quarta-feira, 14 de maio de 2025

Uma coisa boa por semana (i)

i. Lojas a que dou preferência por culpa de quem lá trabalha

 A vida é demasiado curta para aturar gente aborrecida, quanto mais mal educada. Ganha-se irritação para o dia todo, ou seja, perde-se um dia inteiro a remoer a desfeita. Há gente, situações, cenários que temos mesmo de aturar, que remédio, chama-se ganhar a vida. Mas se preciso de um bem ou serviço, não contem comigo para voltar onde fui mal atendida ou mal recebida. Pelo contrário, se há sítios onde o tratamento é consistentemente bom, mesmo acima da média, ganham uma fã para o resto da vida. Porque as coisas boas são para elogiar (e partilhar, já agora, se alguém sentir essa necessidade, faça o favor ali na caixinha de comentários) cá vai uma listinha, área comércio em geral:

- Nunca fui mal atendida na Papelaria Fernandes, em concreto, nas lojas da Miguel Bombarda e da Rua do Ouro. O atendimento flutua entre o bom+ e excelente; é simpático, cordial, bem disposto; conhecem o stock e sabem aconselhar; e se a dúvida que acabámos de colocar é mesmo muito parva, burra, tola, não dão a mínima nota disso, pelo contrário, explicam ou aconselham como se tratasse duma questão mui pertinente. Gosto muito, sou freguesa fiel. 

- Na Bertrand do CC Amoreiras há um livreiro que é o meu preferido de sempre. Acho que conhece o stock da loja - e do catálogo! - de cor, se lhe pergunto por um livro rara é a vez que recorre ao computador, normalmente a resposta fica entre ah, acho que o vi ali, vou buscar ou sei perfeitamente, está aqui. Falhou uma vez (nem é bem uma falha, o exemplar tinha sido vendido há pouco tempo) mas não faz mal, encomendou-se. Oferece ajuda, estabelece diálogo com os clientes sobre os livros que procuram, faz sugestões (boas, já agora, e não limitadas a livros, filmes também acontece, se vier a propósito); extremamente educado e simpático, nota-se à légua que adora livros. Aposto que não ganha o que merece, facto extensível a todas as pessoas que menciono aqui.

- Na Caroll, também no Amoreiras, há uma empregada que é simplesmente amorosa; acerta no nosso tamanho (amo muito esta qualidade), educada, informa e mostra-se disponível sem ser intrusiva. A Guerra Junqueiro fica-me mais em caminho mas, temos pena, prefiro ir ao Amoreiras.

-  Deixei-me convencer há coisa de um ano que, de facto, vale a pena gastar o que custa um par de Levi's. Depois de comprar um à experiência, já tenho três pares e são os jeans que visto, não tarda os outros têm guia de marcha. Ora na loja do CC Ubbo há um empregado (que acho que é gerente da loja) que também acerta no nosso número, largura e altura, e espanto, no modelo que nos fica melhor. Estava lá com me mate, que só veste Levi's porque padece de um tiquinho de mania, e o tal empregado ouviu-me dizer-lhe, revirando olhos, tá bem, que um dia experimentava, até precisava de umas pretas, mas para quê as mango que tinha vestidas me custaram trinta paus, precisavam era de tingir outra vez. Perguntou-me que tipo de corte gosto, deu-me um par para as mãos, experimentei, e paguei. As da mango pretas (que, de facto, me custaram trinta paus mas tive de tingir umas quatro vezes, com pouco sucesso), já foram. Só para finalizar, quando lá fui dois meses depois comprar o segundo par, não só se lembrava de mim como do modelo e número das calças. A estas pessoas não dão eles o nobel, e está mal.   

- Para terminar um serviço tenebroso, temível, tremendo, que passei a precisar com assustadora frequência: tirar sangue. Há duas coisinhas aqui perto de casa, dois, cinco minutos a pé. Uma série no caminho. Mas nem que chovam pedras, faço os oito quilómetros para cada lado (e pago o parque) para tirar sangue no Hospital da Luz. Ali não preciso de fazer o meu habitual relambório de veias fundas, pouca pressão, perco os sentidos se demorar derivado de tensão baixa e fobia. Népia. Quer dizer, hoje em dia já sei que não preciso. Perguntam só de que braço costumo tirar, põem torniquete e não questionam se o esquerdo seria melhor - canudo, basta ver o meu histórico, a esta altura eu já sei, de certezinha, de que braço conseguem tirar - , vão buscar a borboleta sem necessidade de sugestão nesse sentido, acertam na veia à primeira, e conseguem sacar dois tubos antes de começar a ver tudo a andar à roda. Espero que saibam o que valem, aqueles anjos do vampirismo médico, e lhes paguem em conformidade. Se eu mandasse, coise, mas não mando, e se calhar é por isso que isto tudo está a merda que está.

 

5 comentários:

  1. Engracado, tambem nao usava Levi's desde os meus 20s e no Natal, ao passar pela loja levi's do outlet to Mindelo, e tendo perdido uns kilos jeitosos, lembrei-me de entrar. Disse como gostava dos jeans e ele - "ah, 'es o tamanho 27 do 712". "27??? nao pode ser... quando era 'nova' usava o 29 e ate era mais magra". "Experimenta o 27, faz-me a vontade". Ja vou no terceiro par de levi's pretas, 712, 27, nao quero outras.

    Como o nosso corpo muda, eu tinha mais musculo nas pernas dos anos todos de ballet, que perdi. Tinha uma cinturinha de vespa que depois das gravidezes tb perdi. Agora estou quarentona e flacida, mas feliz da vida, nos meus jeans pretos 27.

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  2. teste teste - comentario fica desta vez?

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  3. O comentário ficou, estava era moderado :D
    Oh pah, olha a inveja, que o meu número é o 30. Fica justo por isso, dependendo do tipo de ganga, ou trago o 30 ou o 32. Mas para quem já vestiu o 34 e 36, nada mau! Agora 27, caramba, high five!

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  4. Tb nao sei como... acho que deve ser so naquele modelo. Sao mesmo muito elasticas. E sim, tb usava o 34,36, e ate deixei de usar porque fiquei tao gorda com as gravidezes e as medicacoes para problemas mentais - ou pensavas que tens exclusivo? - passei dos 100kg. Perdi 30 ao longo de 2 ou 3 anos e sinto-me ate melhor mentalmente.

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  5. O modelo das minhas é o 724, e também são elásticas, muito confy. As que trago hoje são 31, as outras 30. Os antidepressivos engordam imenso, os ansiolíticos também. Felizmente ainda não ganhei peso, mas também ando a tentar fazer uma alimentação responsável.

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