quinta-feira, 10 de março de 2016

The horror, the horror

Interrompo esta blogo-sabática para vir aqui prestar um verdadeiro, único, premente serviço público na área da saúde pública, que os telejornais abrem, meiam e terminam com lixo vário, entre o qual diversas notícias sobre um tal de zika, mas sobre isto nicles, nada, népia, e a coisa - não querendo ser alarmista mas sendo, porque é preciso que alguém o seja, caramba, alerta, alerta, aos abrigos! - parece que já deixou de ser pontual, pelo menos a confiar na minha observação meramente casuística, e já toma proporções que não quero apelidar de dantescas, que essa qualificação fica reservada para jornalistas em época de fogos florestais, mas pronto, são preocupantes.

O fenómeno é o seguinte: pessoas relativamente jovens, do sexo feminino, de cútis laranja. Fosse eu um Nilton, e acrescentava "o que é isto?", mas não é caso para piadas, mesmo más. É um caso sério. Seríssimo. Com o qual contactei numa recente feira, onde diversas vendedeiras de produtos pseudo-féchion e tópe - e que não passavam de cenas importadas via ebay, ou ideias copiadíssimas ou tunning de acessórios banais via aplicação de fitinhas e outras merdinhas adquiridas chez chenez - apresentavam tal característica. Afligiu-me. Muito. Afastada a hipótese de solário ou férias na neve - muito laranja e pouco bronze - restou-me não aproximar muito, que nunca se sabe a origem e transmissibilidade da bicheza responsável por aquela sintomatologia. Como sou uma pessoa deveras optimista, pensei que podia ser um excesso de beta-caroteno, adquirido por ingestão de qualquer das iguarias grumê que também eram vendidas em viaturas trêndi-vintage naquele espaço.

Passou-se. Mas, entretanto, detectei a coisa fora de recintos com características semelhantes, que aliás não voltei a frequentar. Queria adiantar, para efeitos puramente científicos, o meu contributo para um estudo epidemiológico: detectei o fenómeno só em indivíduos do sexo feminino, aparentando menos de trint'anos, e, dentro deste grupo, moçoilas com ar beto-urbano, vestidas de acordo com blogo-tandances. Alguém pegue nisto, alguém arregace as mangas e investigue, alguém detenha esta catástrofe. Se a coisa se pega, vamos ser o país mais côlalanja possíííííível, em coisa de dois, três meses. Já ando de máscara, por via das dúvidas.

23 comentários:

  1. Se calhar são um clube de fãs do Trump...

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    1. Se calhar são adeptas do trumping: make your face great again!
      https://www.youtube.com/watch?v=xDgy37kPOZ4

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    2. eheheh, ´tá boa, esta :)
      (má escolha da cor -se bem que neste caso duvide que fique laranja- ou bronzeador ou oxidação da base... ou uma nova tendência, já estou por tudo)

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    3. Por acaso tenho sempre muitas dúvidas na escolha da cor da base, tenho tendência a ir para o mais claro, porque sou branquelas e tenho medo de ficar esquizóide. O melhor é pedir ajuda: na sephora aplicaram-me a base em metade da cara, para eu ter uma noção, e depois no resto (para não ficar com ar de parva), e afinal um tom mais escuro que o que ia levar era adequado.

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    4. mas lá não vês à luz do dia, é difícil... pede amostras, depois podes experimentar mais à vontade.
      (na sephora... corajosa!! :P)
      (porque acaso comigo foi sempre ao lado mas porque sempre me tentaram convencer a levar mais escuro, porque sou «muito branquinha» e é «para dar uma corzinha» arghhhhhhhhhhhh!!! depois dá no que dá!)

