terça-feira, 17 de junho de 2025

Esta semana está a ser de estalo, o mau humor está a bater recordes olímpicos, e além disso está demasiado calor

 



Não sei se é um filtro que se instala automaticamente com a idade, apatia, ou declínio cognitivo, mas ando a desperdiçar imensas ocasiões de, justificadamente, responder torto com um nível de sarcasmo oscilando entre o moderadamente malcriado e o estratosfericamente ofensivo.
Se puder pedir alguma coisa desta vida, pu favô, gostava muito de voltar a conseguir responder de faca à goela e brilhinho nos olhos, essas *qualidades* que tantas vezes me foram repreendidas, derivado que o número de idiotas a abusar dos limites e a testar a minha paciência aumentou substancialmente, no último ano. Na ultima quinzena até parece que quadruplicou. 
(é por aqui que começa a saudade dos tempos da pandemia)

 

terça-feira, 3 de junho de 2025

Uma coisa boa por semana (iii)

 Como já revelei aqui há atrasado, desde Agosto do ano passado (mais coisa, menos coisa) que não conseguia ler, o que causava não só enorme frustração como um desgosto difícil de gerir. De repente, não havia leitura que me prendesse, ou livro que me deixasse acordada e em pulgas para o acabar. 

Ao contrário do que me sempre foi habitual, a altura das férias não serviu para pôr em dia (tentar, ao menos) as leituras mais exigentes; desculpando-me com cansaço, numa tentativa de normalizar o que de todo não era normal, fui optando por livros mais leves, e ainda assim não resultou. Desperdicei totalmente o segundo volume do Thursday Murder Club,  quando já me havia tornado fã entusiasmada com o primeiro (em ânsias pela série, e com muito medinho da prestação do Pierce Brosnan, como é que vai conseguir ser um "Red" Ron credível, pah, angústia). Já jurei solenemente que vou reler - foi o último que consegui acabar, e não me lembro absolutamente de nada.

Donde, uma coisa boa, esta semana, é a recomendação desta série policial, ideal para quem tenha muita saudadinha de um ambiente Agatha-Christiano (eu), mas em tempos modernos (interessante), com um grupo de bélhos reformados como protagonistas (resulta, vão por mim), personagens que deram trabalho a construir, têm vida dentro, e só por isso nos cativam (pah, se não gostarem de nem um, são más pessoas, só pode), e tramas bem construídas, por quem sabe o que está a fazer. Recomendo a versão inglesa, para quem possa / consiga, porque o humor, oh, o humor britânico, a subtileza, a fineza. 

Vou juntar mais uma coisa boa: não é o primeiro livro que consegui acabar desde o segundo volume do Thursday Murder Club, mas foi o primeiro que consegui não só acabar como ler com gosto, retendo e vivendo a história. Sucedeu isto ali para finais de Março último. E, ainda que nas actuais circunstâncias tenha representado uma enorme vitória, faço já o disclaimer que é uma novela curta (umas 80 páginas, ou perto) e levei uma semana inteira a conseguir ler. Noutros tempos seria uma tarde, mas é o que temos, é o que podemos, é o que festejamos.

A obra é esta, e recomendo sem reservas:

   


  Chorei no fim. E por causa do livro, não por andar choninhas há meses. Uma maravilha. Têm ali a editora, a feira do livro abre amanhã, ide, ide, asinha!