Dois dias, dois, tirando os outros, mas agora são dois seguidinhos, a chafurdar na mais abjecta teia de mesquinhice, na mais pura e (mal) apurada merdice retórica. Dois dias, dois, a fuçar nos registos que comprovam uma triste história de incompetência alheia, uma lamentável lenda de incapacidade de resolução de problemas, uma revoltante falta de visão periférica, alargada, ao horizonte. Dois dias, dois, a destorcer o cérebro num slalom entre argumentos espiralados, a fazer uma timeline coerente de uma teia construída por uma aranha intoxicada, a passar a pente fino resmas de descrições, conclusões, ilações, a maior parte delas para as jogar fora. Dois dias, dois, a cortar palavras e reescrever frases, a limar parágrafos, a aparafusar ideias, depois de as desmontar do sítio onde não encaixam e encontrar o exacto ponto onde pertencem (a maior parte das vezes esse ponto chama-se "lixo"). Dois dias, dois, a pensar que há gente que acha que tem problemas, mas tem é moinhos de vento, queres problemas, ó vaca de merda, queres problemas, ó cabrão do caralho, senta-te aqui e eu conto-te uma história; a seguir, e para resolver esta esterqueira como deve ser, vais fazer o que digo e bico calado, chut, parou de gastar tempo e recursos a quem tem mais onde os gastar, ali, onde são mesmo precisos.
Se podia acabar isto hoje? Podia. Mas não me merecem essa consideração.
[como diz a minha mãezinha, depois de ouvir as minhas longas queixas e lamentos sobre a qualidade dos cidadãos contribuintes que me calham na sorte, deixa lá, filha, se as pessoas não fossem assim não tinhas trabalho. meh.]
Deste lado só tens solidariedade. Muita, mesmo.
ResponderEliminar(FYI, mudei-me para aqui http://rabiscos-soltos.blogs.sapo.pt/)
Patrícia, parece c'a gente está fadada a lidar com maluques, hein? hoje de manhã não tive um ataque graças ao cansaço e sono, sorte deles...
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