segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Não tente isto em casa

Depois de 2015 ter sido marcado pela execução da resolução "só pinto o cabelo no cabeleireiro", e inevitáveis visitas mensais ao salão (é a pdi, caneco, o meu cabelo não tem, definitivamente, a minha idade mental, mas sim a física), achei que sim senhora, foi muito giro, mas já chega. Não há pachorra, não há. Além da ginástica para marcar, a corrida para ir, o ioga das duas horas numa sala quente, cheia de ruído de ventania eléctrica, o cabeleireiro dá-me seca. Muita seca. São horas de vida que não voltam. Nem é o dinheiro que se gasta, que aqui a mega-calona até paga alegremente para se ver livre de trabalhos; é a seca. Se-ca.
Vai daí, ala a uma lojinha de produtos específicos, e sai com o revelador e tinta da marca (inoa, sem espinhas: o meu couro cabeludo não se dá com amoníaco). E ontem, zunga, sacar dos fundos do armário de casa de banho o pincel e tigelinha. Estou uma pro, pá. É claro que, da próxima, deito primeiro o revelador e só depois a cor e nuance* (estas ocupam espaço e depois é mais complicado aferir se estamos a por mesmo a quantidade devida). E, já agora, note to self, não voltar a fazer a coisa a olhómetro, quando se tem uma bimby onde se pode pesar as partes (60+30+30, respectivamente). Por acaso correu bem, não me caiu o cabelo nem nada, mas capaz de jurar que o olho não mede bem as gramagens. Adiante. E ainda se deu uma manicure caprichada, em hora e meia despachada, nos intervalos até uma sopa vigiada. Maravilha. Uma vez bricoleira, sempre fã do diy.


*fica a dica para quem pinta cabelos brancos: nunca usar só a cor nuance: misturar parte, pelo menos 1/2, de cor base (que são aquelas com número inteiro, tipo, 4, 5, etc); e o resto em nuance, dentro da mesma cor (quem usa cor base 4, deve usar nuance com a mesma cor, tipo 4,35). Com isto evitam que, com as lavagens, o cabelo comece a ficar com um ar encardido, avermelhado, ruço, enferrujado. De nada.

24 comentários:

  1. ai filha, nem consegui ler tudo, eu ainda me pergunto é que como é que nós, mulheres, nos damos a tanta trabalheira para termos uma determinada imagem que identificamos com feminina. E que tal se deixarmos os cabelos brancos a verem-se hein?
    Sabes quanto tempo perdes com esse novo e moderno look? Zero horas, zero minutos e zero segundos.
    tcharan!

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    1. Uma vez por mês, na altura em que tenho de pintar as raízes, tenho uma vontade doida de rapar o cabelo a máquina quatro e deixar crescer todo tal como está. Juro. Mas não consigo. Não consigo ver-me grisalha, e eu tenho muito cabelo branco, mesmo muito. Já com 32 tinha bastante. E por dentro sou uma gaiata de 27, não dá, é uma cena pessoal.
      Se agora quisesse assumir o grisalho nem sei como faria, não ia, de certeza, andar mais de um ano a deixar crescer como está. Se calhar tinha de pintar o cabelo de cinza, ou cortar curto. Nã.

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    2. ali na nossa zona mora uma senhora que costumo ver várias vezes e que fez isso: dá para ver pelo cabelo dela que a certa altura decidiu deixar de pintar. Agora tem o cabelo dividido ao meio verticalmente, isto é, a metade de cima está branca e a metade de baixo está loira. E digo-te , não é uma visão que me arrepie, não me sai nenhum ai qu'horror.

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    3. Nada contra, cada um faz como entende. Mas eu não conseguia :P E o contraste é maior, que sou "castanha".

