segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Knowledge is knowing tomato is a fruit; wisdom is not putting it in a fruit salad

A questão não é serem pessoas como nós. O facto é que aquelas pessoas somos nós.





Bidonville portugais. Do google.

19 comentários:

  1. Este tipo de bocas era o que eu precisava de ouvir

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    1. Não sei se estás a ser irónica, mas lamento imenso que muita gente já não tenha memória do que foi a corrente migratória (diáspora, exôdo) portuguesa do século XX, não só para essa Europa fora, mas também para o outro lado do oceano. Gente que fugia da guerra colonial e da miséria, que entrou ilegalmente em tantos países, para (sobre)viver melhor.

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    2. Acredito que todo o apoio deva ser dado aos refugiados, só não me podem obrigar a dar pulos de contentamento pela quantidade de muçulmanos conservadores que vão entrar na Europa.

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    3. Anónimo/a, eu não estou a dar pulos de contentamento, tal como por cá, em 74/75, ninguém deu pulos de contentamento quando regressaram 600.000 refugiados das ex-colónias. Mas tem de ser. E quanto aos muçulmanos conservadores, é preciso saber lidar com o desafio. Não sou a fã nº1 de qualquer religião medieval, como esta, os evangélicos, os cristãos conservadores, mas prefiro que estejam integrados num Estado de direito democrático que lá, nas mãos do ISIS.

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  2. E as pessoas que agora deram em partilhar fotografias dos sem-abrigo para mostrarem a sua revolta com a ajuda que está a ser providenciada para os refugiados devem, com certeza, andar nas ruas a ajudá-los todos os dias. Aliás, tendo em conta a miséria que prolifera por aí, devem já ter feito um voto de pobreza, não gastam nem mais um cêntimo em futilidades enquanto houver pobreza no mundo, perdão, no país.

    Desculpa lá o desabafo, mas tive esta aqui atravessada o dia inteiro. O facebook faz-me mal.

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    1. Os sem-abrigo são um problema em si mesmo, e com o qual ainda não quisemos aprender a lidar. E não, não há comparação com a realidade dos refugiados, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
      O facebook faz muito mal. Acho que as pessoas, por lá, têm lata e despudor que nunca exibiriam na vida real. Já li gente a dizer que a culpa das crianças se afogarem é dos pais, que estavam tão bem na Turquia, onde não há guerra. Pois não. Espero que estas pessoas se ofereçam como voluntárias para campos de refugiados na Turquia, Jordânia, ou mesmo Sudão. E fiquem por lá, nas mesmas condições, que deve ser uma rica vida, deve. A soberba dos relativamente ricos a falar os pobres é uma coisa do outro mundo.

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    2. Ou mesmo Austrália, que é outra vergonha: não é permitido aos refugiados apresentar queixa de abusos, vivem ao abandono nos campos, etc.

      Admito que, para mim, essa gente conservadora poderia ir toda pqp. Há também uma certa ingenuidade em tudo isto. Alguém acredita que a Alemanha não está a controlar quem chega?!

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    3. Aquilo que se passa na Austrália é atroz, tanto os campos onde os fecham, em ilhas, sem contacto com o resto do mundo, como a política de deixar os barcos à deriva, interditando que atraquem. E o pessoal lá dentro, à fome e à sede. E há quem ache isto muito boa ideia, pqp, realmente.

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  3. Não estou a ser irónica: é o que eu e muita gente precisa de ouvir, é o que precisa de regressar à memória (tão) curta do povo em geral.

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    1. Wapy, desculpa esta desconfiança inicial, mas já li coisas tão absurdas e revoltantes que estou com uma pedra no sapato. Esta situação é terrível, encerra inúmeros desafios, mas não é, de todo, imprevisível. A guerra na síria não aconteceu ontem, e a miséria no médio oriente ou países sub-sarianos também não. Não podemos andar a renovar guarda-roupa a cada estação, a comprar baratinho nas primark e zaras da vida, e esquecer quem fabrica estas coisas.

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  4. Palmas para este post. O que me choca não é esquecerem, é pensarem que por serem de matriz judaico-cristã já não faz mal. Os muçulmanos são todos terroristas, e todos os refugiados são muçulmanos, ao que parece.

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    1. Sãozinha, estou cansada, muito cansada. Se algumas das pessoas que andam por aí a mandar bocas vivessem ali rés-vés ao Bairro das Colónias e Intendente, e frequentassem o Martim Moniz, já saberiam que os muçulmanos já cá estão há muito tempo, têm vindo a chegar cada vez mais, e não, não metem medo. São pessoas como as outras, trabalham (muito!), aprendem português, e não chateiam ninguém. Alguns já começaram a mandar vir as mulheres e filhos, o que é bom sinal, sinal de que afinal há cá lugar para eles. E é bom, ver crianças de qualquer cor, a brincar na rua, descontraidamente. Temos de aceitar que Lisboa e Portugal já são multiculturais, e temos de saber lidar com isso, integrando-os com respeito, mas exigindo de volta respeito por princípios fundamentais do Estado de Direito. É possível.

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    1. Ninean, espero que não... Espero, sinceramente, que a Europa não tome o modelo adoptado pela Austrália, em relação a refugiados. E que se faça o que é certo.

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  6. Sinceramente tenho lido cada coisa sobre "esta gente" que me dá vontade de desligar a internet e nunca mais voltar. As pessoas têm memória curta, acham-se imunes às crises e francamente dão razão aos terroristas. Uma civilização com tão pouca empatia e compaixão se calhar não é de se preservar.
    Mafalda

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  7. A memória curta explica alguma coisa mas infelizmente nao tudo. A falta de compaixão, empatia pelo próximo, senso comum e alguma inteligência para nao se repetir papagueadas atrozes é muito triste e mete-me medo. Tenho o facebook desligado nos últimos dias porque o meu estômago nao aguenta tanta nausea. Ana

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  8. Mafalda, Ana, é isso tudo, e também uma realidade assustadora: o racismo e a xenofobia estão bem vivos e de saúde. Neste ano da graça de 2015 já li coisas que se ouvia nos anos 80, sobre imigrantes negros vindos das ex-colónias. ui, os caboverdianos iam roubar os empregos, viver à mama, e depois matar-nos a todos! E raptavam crianças para lhes tirar o fígado e o comer! Sim, havia disto, depois passou a haver menos e, vai-se a ver, as pessoas tinham era vergonha de verbalizar, e agora perderam-na toda. Asco.

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  9. Racistas? Xenófobos? Nao, nao somos nada.Isso é tao 80ies Izzie!... É tudo muito bom e muito bonito enquanto nao nos bata a porta e continua lá bem longe. O chato é quando nos bate na cara e no estômago e nao dá para ignorar. Aí ve-se o asco de gente que por aí anda. Podre, temos uma sociedade podre. Peço desculpa pela falta de acentuaçao mas estou com teclado Holandes e nao tenho tempo para corrigir.

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    1. Pois :/ aposto se que se fossem refugiados noruegueses, altos e loiros, já não havia tanto banzé. Ah, espera, já aconteceu parecido quando houve aquela guerra lá para as Croácias, nessa altura vieram muitos loiros de olhos azuis e ninguém se aborreceu. Triste, mesmo.

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