quinta-feira, 19 de maio de 2016

O Gato das Botas

Já vi expresso todo um leque de sentimentos em relação à coisa, mas o que ainda ninguém disse, e a mim faz muita confusão, muita espécie, é isto: como é que pessoas (alegadamente instruídas - pelo menos uma - moderninhas, viajadas, coise), que podem gastar dezoito mil patacas numas férias, as escolhem enterrar precisamente em Formentera.
Eu cá não sei, mas supondo que dispunha de tal pecúnia, e assim de cabeça, Capri, Sardenha, Malta, Saint Thomas, Guadalupe, Saint Marteen, Barbados, Tortuga, Zanzibar e, que se lixe, Fidji ou Vanuatu, estariam num lugar mais elegível.
Mais um bocadinho caiam em Torremolinos ou Marbella. Credo.

23 comentários:

  1. Alguém me contextualize.

    E o dinheiro raramente vem associado ao bom-gosto.

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    1. As declarações da Câncio na Visão. Eu cá num leio o Correio da Manhã nem vejo a CMTV, mas parece que uma das "polémicas" foi o casal FC+JS terem ido fazer umas férias caras em Formentera. E eu só pensava: Formentera? A sério? Quem m'a dera, ter aquele guito para gastar numas férias, e não era em Formentera.

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  2. Torremolinos nem é mau de todo, para praia e coise... ;)

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    1. Diz que sim, eu não sei que nunca fui. Mas caneco, quem tem muito para gastar vai mesmo para esses sítios?

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  3. Gosto sempre da perspectiva que tu dás às coisas. eheh
    Eu li a entrevista e só pensava: raios, mas para que é que alguém se põe a jeito desta maneira?
    Sinceramente não sei se ela sabia (o que quer que houvesse para saber), se queria saber, se está a ser enganada, maltratada e afins. Acho que a única coisa que mudou para ela com esta reportagem é há mais gente a falar dela.

    questões importantes: estás melhor?

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    1. É a perspectiva saloia :P
      Agora a sério, houve mais coisas que me incomodaram e não me vou alargar porque me dão urticária:
      a) o narcisismo (it's all about me!)
      b) ainda ficou chateada com a visão que lhe cedeu, de borla, um carradão de páginas, mas não podia tentar facturar. say whaaaa?
      c) faz-me imensa espécie, vá, espéce, que uma jornalista não tenha uma noção de liberdade de expressão e de imprensa - o processo cível que ela "meteu" tem como escopo impedir o CM de publicar certas cenas que seja difamatórias. Ora, um controlo prévio da imprensa tem nome. O CM até pode estar a mentir, logo, a difamar, mas a tutela do seu dto de personalidade só pode ocorrer após lesão, i.e., através de processo crime para punição do crime de difamação, ou cível para pedido de indemnização (e aqui renuncia à punição criminal).
      Tenho muita empatia pelo que ela está a passar, mas é o preço da liberdade. Ela é uma vítima colateral, mas esperava que, como jornalista, conseguisse perceber isto sozinha.
      c) o Ministério Público não é paizinho de ninguém, e no nosso sistema legal não pode um procurador vir à praça pública fazer declarações sobre um inquérito, mesmo/nem sequer para defender a honra dela. Não pode e não deve.
      d) Se existisse uma comissão de ética do jornalismo como deve ser, os jornalistas que se constituiram assistentes e assim têm acesso ao processo já tinham sido punidos, e se calhar suspensos. Mas, wait: a
      FC sempre detestou e vituperou esse tipo de organizações corporativas... oh, the irony.
      e) durante o "consulado" de JS foram alteradas normas penais e processuais penais, mas esqueceram-se desta que permite qualquer um constituir-se assistente neste tipo de processos. Mas não se esqueceram de alterar uma norma que poderia "poupar" anos de cadeia ao Pedroso. Felizmente acabou por não ser preciso.

      Enfim, se ela gastava a rodos, se o outro lhe pagava férias e banquetes, quero lá saber. Se o MP a ouviu na qualidade de testemunha, e não a constituiu arguida, é porque não há matéria contra ela. Ponto. O resto é cusquice.

      (já estou melhor, como este "testamento" evidencia. a medicação faz milagres, obrigada!)

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    2. É isso mesmo. Ela deveria ser a primeira a perceber que o seu estatuto de jornalista tem prós e contras. Quer queira, quer não, é uma figura publica e apesar da sua privacidade dever ser respeitada (e podíamos entrar na definição de privacidade mas não vale a pena) usar esse estatuto como quer e bem entende (e assumir que a revista não ia aproveitar o assunto roça a inocência para não dizer tolice) para proveito próprio é no mínimo discutível. Há alturas em que o silêncio é mesmo a única resposta possível.

      Em termos legais, essa dos assistentes aos processos é algo que me deixa absolutamente chocada. Como é que foi possível que isso fosse inscrito na lei? Para além das fugas para os jornais que já todos conhecemos em quantos processos essa figura não foi decisiva para o resultado? Tantas leis feitas à medida!

      enfim...



