segunda-feira, 11 de abril de 2016

Welcome to the jungle

O constante ruído de rodinhas de trolley na calçada;
As gritarias estivais de bandos ébrios, que às mais indecentes horas e em diversas línguas, davam voz à sua alegria;
Os ajuntamentos de fim de tarde de gente muito loira nas filas de caixa do lídele e tiny price;
A proliferação de lojecas que vendem, essencialmente, garrafinhas de variado teor alcoólico a qualquer hora;
Vários estabelecimentos com entrada no yelp e tripadvisor;
Alguns outros, pelo menos mais que um, decorados em estilo vintage-chic-boho, a providenciar brunch;
Não se poder usar o eléctrico como meio de transporte, ali entre Abril e fins de Outubro, devido a constante sobrelotação.
Tudo isto já eram sinais mais que evidentes, a que se veio somar, agora, os folhetos de imobiliárias a aparecer na caixa de correio, semana sim, semana não, simpaticamente oferecendo os seus serviços para nos vender a casa.
Mas a ficha cai, definitivamente, quando dás com o Manuel João Vieira a transitar no bairro.
Que, quando me mudei, ainda era sítio que suscitava franzir de narizes cépticos. Sinceramente? Acho que preferia o antes. Vivia muito bem com a (injusta, aliás) má reputação do local.
Suspiros.

8 comentários:

  1. I hear you, sista. Eu é mais do outro lado da colina (Graça, Feira da Ladra, Alfama), mas o metabolismo do eco-sistema tem sido mais ou menos esse, há já uns anos valentes. Pff.

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    1. Oh, somos quase vizinhas (eu estou rés-vés ao Bairro das Colónias, mas como vou à Graça e Feira da Ladra a pé, é bairro :P). Está infernal, mas a coisa começou a ficar pior há um ano, ano e meio. Antes era um bairro pacato.
      Caramba, até na Feira os preços subiram, que querem é sacar euritos aos incautos turistas. Ontem tocaram-nos à porta a perguntar se naquele prédio estava à venda algum andar, e mate respondeu que não. Como sou uma cusca fui à janela, ver: se não eram angariadores, cheios de folhetos, eu seja ceguinha.

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  2. x 2, já sabes, né. já ninguém me pode ouvir, mas isto está a ficar surreal. a rua está toda em obras, agora: excelente! :/
    vá lá, o flagelo das tuk tuk, na minha rua pelo menos, abrandou.
    os trolleys, meu deus, que raiva (às tantas da manhã, então, é de uma pessoa querer mandar coisas pela janela)
    não há volta a dar, pois não? :/

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    1. x2? Só? Deves levar com isto x5, no mínimo.
      Os trolleys, pá. Sabes que em Veneza são proibidos? Abençoados. E os tuk-tuk estão proibidos em Alfama, mas já ouvi dizer que vão à mesma. Na minha zona há é muitos a fazer vida como tuk-tukeiro, já vejo esses coisos em muitas garagens.
      Agora é aguentar, até no nosso tasco-mesa de fórmica preferido caem turistas. Mas deixa lá, não tarda fazem de Lisboa uma imensa Quarteira e os tóristas abalam para paragens mais genuínas. O tuga não pode ter uma galinha de ovos de ouro que não a estraçalhe.

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  3. Ao Manuel João Vieira eu até acho graça (que chique, o seu bairro é!), o que eu não vou achar piada é quando houver sítios em Lisboa a servir English breakfast. (ainda não há, pois não?)

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    1. Mas eu tinha quase a certeza que a zona do Manel João era Champ d'Oric! Qué qu'ele foi fazer ali, hein?
      Quanto ao english breakfast, ahém. com esse nome, não, mas adivinha lá o que leva o brunch? Ovos mexidos e bacon é quase sempre, e já vi com feijão e tomate.

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    2. Pois... E sabes o que vai bem no fim disso? Um tradicional Latte do Starbucks. *suspiro*

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    3. Ou um galão, como se dizia antigamente :P

      (uma vez sentei-me no starbucks, porque estava à espera duma 'soa. pedi uma bica, um aério. juro, não percebi. o café não era melhor que um delta)

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