quinta-feira, 21 de junho de 2018

Resumindo



Tenho poucas certezas na vida, mas uma delas é que se os homens menstruassem de certezinha que tinham direito a pelo menos duas faltas justificadas por mês.

[Não tá fácil, esta semana. Por norma são dois dias de incapacidade parcial, menor ou maior, mas este mês já vai em quatro dias muito mauzinhos. Mesmo com analgésico. Sim, sim, eu devia ir ao médico. Ou não. Depois de mais de trinta anos a ver desvalorizado este "incómodo", uma pessoa dispensa gastar quase uma centena para, de novo, lhe ser explicado que é mesmo assim, suspiro. O chocolate fica mais em conta e ao menos consola. E se engorda, tal como as merdas hormonais que volta e meia gostariam que eu experimentasse, ao menos fá-lo de uma forma deliciosa.]

11 comentários:

  1. No tempo da outra senhora, sim, havia esses dois dias para as funcionárias públicas.
    As melhoras, Izzie.
    (Evita a aspirina, como imagino que saibas.)

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    1. Pois havia, Linda, e ele há meses em que me dava jeito :/
      Tomo paracetamol ou ibuprofeno, mas nunca misturados. ele há dias em que resulta melhor, outros não. Entretanto, hoje parou, vá lá, se eu soubesse tinha escrito o post mais cedo (pensamento mágico!)

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  2. Epá a sério que "é mesmo assim"? Bolas isso não faz sentido. Numa questão semelhante, tenho uma amiga minha que se queixa de sintomas de vaginismo há anos, mesmo na ginecologista, dores nas relações, dores menstruais, yada yada yada, e nunca lhe indicaram nada, sugeriram tratamento nenhum. Bolas, mais ou menos dispendioso há tratamentos possíveis! Que se experimente e possa não funcionar, é uma coisa; que se sugira e a pessoa tema experimentar, é outra; que nem sequer se recomende com um simples "habitue-se" é uma merda! :(

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    1. Red, nos últimos anos vai-se criando uma mentalidade mais aberta, de que não, não é normal ter estas dores, e que elas são sinal de que algo de errado se passa. Mas andei anos a ouvir que era mesmo assim, e que quando tivesse filhos passava (juro!).
      No meu caso, nunca foi diagnosticada endometriose, pelo que tenho de confiar (bof) que não a tenho. Mas crio miomas. Já tirei um, e melhorou bastante, mas aos poucos voltaram as dores. De há dois ou três anos a esta parte fiquei convicta que tinha já outro mioma, o que confirmei no ano passado. O tratamento não cirúrgico passa por hormonas, e da outra vez, já há 20 anos, fizeram-me ganhar 10 quilos em 15 dias. Além de outros sintomas que nem vale a pena. nunca mais. agora estou a ganhar coragem, e a ver se a minha vida assenta um pouco, para enfrentar a médica e pedir uma intervenção radical de histerectomia. Tenho medo que me pelo, mas já não aguento mais, e não posso esperar mais anos por uma menopausa que não chega.

      A tua amiga está numa situação bem pior, lamento muito... ninguém merece!

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  3. Aqui a única coisa que me safa para não ficar 2 dias em casa e uma semana, semana e meia ko com a perda de sangue, é a pílula trifásica abençoada há 23 anos que tomo quase religiosamente, excepto durante o tempo para engravidar, gravidez e amamentação. Ainda experimentei outra depois da gravidez, mas quando tive de vir embora de repente de uma ida a passear, já de olhos tapados, silêncio geral, cólicas nos intestinos e costas, e paragem a meio caminho para vomitar violentamente, e voltar a vomitar porque o vomitar da primeira vez aumentou a enxaqueca, voltei à minha tri-minulet num instante.
    Há uns anos com os 40 quiseram mudar ma, quando falei dos sintomas/perdas de sangue/irregularidades, mudaram logo de ideia. Toca a manter a bichinha, a medicação que teria que tomar para compensar a não usagem da pílula iria me fazer pior...

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    1. R., credo, ainda ficas pior que eu. Felizmente nunca me deu para vomitar, mas ele há meses, como este, em que me ataca as costas, além das dores uterinas, e fico enjoadíssima e com os intestinos com cólicas. Também tenho imensa perda de sangue, fico uma papa sem forças, enfim, perturbador ao máximo. Como já disse ali acima, tenho tendência para formar miomas, só lá vai com nova cirurgia.
      Tomei pílula muitos anos, ajudava mas não totalmente. O pior é que a mínima dose de estrogéneos me desregula imenso, agrava a depressão, fico com TPM permanente, enfim, nem morta volto.
      Ainda bem que te alivia... Ninguém merece passar isto, e ainda ter de ouvir médicos a desvalorizar a dor, como se fosse histeria, põe-me doida. É mesmo uma dor forte, porra. Eu até sou maricas com agulhas, mas aguentei tirar três sisos e não fazer analgésicos a seguir, e passei um pós-operatório quase sem analgésicos - a dor, depois de ser aberta para tirar um mioma, era quase igual às que tenho com o período.

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    2. Dos 12 aos 20 anos, quando pelas costas da minha mãe fui à médica pedir a pílula*, o primeiro dia do período era passado sentada na sanita às escuras, com feldene dm que a maior parte das vezes não servia para nada, com cólicas descomunais, tanto no ventre como nas costas, e com uma bacia ao colo, era 3/4horas a vomitar e com diarreia. As enxaquecas duravam entre 2 a 3 dias e o período entre 8 a 10, vindo tanto no primeiro dia como no último. E era desregulada, entre 25 a 32 dias de intervalo.

      *claro que as mulheres só precisam de ir ao ginecologista depois de casadas... a minha mãe era tão ignorante na altura...

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    3. Ah... e eu tive um filho... fui dispensada das dores durante a gravidez, 18 meses de amamentação, e mais uns meses

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    4. Credo, que filme de terror! Isso é para lá de anormal, como é que aguentavas...

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  4. O meu ginecologista nunca levou a sério as minhas queixas, nas ecografias que fazia dizia que eram quistos, "quistos" que cresciam e muito todos os meses. Só depois da operação que fiz à pressa é que foi descoberta a Endometriose, tinha avançado tanto que fiquei sem ovários e trompas, ou seja, entrei na menopausa à força, isto tudo porque o senhor dr. sempre achou que as minhas queixas eram exageradas.

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    1. Bolas, Helena, nem sei que diga. Que tristeza, que revolta! Espero sinceramente que essa mentalidade tacanha, de desvalorizar as queixas dos - das, na verdade, nunca ouvi um homem queixar-se do mesmo - pacientes esteja a ser ultrapassada. Não há direito.
      Um abracinho apertado. sincero.

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