quinta-feira, 21 de setembro de 2017

A Birra da Semana

Estou atascada de merda trabalho até ao pescoço, que estou, mas vou dispensar alguns minutinhos para dar vazão aqui a uma acidez que me consome reiteradamente todos os anos, por esta altura.
Não, não é a iminência dos dias tristes e frios (adoro a meia estação, por mim vivia sempre em primavera e outono), ou o tempo em geral: é o início do ano lectivo, mais concretamente, o universitário, e a inevitabilidade das praxes.
Ó caneco, pá, com franqueza, sinceramente, já não os posso ver. Ou ouvir, que aquilo é gente muito ruidosa.
Ainda há pedaço, vinda de almoço, me cruzei com uma súcia trajada de negro, a escoltar meia dúzia de mascarrados, e o ridículo da coisa é não só o todo, mas principalmente o facto de serem mais os veteranos (ou nem por isso, aposto que aquilo é gente que em Junho acabou o primeiro ano e foi logo encomendar o fatinho) que os praxados. Que figurinhas.
Outro dia, eram ali rés-vés oito da madrugada, e já o jardim do Campo Grande estava pejadinho de bípedes de negro, e tantos outros de t-shirt branca e penico/cone na cabeça. Revirar de olhos. Havia de ser a filha da minha mãe, a levantar de madrugada para estar na cidade àquelas tristes e não ledas horas da madrugada, para tão triste recompensa. Se ao menos houvesse bolo. Mas não; só um mequedonalde, cujo franchisado deve andar a esfregar as mãozinhas de contente, por estes dias. Mais uma hora de almoço, uma passagem no Campo Grande (tenho dado muitas voltas, nestes dias) e verifico que lá continuam, mas ainda mais, vultos de negro: espero que ao menos apanhem o lixo. Deves.
Se ao menos se restringissem àquele espaço, mas não, há que alardear a boçalidade para que qualquer incauto da mesma fique ciente: juro que já vi - e ouvi - bandos de morceguinhos a esvoaçar em locais que nem faço ideia se há uma faculdade a menos de um quilómetro.
Já nem abordando o princípio da coisa (epá, não me façam entrar por aí, que tarda nada a coisa deriva e ainda me chateio mais), isto é de uma tristeza, de uma rafeirice, de uma indigência que não se espera de universitários. E para quê, para integração? Ora, façam festas. Quemer e buer, that's the portuguese way. E, se querem associar uma actividade de alguma dureza e exigência, pois sigam o exemplo do pessoal de medicina veterinária, que foram para a União Zoófila limpar merda, encher comedouros e bebedouros, e, de caminho, dar uma alegria a pessoas e bichos. Isto sim. Lacrimejei. Comovi. Foi bonito saber, pá. Lá a ver.

21 comentários:

  1. Tão bom!! :D

    Ainda hoje de manhã, aqui para os lados da Escola de Turismo, vi um com os cabelos grisalhos. Até pensei "ah tão novo e já com cabelos brancos", juro. Mas depois virei-me para o ver de frente e olha, nova sou eu. Por acaso era filha minha que andava a ser praxada por maduros que andam na faculdade vai para 20 anos ;)

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    1. Cabelos grisalhos... pois. Esse já tinha boa idade para ter juízo. O que me faz lembrar, lá na minha havia também umas figuras muito antigas, que saiam sempre da toca nas praxes.

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    2. Olhem, não tendo nada a ver com o assunto, mas li ali em cima escola de Turismo (e eu aqui pelos estrangeiros ando um pouco perdida), sabem indicar boas faculdades onde haja o curso de turismo (ou relacionado), publicas e de preferência com residência universitárias?

      A que tenho ouvido/lido falar melhor é a do Estoril, mas ando um bocado perdida (e parece me que as professoras da "belle-fille" também não têm ajudado muito).

      Se não conhecerem, paciência, vou continuando aqui as minhas pesquisas...

      Obrigada por deixares roubar um bocadinho aqui o espaço

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    3. R., à vontade!
      Só conheço a do Estoril, e consta que é boa. Conheço uma pessoa que fez lá o curso, salvo erro de chef, ou cozinha, mas não sei a designação concreta.
      Isso das residências é que é capaz de ser mais complicado, cá em PT não existe muito esse recurso.