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    3. A finalidade da lei nem é permitir qualquer alçapão para acesso ao processo, acho que a ideia era mesmo a de um acesso democratizado ao estatuto de assistente (cuja posição processual, muito resumidamente, é de auxiliar da acusação) em crimes de lesão de interesses públicos. Chamem-me snob, mas não. Não resulta.
      É claro que os jornalistas estão a aproveitar à grande, e depois filtram o que lhes apetece para dar a versão que mais gostam. Já violaram não sei quantas normas éticas, desde logo, qué da imparcialidade? E fazerem um requerimento a pedir a constituição como arguida da FC? A sério? E com a argumentação de "ah e tal, ela tinha que saber?" Facepalm.
      Já agora, até acredito que ela não soubesse das jigajogas dos outros amigos. Já ouvi e vi muita coisa nesta vida, e acredito. Eles não viviam juntos, nem tinham conta conjunta, ou entregavam irs como casal, né.

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    4. O problema é que a Fernanda Câncio não pode processar o CM porque o MP não lhe permite aceder ao material que o CM cita.

      Admito que a ida a Formentera me escapou, mas não considerei o testemunho egocêntrico. Ela estava a responder como se estivesse em tribunal, o que faz sentido.

      A Visão é que não lhe pagou, segundo desejos de FC. E aí, também tenho de concordar com ela. Há muito que a Visão vem com uns títulos sensacionalistas.

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    5. Bom, por pontos:
      - A FC pode apresentar queixa crime por difamação, mesmo não tendo acesso ao processo, se o CM veiculou factos falsos. Cabe ao CM provar que o que afirmou é verdade, e não à FC provar que é mentira. O MP investiga, se necessário pede transcrições do processo, confronta-as com o publicado. No processo de difamação a FC é assistente, logo, poderá consultar os meios de prova. Leva algum tempo, mas é assim que as coisas funcionam.
      - Achei não o testemunho mas as atitudes como narcisistas (não egocêntricas, aliás acho normal o eventual egocentrismo, que a ofendida é ela, ela preocupa-se com o que lhe estão a fazer). A atitude narcisista vem mais da atitude de "ninguém quer saber a minha versão!", que no caso do CM é violação ética, para os demais, nã, e agora passamos ao ponto seguinte.
      - A vi~são não tinha que lhe pagar, ora essa. É um depoimento pessoal, escrito pela própria, que é colunista paga na concorrência. Se fosse uma entrevista teria que se sujeitar a perguntas de um jornalista, edição, e decisão editorial sobre interesse da visão em publicar ou não. Assim, foi-lhe dado tempo de antena, e a visão não tinha que o fazer. Ela não fez um favor à visão, nem tinha que esperar que a visão lhe fizesse um favor.

      De qualquer forma, concordo que a revista anda a perder qualidade e objectividade.

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    6. Por acaso tenho ideia que ela não esperava nem queria pagamento (e até pode ser inocência minha, mas fiquei com essa ideia). O que ela não queria era qualquer alteração à forma como tinha decidido a publicação, nomeadamente a frase usada na capa, que não é dela mas sim da revista.
      Ora, é nesse ponto que acho que ela foi inocente (o que até seria aceitável se ela não fosse jornalista)...

      Em relação a este caso: há algum jornal/revista/televisão que tenha sido objectivo? Com maior ou menor ênfase, todos escolheram o "seu" lado.

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    7. O "meu" lado é não ler nada publicado pelo CM :D
      A sério, aquilo dá ideia que anda tudo a dar no cavalo. Como é que há gente a fiar-se... confio mais na Dica da Semana, nunca me enganou :P

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    8. Izzie, este post explica melhor o que eu quis dizer.

      http://conversa2.blogspot.pt/2016/05/em-portugal-o-kafka-e-um-menino-de-coro.html

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    9. Já tinha lido, obrigada. Até percebo que, para quem não percebe de leis, pareça kafkiano. Mas. Cá vai:

      -disclaimer: não li O Processo de Kafka, comecei, achei um secão e larguei.

      - acho kafkiano a quantidade de vezes que se usa o chavão kafkiano relativamente a uma situação de processos judiciais. parece a cena do cenário dantesco quando há incêndios, e já se criava um imposto. o pior é que, na maioria das vezes, kafkiano quer dizer que o autor da adjectivação não percebe puto sobre o que está a comentar. true story.

      -percebo lindamente que faça espécie a muita gente que aqueles jornalistas tenham acesso ao processo e tal acesso seja negado à FC. a mim não faz confusão nenhuma: o legislador é um bocado bera. neste assunto até estou um bocado ufana, porque sempre defendi que o "povo" lesado não tem nada que ter o direito de se constituir arguido. toma! cabe ao MP representar o interesse do povo lesado.

      - ninguém está a fazer pouco do MP. o MP está a fazer o seu trabalho, bem ou mal logo se verá. os procuradores devem andar com muitos nervos, mas não podem falar, ou levam um p'cesso disciplinar em cima. quanto ao segredo de justiça: a FC, se é lesada, que apresente queixa. no MP não recebem clippings de notícias para vigiar violações do segredo de justiça.