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    4. falaram em cabelos brancos? :)
      Izzie, não entendi nada do asterístico, juro :/
      parece-me super complicado.
      (também sou "castanha" e neste momento estou tipo cruella, mas enfim. é demasiado trabalho e nunca tive grande paciência para pinturas, ainda mais com cabelos compridos. acho que é a fase pior, quando nem é carne nem é peixe. e infelizmente, nunca terei um daqueles cabelos todos brancos, lisos e disciplinados que acho lindos, snif)

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    5. oh, então e se fizerem um daqueles penteados que agora todas copiam, os "bob" ? porque é que acham que todas as fashionistas e celebridades acima dos trinta anos de repente acham que ter cabelo comprido está completamente out?

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    6. Wallis, a parte do asterisco é bués técnica, e são cenas que fui aprendendo. Se um gajo pinta só com o tubo acajou, ou castanho dourado, ao fim de uns tempos começas a ficar com os brancos em vermelho ruço, ou amarelado. Por isso tem de se usar a cor base (são, p. ex., castanho, louro, preto) misturado com a nuance do mesmo tom (número 4, por exemplo, é castanho, é o que uso; o cinco é castanho claro e por aí fora)
      Acho que fazes muito bem. E quando já tiveres muitos brancos, compra um champô adequado: os brancos amarelam, mas diz que há um champô roxo que os deixa branquinho prateado e lindos (conselho de uma cabeleireira que tinha cabelo descolorado)

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    7. a.i., ó eu armada em coisa: ainda as féchionistas andavam de cabelo pelo meio das costas, já eu usava o bob. A sério: há uns 5 anos tinha cabelo pelos ombros, escadeado, um dia fui ao meu Matt e saí de lá com um bob. Entretanto comecei a usar o bob mais comprido, e quando começou toda a gente a usar, fartei-me. Agora sou uma normaloide de cabelo (quase) direito.

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    8. ehehe, e fazes muito bem. Eu cá também uso um tommy (que sou chique), como em hilfiger, topas? (bob é nome de cão) (tommy é inventado por mim, significa cabelo cortado a direito, e que vai ficando cada vez mais comprido porque não tenho tempo de o ir cortar).

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    9. Tommy é muito bom! Vou adoptar ;P

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    10. antes de ter cabelo comprido também usava bob, a coisinha mai'simples de sempre (acho) :)
      não é só um problema de cor, os cabrões dos brancos são ondulados, pelo que provavelmente serei uma daquelas velhotas branquinhas sempre de carrapito :)

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    11. Carrapicho é fofixo! eu nunca conseguirei, com um cabelo tão liso.

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    12. tenho de vos ensinar tudo, hoje? não se é carrapito, o termo técnico é "coque", tzá?
      E aqui está a justificação doutrinária (das minhas próprias palavras, bem entendido):
      http://oldswitcheroo.blogspot.pt/2013/07/coque-nao-e-uma-palavra-pecaminosa-em.html

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    13. Coque 'tá bem, mas carrapitxo é mai'lindo.

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  2. Pois que eu às 33 primaveras já pinto, há uns bons anos, regularmente o cabelo e é uma bela de uma seca. Comecei a ter cabelos brancos muito cedo, a genética é lixada, e se não pintasse já tinha umas belas madeixas brancas como a Storm. Também sou fã do d.i.y. mas comecei a fazer alergia às tintas, tentei sem amoníaco, umas tintas de ervanária e caía-me sempre a pele do couro cabeludo, uma tristeza.
    Entretanto descobri a henna e adoro. É baratinha, não tem cheiros marcados e intoxicastes, não faz muita porcaria assim que se lhe apanhe o jeiti, o couro cabeludo nem pia, não desbota, não fico com as raízes mais claras e a cor resulta bem no meu tom de pele.
    O meu cabelo nunca esteve tão saudável e disciplinado como agora. Aliás,só está tão comprido graças à henna. O grande inconveniente da coisa é que tenho que estar com aquela mistela na cabeça pelo menos umas seis horas.
    Enfim, esta coisa da feminilidade dá muito trabalho, perdem-se anos de vida com estas coisas.