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    4. Pois, eu estive na UL e achei as residências um espectáculo, morei 3 anos numa mista no Rato (em frente ao Jardim botânico e ao para da IN) e adorei. E como será o IRS da mãe que entrará para pedido de bolsa (social, penso que ainda existe...), eu tenho a certeza que pedindo residência ela terá direito pelo menos ao quarto+propina. O que para nós (e ela) era excelente, já que a casa da avó é na capital mas minúscula. (E ainda falta mais uma belle-fille, faculdade em 2019 se correr bem, é e depois um fils, e apesar de não passarmos fome, é um grande rombo no orçamento...)

      Está, de tudo correr bem entra para o ano...

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    5. Um dos meus sobrinhos andou lá e gostou imenso. Dizem que é óptima e os miúdos saem bem formados. Este, por exemplo, conseguiu um estágio em Londres ;)

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    6. A "minha" maibelha este ano (2 do curso de Turismo equivalente ao 11) foi estagiar 1 mês em Fuertaventura por Erasmus, teve a nota máxima (diz que vai tentar novamente ir para Erasmus este ano, 3 meses, vamos ver).

      O que me deixa mais inchada é o facto que fui eu que botei o bichinho do Erasmus.

      R, a chatear a cabeça às "belles-filles" há 15 anos...

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    7. R, a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril é uma escola pública, especializada nas áreas do turismo, hotelaria e restauração, com 5 licenciaturas e 4 mestrados. Pode ver a oferta formativa da ESHTE em www.eshte.pt. Não tem residência universitária. Para poder aceder a uma das suas licenciaturas tem de concorrer a través do concurso nacional de acesso ao ensino superior, organizado pela DGES. Se pretender esclarecer mais dúvidas pode enviar email para gab.comunicacao@eshte.pt
      :)

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    8. Ena, isto é que é serviço público!
      Obrigada, anónimo/a!

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    9. Anónimo, muito obrigada, estou a ver que vamos ter pensar bem como fazer em relação à dormida, já que neste momento não faço a mínima ideia como e se funcionam as bolsas sociais, quais os valores atribuídos.

      De qualquer maneira vou perguntar à enteada qual ou quais os cursos que está interessada para ver a que exames se terá de inscrever (está num curso profissional, acho que só obrigada a fazer exame a português para completar o 12)

      Muito obrigada

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    10. Talvez a própria escola possa informar, ou dar indicação de como proceder quanto a bolsas sociais?
      Aqui em Lisboa os preços dos quartos são sempre mais altos, e neste momento estão proibitivos. Talvez perto do Estoril se encontre uma coisa mais em conta.

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    11. Sim, o melhor é entrar em contacto connosco por email. Estamos aqui a encher a caixa de comentários da Izzie ;)

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    12. Continuando o serviço público: há também a Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, em Peniche, que pertence ao Instituto Politécnico de Leiria. Tanto quanto eu sei, também tem residência. Têm um background mais ligado ao saber fazer do que à teoria, mas têm conquistado prémios em algumas áreas.

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    13. Eia, essa não conhecia. E em Peniche o alojamento é decerto mais barato. E o p'xinho é óptimo, afianço. rica sardinha.

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    14. Obrigada pela informação do IPL, já enviei a informação. Obrigada

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    15. E até poderá ser mais fácil conseguir estágios e emprego. Agora, apeteceu-me um.peixinho grelhado :D.

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  2. Querem "teambuilding" pois tomem lá "teambuilding".

    A praxe da rapaziada de Biologia e Biologia Marinha da Universidade do Algarve, consistiu em passar a tarde de terça-feira, 19 de Setembro, a retirar lixo da Ria Formosa, entre cordas, sacos, garrafas de plástico, beatas e até ténis de corrida. Comovi ;)

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    1. Muito, muito bom. Também comovi (ricos meninos, bêjufas da titi Izzie)

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  3. Pelo menos, essas praxes são úteis, por outro lado, retirar lixo da Ria Formosa deveria ser algo feito por trabalhadores pagos. É um pouco diferente de ajudar a UZ. Mas sempre é um progresso.

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    1. O ideal seria que o serviço fosse feito por trabalhadores pagos. MAS! como é só um dia, acabam por ajudar de forma útil, e chamar a atenção para o problema, digo eu.

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