      - finalmente, e aqui vou ser mesmo muito afoita: a FC está como o sapo da história, a inchar, a inchar e qualquer dia rebenta. E pior, até pode ter imensa razão, mas anda a desbaratá-la. Acho que anda a ser muito mal aconselhada pelo seu ego e superego, pelos seus advogados, e pelos seus amigos e admiradores que, não percebendo nada destes meandros, lhe enchem o cu, pardon my french, com muitos "ai coitadinha", ai que tens razão. A melher tá pior que um moinho de vento, anda à roda, à roda e não avança. Eu não a conheço, senão dava-lhe uma opinião dolorosa, curta e grossa. Como daria à Mortágua e à Martins quando tiveram a ideia de jerico de p'cessar o maluco do Arroja: deixem-se de merdas ou levam um estalo.

      Finalmente, e como já disse, custa-me muito ver uma jornalista a querer, em causa própria, dar sentenças de como deve agir o poder judicial, e pior, querer que este aja como censor. Só porque lhe dá jeito.
      Sou muito solidária com o que ela está a passar, não o desejava a ninguém, mas se ela tem liberdade para grafar na sua coluna o que bem quer, o CM também. Se é mentira, ela tem meios e ferramentas para agir.
      Temos pena, é assim, a puta da vida e da liberdade.

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    10. BTW: a última vez que alguém, à minha frente, e relativamente a um assunto que me estava entregue, pronunciou a opinião de que aquilo que se estava a passar era kafkiano: veio a apurar-se que era uma valentíssima aldrabona, a aproveitar o mais que podia, que mentiu o mais que pode, para obter um benefício a que não tinha direito. I rest my case.

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    11. Agora, sinto-me esclarecida :).

      Em relação Kafkiano, também nunca li o livro, sou uma nódoa no que concerne aos clássicos (a Feira do Livro já está quase aqui, posso tentar redimir-me :D , a mesma Visão fez uma reportagem sobre as crianças portuguesas retiradas pelos serviços sociais ingleses aos pais. Sim, há lá coisas dementes, parece uma reunião de loucos, nomeadamente um pediatra a prestar juramento acerca de algo que não aconteceu.

      Só que, depois, uma das mãos vai à CMTV.

      - A Joana Amaral Dias não tinha direito algum de amamentar a filha no local de trabalho, pois ela, a mãe, havia perdido o seu filho (isto foi dito durante a entrevista).

      - Ao ser-lhe perguntado porque não abrira a porta por diversas vezes aos serviços sociais, respondeu que não tinha nada de abrir a porta, que, em Inglaterra, se avisava antes de ir a casa das pessoas

      - Ao ser-lhe perguntado porque não teve o filho no hospital, não soube responder (sim, ela e o marido são daqueles tontinhos que acham que uma doula é que é)

      - Ao ser-lhe perguntado quais as acusações contra si e o marido, recusou-se a responder

      A página do facebook é delirante. Comentadores não delirantes são banidos.

      Não prevejo que recuperem a custódia do filho tão depressa.

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    12. Esse caso do bebé retirado aos pais no UK é muito, muito esquisito. Não tenho informação suficiente para formar opinião, mas custa-me muito acreditar que os serviços sociais andem a "raptar" crianças para alimentar um serviço em ruptura, ou redes de adopção que nem sei se existem.
      Quando se fala de menores a acção tem de ser preventiva e imediata. A história do parto em casa, e lavarem a criança com um produto esquisito qualquer é medonha, e é suficiente para justificar uma interveção dos serviços, digo eu.

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    13. Não querendo prolongar mais isto, aconselho a Izzie, quando se sentir irritada, a visitar o Facebook deste casal, "social services snatched our son". A pessoa lê aquilo e é como se estivesse no boxe.

      Já agora, o que se passa com o Blog da Rita? Recebo a mensagem que é só para convidados.

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    14. Já lá fui e... eh pá, sem palavras

      (a Rita está numa sabática, acho eu. e acho mal. por acaso.)

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  4. Por acaso já ouvi falar bem. Mas em tendo dinheiro para gastar, realmente...(se bem que por acaso não acho q seja um destino nada barato)

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    1. Sim, diz que é um sítio munito. Mas custa 18.000 pastéis? Afinal é Espanha, pah. Nada contra, e sim, eu sei que em Marbella veraneia muito milionário (azeiteiro), mas caneco. 18.000?

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    2. Sim 18000 é mto dinheiro. Fazia uma road trip pelos estates, de um mês e ainda reservava uma semana p me ir alapar num sitio de praia por aqueles lados.
      Ou então rumava à Patagónia :)
      Mas isto seria eu, e, lamentavelmente, eu n tenho 18 mil biscas p gastar em férias :(

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    3. O que eu não fazia com 18.000 livres para gastar em laró. A road trip pelos EUA era certinha!

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