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    1. Anónima, comecei a ter cabelos brancos muito cedo, ali no fim dos vintes, e aos 33 também já tinha umas boas raízes. Adoro henna, adoro. O cabelo fica fenomenal, e forte. O único problema é o cheirete. Mas quando se tem muitos brancos já não resulta, a menos que se passe umas horas com a coisa... e seis horas, puxa, isso é que é devoção! ;)

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    2. Só para dizer que a henna da Lush é a melhor coisa que descobri em termos capilares - e eu já meti muita porcaria no cabelo. Nada de químicos agressivos, deixa o cabelo suave e brilhante e dá para pintar em casa só com os dedinhos (cobertos por luvas, mas ainda assim). O meu couro cabeludo hiper-sensível agradece. A cor sai bastante natural. Quanto ao cheiro eu costumo misturar meio frasquinho de óleos essenciais que sempre ajuda a disfarçar. Duas, três horas no máximo chegam ;)

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    3. Um dia destes vou lá espiolhar. Duas horas é martírio, mas até valerá a pena. No Celeiro disseram-me que nem pensar em cobrir brancos com henna, mas vou ver. O Inoa não me dá cabo do escalpe, mas é l'oreal, e isto é gente que testa em bichos (enfim, todas as cosméticas testam)...

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    4. A Lush das Amoreiras não costuma ter a hennas, estava sempre esgotado nos duas vezes que lá fui, o que é pena porque se houvesse podias levar amostras para casa para experimentar (eles são muito generosos nas amostras, uma das razões por que amo aquela loja). Na do Oeiras Parque não sei, nunca lá fui. Se fores brevemente a Londres aconselho a dar uma vista de olhos nas inúmeras Lushes de lá, essas sim sempre bem recheadas de produtos, pessoal competente e afável nas explicações de cada coisa, e com um cheiro divinal que apetece trazer tudo para casa. Eles têm uma política explícita de não testar em animais, de descrever tim-tim por tim-tim cada ingrediente que cada produto leva, de vender a maior parte das coisas a granel, e de dar todas as amostras que se queira para experimentar antes de decidir se queremos comprar o produto.

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    5. Pois, só conheço a das Amoreiras. Cá há pouquinhas. Como se eu precisasse de mais incentivos para ir a Londres (ando roída, e queria imeeenso comprar a colecção dos Roald Dahl para crianças. E diz que o David Walliams também escreveu uns muito giros. Adoro livros infantis.

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    6. oiçam, vocês vejam lá não façam muita pub grátis. vai na volta essas marcas têm por um orçamento para pub em blogues e ainda ganhavam uns trocados para tintas de cabelo. E por falar em infantis, ainda melhor se arranjarem uma criancinha, que a imagem de criança diz que dá para negociar uns cobres valentes.

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    7. Já são três pretextos para voltar a Londres. Acho que já se justifica :)

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    8. Esta é a henna que costumo comprar: http://www.ayur.com.pt/produtos-de-beleza/1236-fudco-pure-mehendi-henna-powder-.html O saco dura uns bons meses, visto que uso umas 50gr. de cada vez para pintar as raízes
      A da Lush nunca experimentei. O cheiro da henna é meio herbal, faz lembrar palha seca mas, depois de experimentar tintas que me faziam chorar os olhos, não me incomoda.
      Quando tiver mais brancas, talvez tenha que adicionar indígo à mistela porque a henna fica vermelhona nos cabelos mais claros. É preciso tempo mas cobre bem.
      A cor é bonita, nunca perde o brilho e as minhas "madeixas", que não são madeixas, são muito elogiadas. Raramente tenho necessidade de pintar as pontas mas as raízes demoram seis horas. Por norma, durmo com a cena na cabeça mas se fosse mais rápido era o ideal... Mas para ser mais rápido tem que ter químicos e a cútis não aprecia.

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    9. D.S., o chato é são só pretextos que implicam gastos :P (mais um: comprar cuecas no M&S. comprei dois pacotes no ano passado, em Praga, mas nunca são de mais. melhores cuecas de sempre. sou tão saloia.)

      Anónina, obrigada pelo link. Já fui cuscar ;)

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