te que o que se está a passar na Georgia e no Alabama é um pesadelo, um terror.
      Havia um comediante (acho que o Carlin) que dizia que para o pessoal pro-life o feto tinha mais importância que uma criança: depois de nascida, amanhem-se. E esta era mesmo do Carlin: não são pro-life, são anti-women.

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  3. Eu não concordo com as passadeiras coloridas,e é mesmo porque vem uma besta e atropela alguém, depois vai ser o cabo dos trabalhos. Fora isso, concordo com as cores. Ideias esperam-se, podem ser passeios, postes, sei lá o quê.

    Quanto às frases acima, nos comentários, são das mais lixadas: basicamente é "eles façam o que quiserem desde que não seja à minha frente", ou seja este "eu" tem direitos inimagináveis. Mas há pior. Estes são os encapotados, os piores são os que não são encapotados, e agridem, verbalmente e até mesmo por vezes fisicamente. Vivemos num mundo estúpido.

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    1. Eu sei que esse foi o argumento formal, e também não me admirava nadinha que companhias de seguros não assumissem responsabilidade nesse caso. No entanto, se houver sinalização vertical de passadeira ou travessia de peões, esta sobrepõe-se à marcação no pavimento (artigo 7º do código da estrada), ou seja, havendo sinalização vertical a passadeira até pode estar apagada que "existe" para efeitos de responsabilização.

      E sim, é uma argumentação encapotada, e infelizmente há pior. Ainda há um longo caminho a percorrer (por que raios se agride ou insulta alguém na rua porque não "gostamos" da sua postura é coisa que me aflige muito, mas pronto)

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