sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Aconteceu no Oeste

Ai as férias, ai que saudadinhas, ai que estou aqui que nem posso, reformava-me amanhã se pudesse. Pudera. Trabalhar, iaca, que coisa de pobre. Ainda se me pagassem para mandar vir (wait...), digo, para mandar vir (melhor), e em part time, isso é que era. Entra às nove, bitaites, bitaites, bitaites, agora vou ali tratar de coisas realmente importantes, até amanhã. Olha, inscrevesses-te num partido a tempo, escolhesses melhor as amizades na faculdade, e quem sabe; agora, chucha.

Anyhoo, porque recordar é viver (mentira, é sofrer, mas um sofrer manso e nostálgico do que já não temos), vamos lá voltar ao bom que foi. E como passei eu as férias? O mais possível na horizontal, que sou uma pessoa muito doente. Inclusivamente dos nervos. Vai daí, escolhi a melhor psicoterapia possível: letrinhas juntas a formar palavras, que por sua vez se juntam em simpáticas frases, que formam lindas histórias.

A abrir, algo leve e alegremente pateta (ei, eu gosto do Zink, é o tipo de pateta que faz muita faltinha, abençoados sejam os desta estirpe, que dos outros até sobram). Leitura risonha.

Diz que na blogosfera ele há muitas personagens. Mas antes disso existir, na vida real já as havia. E se o Pacheco era uma personagem. Mais: uma figura. Adorei esta colectânea de entrevistas, e estou agora mortinha por lhe ler os escritos (já na minha quilométrica wishlist).

Como a vida não são só alegrias, não podia faltar a leiturinha para cortar pulsos enquanto se inala gás e se espera que os soníferos façam efeito. Isto não é bem um livro, é uma experiência. Daquelas que envolvem uma carga de porrada, e somos nós a apanhar. Caneco, pá, tão bom, tão bem escrito, tão pungente, tão cortante, que nada que diga lhe pode fazer justiça. Uma Obra, com maiúscula e tudo. São letras e letras que nos escorrem pela consciência deixando sulcos indeléveis. O bloquinho é para tirar notas: e tirei muitas, citações inteiras que não quero perder (sou contra sublinhar livros).
Esta foi a leitura principal, intervalada pelas outras, e ainda em curso. Os outros não sei, mas disto tenho de consumir doseadamente, sob pena de cortar pulsos enquanto enfio a cabeça no forno com o bucho cheio de comprimidos, e isso era uma chatice, que não gosto de deixar livros bons a meio.


Why so serious? Ora, também comprei a Vogue Brit. Não por cagança, mas porque se uma pessoa vai gastar guito em futilidades, que sejam das melhores. Não me façam falar das publicações "femininas" tugas, aquelas que têm por missão ensinar-nos a ser mulheres fortes, decididas e independentes, com carreiras brilhantes e compensadoras, mas muito bem vestidas, calçadas e maquilhadas, nunca esquecendo o nosso lado feminino de mulher, amiga, amante, espoNZa e mãããããe. Dispenso. Isto é para entreter as vistinhas, a Brit tem anúncios mais catitas, produções de moda mais jeitosas. E tinha uma entrevista à Emma Watson (que nem era nada de jeito, mas prontes).
Mas aprendi uma coisa: não é que o Maiquél Córes afinal faz maluchas bem lindas? Tirando o facto de não serem para a minha carteira, até aposto que destas não se vende cá. Nem têm símbolo nem nada, pschhhh. Assim não vale. Ópois cuméquié c'a vaca do terceiro frente sabe que sou mais ryca e estilosa que ela, a invejosona?

11 comentários:

  1. aplaudo a tua selecção literária (gosto de todos, mesmo! pontaria) e, meu deus, meu deus, OS CHINELOS!!!!!!!!!!!!!!!! <3 <3 <3

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    1. Olha, os ch'nelos seguiram-me até casa, e tive pena de os mandar embora. Afinal <3 Woodstock :P

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    2. Tenho para mim que este foi um post féshionista disfarçado de post literário: só querias mesmo mostrar a colecção de havaianas, não era?

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    3. Smelly, descobriste-me a careca :D Ó pá, eu adoro havaianas. Têm o formato e consistência ideal, são os únicos chinelos deste tipo que consigo aguentar. E sim, tenho mais do que devia, mas o cenupe e o passaroco olharam para mim com olhinhos mendicantes e tive de os trazer (já não tenho idade para estas cenas)

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  2. Eu prefiro a Vogue italiana. Produções diferentes de tudo o resto, entrevistas com figuras algo obscuras da moda, etc.

    Não as considero uma futilidade. Fúteis, para mim, são a Wallpaper e a Monocle. Uma entrevistou a Marina Abramovic acerca do seu projecto de galerias de arte, como se tudo o que se sabe sobre oligarcas russos fossem delírios paralelos. A outra parece viver num mundo sem crise, sem guerras, mencionando projectos irreais, imaginados por hipsters neo-liberais.

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    1. Fica anotado para a próxima, a italiana. E atenção, para mim é futilidade, para muita gente é leitura importante, cada um com os seus gostos e áreas de interesse, né. E ser fútil (para mim) não significa que desvalorize. significa simplesmente que não me é essencial ;)

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  3. Dasha Zukhova.. estava a ler um artigo sobre a Marina Abramovic e confundi-me toda.

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  4. O Diário remendado 71-75 do Pacheco é muito bom

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  5. Gosto sempre das tuas selecções. Devias fazer mais, a sério que sim. E amo os chinelos, pena eu já estar na curva descendente dos dias inteiros a chinelar, mas ficam na lista de desejos ;)

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    1. Obrigada, Mac :) Nas férias tiro barriga de misérias, o mal é que começando a trabalhar uma pessoa lê duas linhas e cai a dormir.
      (as ch'nelas, pois, não resisti...)

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