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    5. Ei, eu gosto da sephora, derivado de ter marcas que não há em mais lado nenhum e me gustan (a meke up forever e a benefit, perimxemplo). Mas uma coisa é verdade, as meninas de lá têm uma *certa* tendência para exagerar na sua própria maquilhagem, mas nunca me enganaram - ou eu não me deixo enganar, sei lá.
      Anyhoo, foi no dolce vita tejo, que tem luz natural no corredor, e depois de aplicar a base ela levou-me à porta da loja com o espelho, para ver. Acho que correu bem. Se tivesse trazido a que queria já tinha habilitações para concorrer ao posto de palhaço rico :D

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    6. (e volta e meia a sephora dá 23% de desconto, e lá vou eu reabastecer)

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    7. uma "certa" tendência, ahahah
      a gente depois conversa ;)

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    8. Isso, certa elevada ao cubo :D Eu xou uma rapariga ximples, praticamente do campo, e há cenas que me podem gabar até à exaustão que eu... não. Exemplo: blush. Não. Ia correr muito mal.

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    9. Ahaha... tb viste o vídeo do trumping? Não resisti a partilhar no Facebook quando o vi... nem sou dessas coisas mas há gente brilhante.


      Sabes,eu sofri muito desse mal laranja, e nem sou amiga do passitos Coelho. Era pq vivia num apê onde a janela do quarto não tinha muita luz natural e no WC a luz era amarelada. As vezes que cheguei ao emprego e na hora do xixizinho antes do almoço ia minando as calças com o susto que apanhava ao ver um pumpkin no espelho. Figurinhas...

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  2. É um flagelo. Nunca fui cor-de-laranja, nem sei como se atinge tal estatuto. É que nem as bases da loja chinesa que usava aos 15 anos me faziam isso.

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    1. É horrendo, Nádia. E miúdas tan giras, tan xóvwna, tan frescas. Não havia nexexidade.

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  3. Então,mas não foi a Pipoca que usou uma sombra laranja-escuro? Pois que as pipoquettes a seguem, sem vacilar.

    Também pode ser o mau uso do auto-bronzeador aquando da prática de solário.

    Resumindo, é só parvoíce.

    E não me falem em betas-urbano-new age, que a terrorista que há em mim desperta, só de recordar um trabalho que fiz para uma.

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    1. Mas isto não é uma sombra, é na cara toda, toda! Uma coisa pavorosa, deve haver uma base que foi hipé-divulgada ou assim. Por acaso fui noutro dia à sephora e tentaram impingir-me um autobronzeador facial que juro que era alaranjado... humm...

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  4. Pois, eu acho que é mesmo isso. Agora, há solários por todo o lado e, sendo tão baratos, atraem tudo o que é betaria. Claro que a qualidade do bronzeador comprado/fornecido não deverá ser muito grande.

    E eu queria dizer uma base.

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    1. Ah, nesta época da informação ainda há quem pague para ir apanhar cancro da pele ao solário? Caraças, julguei que já tinha passado essa moda besta

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  5. Live report from ruralidade: parece que o fenómeno encontra-se circunscrito às áreas urbanas. Por aqui não foram avistados indivíduos com sintomas semelhantes.

    (se a blogo-diva cá do burgo sabe disto, acaba-se o sossego...)

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    1. Anna, se a coisa aqui tomar proporções de calamidade, fazemos como no walking dead e fugimos para la campagna :D

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  6. É solário. As holandesas também são (quase) todas cor-de-laranja.

    (lá há solários em cada esquina)

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    1. A sério? solário? o pessoal não lê, não se informa? antes levar chapadas, a deitar-me naquelas sanduicheiras de cancro.

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  7. A minha esteticista não está cor-de-laranja, mas, sendo mais nova do que eu - eu, 34, ela, 32 - parece uma múmia envelhecida, a cara escanzelada. Não sei porquê o pessoas se mete naquela merda.

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  8. Sanduicheiras de cancro é muito bom.
    Jamais me apanhariam numa porra dessas. A minha claustrofobia guincha só de pensar.

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  9. Acrescenta aí o Donald Trump

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