quarta-feira, 3 de julho de 2019

A thing of beauty

Foi um dia merdoso elevado ao quadrado, com stresses vários e muito legítimos de parte a parte. Some-se a isto uma logística que obrigou a uma deslocação de carro (bof), uma opção por ir à volta em vez de atravessar a cidade em hora de ponta, para acabar a encalhar numa fila (ao que parece) pré-acidente, uma saída estratégica para Sacavém, ir dar a volta aos cus de Judas, entrar no parque a quinze minutos da hora, mais filas porque parece que ainda há gente (notoriamente sem gosto) que escolhe ir passar fins de tarde, inícios de noite, naquele suburbão e entope os estacionamentos disponíveis e muito estreitos, diga-se, e há sempre os cognitivamente subdesenvolvidos que insistem mas não sabem estacionar de rabo, ou os que não têm acuidade visual para reconhecer linhas delimitadoras e desenham as suas, enfim, passámos a porta às oito em ponto, ainda há música ambiente, ufa, uma ida ao bengaleiro porque fomos uns dos felizes e aleatoriamente seleccionados para deixar mochila (alegadamente de dimensões  não sei quê) lá, subida, escolher lugares que ainda há muitos, abençoado nacional atrasadismo, sentar. Aaaahhhh.
Menos stressado? Sim. E tu, menos stressada? Sim. Tudo bem.
Banda de apoio, porreirinha, intervalo e home parte na sua demanda pela habitual t-shirt (compra sempre), liga a avisar que está na fila da cerveja, sem stress, volta um minuto antes de baixarem as luzes.

E depois. Depois. Caneco. Melhor. Concerto. Ever.

E tive a felicidade de, pela primeira vez na vida (que já conta com alguns concertos naquele espaço) experimentar uma acústica se não perfeita, lá perto; não sei porque no segundo balcão (que já não me lembro porque escolhi, se por forretice ou porque já não havia mais, os bilhetes já contavam mais de meio ano de existência lá em casa) é onde se deve estar, ou se alguém soube engenheirar o som como deve ser; a verificar-se a última, abençoado seja por toda a eternidade, e saiba passar o seu conhecimento às gerações vindouras. Hoje, zero tinidos, zero zumbidos, e caraças o que tememos, sofremos em antecipação quanto à possível qualidade do som, Tool é para ouvir (sentir, fluir, entrar, revolver) nas mesmas condições que merece uma orquestra sinfónica. E assim foi e assim aconteceu.

Tão, tão, tão bom. Alma cheia.
Ainda não estou velha para isto.

9 comentários:

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    1. Digo ali a meio, mas passa despercebido: Tool. foi fantástico.

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    2. Estou mesmo cegueta, q voltei a reler e só depois de 3238892 tentative, é q vi cá para o fim, lolol.

      Acho q nunca fui a um concerto de q gostasse, talvez por ter ido sempre na função de acompanhar. Depois, cm dizes, há o problema do som, que nem sempre é dos melhores.

      Esse concerto estava incluído no festival Metaleiro? O Nelson Nunes falou muito as bandas no Facebook:D.

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    3. Oh, como assim, nunca foste a um concerto que não gostasses? Isso é criminoso! Já fui a alguns como acompanhante, o do Ozzy, por exemplo, mas gostei bastante (mate gosta de metal, eu não desgosto mas não é a minha praia).

      Se estava incluído num festival, não sei, que não percebo nada disso :S

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  2. Concertos nc foram muito a minha cena e, qdo gostava de algum, ng queria vir comigo :(. Já eu era parva e fui ver bandas merdosas. :/

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  3. Estou tao tao tao ciumenta. Tao ciumenta. Nao e' 'a toa que me chamo AEnima… nos US cheguei a ver Perfect Circle, magico, mas nao e' a mesma coisa. Marcaram toda a minha late adolescencia e young adulthood e nunca os vi ao vivo. Mesmo mesmo pena, mas e' dificil apanhar os mocos em concerto!

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    1. Sim, parece que há dez anos que não davam concertos. Mas aí no UK não haverá? Sempre achei que o centro da Europa era uma privilegiada, quanto a concertos.

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    2. Vieram fazer um festival em cascos de rolha. E agora com crianças a musica é mais twinkle twinkle little star. Muita penita mesmo. Vi-o em 2003 ou 4 num lollapalooza em Seattle com perfect circle e já fico feliz.

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