terça-feira, 5 de outubro de 2021

Da cuéstion

Se ainda tivesse vocação para isso (o que a idade faz às pessoas), ou sequer ainda se usasse, sim, este blog podia ser um lindo cartaz de emoções, um sem fim de posts confessionais, cheios de sentimento e coiso, vertendo aqui inúmeras (e desinteressantes) experiências pessoais para deleite dos voyeurs, educação dos sequiosos de lições de vida (parece que se ganha bem a escrever esse tipo de "literatura"), e aborrecimento dos normais.

Mas não. Uma pessoa precisa, quer, tem de saber separar a vida pessoal da vida blogal (para rimar, pá). Quanto mais não seja, por razões de sanidade (minha e dos demais). E depois há dias em que, antes, no meio ou passado o turbilhão, já não apetece pegar no caixote da fruta, pespegar lá em cima, e mandar bojardas relativas à fachização galopante a que se vem assistindo, resultados de eleições, o estado tremendamente lamentável do país e mundo, enfim, perde-se o ímpeto. Ou se calhar é preguiça, no meu caso é bem provável. Caraças, também tenho direito a ela, pá, estive a trabalhar domingo e hoje, feriado, da parte da tarde; ando numas agonias estomacais que só o stress explica, e já pondero encomendar um mapa astral que me ensine a enfiar o Rossio que é o meu trabalho na Betesga que são as 24 horas diárias.

Já ouvi falar mas não percebo bem (nem quero) o que é isso do mercúrio retrógrado, mas gostava de acreditar. Ao menos explicava. Alguma coisa. 

Para não irem daqui sem nada, uns conselhos da titi amiga:

- Se não forem fãs hard core do James Bond, como me mate, esperem que o filme passe na tv. A culpa é dele: depois de me por a ver o Bourne e, principalmente, John Wick, o 007 sabe a novela da tarde. E é graaaande, caneco. Filminhos de acção com duas horas ou menos, hein? Ver lá disso. Não é a Anna Karenina, pá.

- Sessões da manhã ou ao fim da manhã: sim, sim, sim. Pouca gente, não é preciso dizer mais nada. Ainda assim, tivemos o azar de ficar atrás (lugares marcados, sim, ainda há disso, felizmente) de uma família com prole que, acho eu, não sei, não seria ainda da idade adequada para um Bond. Acresce que as crianças não tinham ar de ter idade para serem abrangidas pela vacinação, e estavam todos a comer pipocas, i.e., sem máscara. Fuga para fila muito atrás, o que só é possível graças ao ponto anterior. Recomendo vivamente.     

5 comentários:

  1. Eu dei-me a louca e fui na sessão da noite de véspera de feriado. Um calor insuportável, gente a sair a meio. Enfim (o filme é muita bom).

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Oh, já não consigo ir a sessões de noite, sou uma pessoa idosa a quem lhe dá o soninho :D
      (me mate também achou. que o filme é muita bom. e ficou todo contente - neeeerd - porque tinha imensos easter eggs. eu não dei por nenhum, mas ele pôs-me a par. adoro-o, tinha de me sair um assim <3)

      Eliminar
  2. Oh a serio? Ja andava a achar o Bond muito novela ha uns tempos. O feedback que me filtram pelos algoritmos dos fazedores de dinheiro, e' que o filme e' um estrondo de bom, mas sendo o moco ingles, a perspectiva e' muito enviesada.

    Queres tu dizer-me que nao vale as £50 de babysitter e £30 de bilhetes para espreitar em cinema?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Trinta paus por dois bilhetes de cinema? Apre, aqui paga-se entre seis e sete por cada um, e já acho carote.
      Com franqueza, ir ver Bond ao cinema é um hábito que tenho desde que me mate entrou na minha vida; e ir ao cinema é sempre bom, portanto, acho sempre que vale a pena. Principalmente agora, depois de tanto confinamento.
      Anyhoo, a escolha é tua :D (mas se quiseres escolha, o Dune está mesmo aí a rebentar, e nesse cheira-me que é dinheiro bem empregue).

      Eliminar
    2. Já as criticas k me chegam do novo Dune não são assim tão boas. Tb gosto dos Bonds. Vou ve-los todos ao cinema, desde o primeiro com uns 12 anos e o Timothy Dalton. Quando me passar a tosse, hei de perder amor ao dinheiro e ir!

      Eliminar