sexta-feira, 21 de junho de 2019

Cá se vai andando

Uns dias melhor, outros pior, sendo que esta aqui, depois de duas levas de grupos de ingleses xófens no airbnb de baixo, estava vai não vai para ter um ataque de tremuras que deixava o da tia Angela a um canto. Juro, pá, que gente. Andaram os antepassados a morrer em Dunquerque (e não só) para isto.

Mudando completamente de assunto, calhou ontem ter ido a uma livraria e ali só de relance dei com três romances (?) em cujo título se mencionava a pessoa x (a saber, tatuador, bailarina, bibliotecária) de Auschwitz. Ó pá. Vinha já eu toda lançada para largar aqui umas bojardas a propósito, que passavam - mas não só - pelo facto de, assim de repente, ter havido mais campos que podiam servir de tema, porquêêêê sempre este, mas fui antes pesquisar online, e parece que se baseiam todos em histórias reais. Ups. Verdade ou não, tira um bocadinho a vontade de gozar, e assim de repente sugerir temas como O Sapateiro do Gulag ou O Acordeonista do Tarrafal deixa de ter piada.

O que teve mesmo piada, ao contrário das graçolas do envolvido, foi ter-me apercebido que adquiriu alguma "viralidade" um post do Nilton, com uma foto de um carro de um amigo vandalizado por uma trotinete. O que tem piada não é este facto, em si, mas o pateta ter logo saltado a perorar sobre a praga das ditas trotinetes, apontando o dedo à Câmara de Lisboa, ao google e à uber. Sucede que nem a uber nem a google comercializam ou exploram o negócio das trotinetes, e atirar responsabilidades para a câmara por um acto de vandalismo praticado por um qualquer desconhecido, huuum, é esticar a corda. E se há onde e o que os responsabilizar. Hilário, mesmo hilário, é uma pessoa atentar na foto que o coisinho publicou e verificar que o amiguinho fez o favor de estacionar a viatura to-ta-men-te em cima de um passeio, encostadinho a um muro, ou seja, alguém ter-se passado dos carretos e rebentar com o rodinhas armado de uma troti, aiaiaiai, mas pensar um bocadinho que o amigalhaço vandalizou espaço público, destinado a peões, não senhora. Não está bem, que não está, mas confesso que é sonho húmido de muito lisboeta, eu incluída, ter um sólido taco de baseball - ou um cajado, valorizemos o produto nacional - quando se depara com um popó a fazer o seu ó-ó no passeio, e se é obrigado a circular na estrada. Ah, mas não há onde estacionar, ó Izzie, onde é que a gente há-de meter o carro? Bom, eu dava uma sugestão, daquelas que envolve cavidades, mas a melhor de todas é pensar nisso antes de comprar a latinha. É que o conceito de aqui não estorva é muito subjectivo, e no caso dos passeios, não é negociável, lamento.


2 comentários:

  1. Não é por ser caso verdadeiro q não há uma certa exploração do tema. Basta ver os comentarios no instagram de uma certa blogger. Não me parece que esses livros incentivem a meditar sobre a questão, sendo mais estilo programa da Fátima Lopes.

    O Acordeonista e o Sapateiro fizeram-me rir, mas eu sou uma pessoa má.

    Não liguei muito à cena do amigo do Nilton, mas parece-me tudo muito estranho.

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  2. Mas pronto é o Nilton. Não é só sonho dos lisboetas, eu lá no subúrbio tenho o mesmo probrema, não é possível fazer um trajecto curto de carrinho de bebé sem me atirar para a estrada.

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