segunda-feira, 29 de junho de 2015

The final countdown

Custa-me imenso que haja quem se congratule com a desgraça alheia (e mais ainda porque a acham merecida), mas não consigo entender que haja quem não entenda que a União Europeia é só tão forte como o seu elo mais fraco.
Avizinham-se tempos aterradores, e há quem ainda não tenha aberto os olhos para além do seu umbigo e vislumbrado que a Europa está cercada. Isto não é só uma questão de dinheiro. Antes fosse.

13 comentários:

  1. Estamos a entrar em águas nunca antes navegadas. Sinto que ninguém tem bem consciência das consequências deste braço de ferro. Não consigo culpar apenas uma das partes. Acho que instituições europeias e Grécia estiveram muito mal nas negociações. Uns porque prometeram coisas que não podiam cumprir. Os outros porque estão a tentar humilhar um país simplesmente por não concordarem com a ideologia do seu governo. Vamos ver no que dá...

    (gostei de te encontrar. apesar de andar um pouco afastada deste mundo dos blogs continuo a gostar de ler pessoas inteligentes e genuínas.)

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    1. Oh, Filipa, que bom ver-te por aqui! Já sabes que és muito bem-vinda, freguesa das antigas e com cabecinha pensadora :) (obrigada, derreti-me toda)

      Estou angustiada e com um bocado de medo, a ver o projecto europeu a desintegrar-se à minha frente. A Grécia não aguenta mais, e isto não vai lá com castigos puros e simples. Muitos alertaram que uma moeda única não funciona sem política monetária e financeira única; temos a prova, com esta crise, e agora era tempo de reconhecer erros, apanhar os cacos e recomeçar. Sim, na Grécia fez-se muita asneira. Mas esta humilhação e "expulsão" pode sair-nos cara. O Putin está ali ao lado, e Istambul também. A Grécia tem uma grande importância geoestratégica e, historicamente, muitas razões de queixa da Alemanha. Querem dar-lhes mais? Força. Ah, o Isis também agradece. A Europa já foi e devia manter-se um farol de estabilidade, união, progresso, respeito pelos direitos humanos, e está a tornar-se, de novo, um continente fragmentado por velhas querelas. Odeio isto.

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  2. E se não houvesse a grécia, quem seria o bode expiatório? Tem sempre que haver um fraco para que os fortes se possam alimentar, seja moral ou economicamente. Até aqui onde não nos faltam telhados de vidro, encontramos elementos do governo a afastarem-se orgulhosamente da grécia, que nem o filho bem comportado.

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    1. A postura do nosso (vómito) governo é de uma falta de visão e falta de noção que me deixam agoniada. Juro.

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    2. Mas há duvidas de quem seria o bode respiratório, como diria o Jesus, se n estou em erro :) nós claro.
      Depois da Grécia nós somos a outra "gaja" fácil p achincalhar. Só os portugueses q cantam de galo é q ainda n perceberam isso.

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    3. A estratégia vai ser eliminar os países de moeda tradicionalmente fraca, claro. A tal Europa a duas velocidades, contra a qual se lutou tantos anos, está a voltar. Vai existir um núcleo forte, e os periféricos. Patético.

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    4. E depois há coisas que me ultrapassam: porque é a Alemanha a ter a maior quota de pesca de bacalhau e nós somos o País que mais o consome.

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    5. Vou dar-te a resposta realista: porque pode.

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    6. e não só, os açores perderam se não toda, a maioria da quota de leite. quem a tem? os países nórdicos.

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  3. *enviando este post a Cavaco Silva (entre outros) a ver se o senhor começa a perceber alguma coisa de política, geopolítica e solidariedade*

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    1. Eu cá sei o que mandava ao Cavaco, uma rica poia fumegante embrulhadinha com todo o requinte. Que asco de pessoa, credo, já falta menos de um ano, é o que me consola.

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  4. De uma coisa acho que podemos estar certos: isto não vai melhorar nos próximos tempos, muito pelo contrário. Nós, tugas, vamos apanhar por tabela. Não acredito que fiquemos no euro, se a Grécia sair. E isto é a ver o copo meio cheio (sim, toda eu sou positivismo).

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    1. Anna, eu acho, sem ironias, que estás mesmo a ver o copo meio cheio. (somos pessoas muito positivas, sim)

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