*reclamo o papel de herdeira moral de Lauro Dérmio
Não percebo que alvoroço foi aquele com a Barbie e o Oppenheimer, da primeira já dei a opinião aí algures (feminismo instantâneo para intelectuais liberais), mas o último, ó senhores, com franqueza, e logo do Nolan, sinceramente, que já fez filmes que a-do-rei embora tenha percebido nicles, e Cilian, ó menino, venha cá ao colo da Izzie para explicar porquê, porquê, (eu sei porquê, era um filme feito ao Oscar, ora poças). O filme é uma chateza pegada, a banda sonora é irritantemente presente, tem cenas que são de desatar aos gritos, e não é por empatia às vítimas da bomba. Ó Florência, filha, tu já provaste que és boa, que o que fazes fazes muito bem feito, não é por ser o Nolan a dizer que sim que tu aceitas estar nua a falar com um nu, ambos sentados em cadeirões, que vergonha, até tive um micro AVC. O Downey Jr. vai muito bem e não envergonha ninguém, ao menos um. E visualmente é muito bonito, mas é do Nolan, se não fosse era empurrar o homem por uma ladeira, embrulhado numa carpete.
De resto, e em jeito telegráfico: Missão Impossível, não se incomodem, fica bem por aqui, até porque aquilo já é vício, saltar de penhascos, voar agarrado a um bimotor, o homem já começa a não ter idade. E é muito chato, fazia-se em metade do tempo, pô, já não se pode confiar em franchises de acção, hein?
Mentira, pode, quem ainda não viu vá ver os Bourne e The Equalizer (filha da mãe do Denzel, tomara o Fox, querias), que não são Bergman mas no género, upa upa.
The Thursday Murder Club, meh, leiam antes os livros que ficam mais bem servidos. O casting foi feito em regime de rifa, só pode, o Pierce Brosnan está terrível, e o que fizeram ao Bogdan, o Bogdan, logo o Bogdan, muito respeitinho pelo Bogdan, hein, que vergonhaça, darem aquela volta ao Bogdan. (não vou spoilar, leiam, o personagem é *****).
Termino com dois filmes que não posso dizer que adorei, visto que são, cada um da sua forma, perturbadores à brava, mas que me deixaram com a sensação que sim senhor.
Primeiro, Sinners, que é a prova de que a diversidade é uma coisa boa, que os filmes de vampiros / zombies / whatevs feitos e protagonizados pelos brancos do costume não saem do mesmo sítio, bocejo. Já este, caneco, não estava nada a ver. Aprecio ser surpreendida, que aprecio.
Segundo, e mais coise, Heretic, sendo que o Hugh Grant prova, definitivamente, que consegue meter medo. E não estou a falar do facto de os anos lhe terem caído em cima, quero lá saber, acontece a todos; é conseguir ser sinistro a um ponto de desconforto que bailhamedeuz, e só piora quando lhe sai aquele sorrisinho de garoto que marcou toda a sua carreira - e ainda tem! Ainda bem que vi em casa porque, que vergonha, disse várias vezes às meninas para se irem embora, a correr, tipo já, fujam, ide asinha, fora daí. Cruzes, que nervos tão grandes.
Pronto, e por hoje é tudo, óluais uateche gude muves.
[Repeti muitas vezes a palavra vergonha, ou derivados da mesma, mil perdões, mas ainda não tenho as sinapses totalmente afinadas e nem sempre temos tempo para procurar sinónimos. Podia ser pior, como esquecer-me de uma palavra a meio de uma frase, história recorrente dos meus últimos dias de trabalho, preciso de dormir mais.]