segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Hoje almoçamos douradinhos

 (mas com talher de peixe, que não somos uns selvagens)

Isto da alimentação saudável é muito giro, na teoria, mas os brócolos ( outras cenas verdes) não nascem nos cantos (a menos que se trate de bolores e aí, yeww), ficam amarelos com uma rapidez incrível, e nesta altura do ano a fruta não é por aí além variada ou apelativa. Acresce que uma pessoa tem de trabalhar e ainda limpar a casa toda antes de almoço, que já não dá para ignorar o estado de la-men-tá-vel acumulação de cotão e pó (daqui a nada ganha vida e depois temos um filme de terror cá em casa, fazemos a abertura noticiosa da cmtv, descoberta macabra: casal devorado por monstros de cotão. não queremos isso, não. 

Entretanto irritei-me (ainda mais), eu que até sou pessoa que anda a evitar irritar-se, derivado de já ser muito doente dos nervos e não precisar de estímulos extra, quando ontem vi no telejornal imagens de pessoas alegremente passeando (isso ainda vá) e abancadas em jardins (é proibido, caraças, proibido). Já vamos no décimo segundo mês disto e basta um raiozinho de sol para se mandar às urtigas todo o sacrifício que já levamos às costas, e com resultados evidentes; pô, ontem fomos desentorpecer as pernas de e até ao atm e ainda há gente que anda alegremente sem máscara, como se vivessem sozinhos no mundo, os psicopatas. Qualquer dia faz anos que se ia bater palminhas à janela aos médicos, enfermeiros e pessoal hospitalar; agora são mais os piretes e comentários abjectos (eu sei, eu sei, tenho de deixar de abrir caixas de comentários de notícias) de eles não querem é trabalhar, é para isso que lhes pagamos e por aí fora, já nem mencionando os chalupas pela verdade lá deles, que garantem que isto é tudo um grande embuste, os hospitais estão às moscas e os médicos e enfermeiros cantando e bailando. É como diz aquele chiste muito antigo (eu sou uma pessoa antiga, ainda me lembro do metro parar em em Arroios, vejam lá), se a estupidez pagasse imposto andavas todo carimbado e, acrescento eu, a avaliar pela parvoeira que por aí anda, não precisávamos de bazuca europeia que tínhamos os cofres cheios.

Haja paciência.  Hoje estou muito precisadinha.


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