quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Fui ver: era o ovário

{estrofe primeira}
Vem ter comigo à cozinha, e relata-me o que estava a sonhar: Deus [sim, esse; o Deus] convocava uma conferência de imprensa, revelava que sim senhor, existia, mas estava farto desta merda toda e ia tirar umas férias. Se paciente-zero para psicanalistas em formação fosse uma profissão, acho que ele reunia todas as condições para uma carreira de sucesso.

{e segue a segunda}
Em dois dias encarei a realidade e conformei-me: depois da lasca no lavatório, os riscos e ponto de ferrugem na banheira, parti a tampa do depósito da sanita [don't ask]. É mesmo este ano, a remodelação da casa-de-banho. Não me ap€t€cia nada, por variadas e válidas razõ€s, sendo uma delas a seguinte: banhinho [casa de banho de serviço não tem duche]. Vamos ter de nos mudar quinze dias [sou uma optimista e não abro] e fazer cem Ks diários. Vou ter de começar o calvário do pedido de orçamentos, e a romaria das lojas de materiais. Como o meu sentido estético insiste em viver acima das minhas possibilidades, já andei a namorar o catálogo Viúva Lamego [que tem os azulejos lisos e moldados mais bonitos de sempre] e a pesquisar "mosaico hidráulico". Obviamente, vou acabar a chorar lágrimas de sangue, e a pedir uma atençãozinha na mantovani ou na anlorbel.

{e finda aqui}
Isto de poder [maizoumenos] gerir o meu horário de trabalho é uma bênção [ou não, é conforme] que não aproveito devidamente. Principalmente porque tenho uma costela castelhana, e ali entre a uma e as quatro sou uma papa mole. Testado e garantido: se fizer duas horas de almoço, volto fresquinha e ultra produtiva. Então porque não o fazes? Olha, é a puta da culpa. E as bocas, fartinha de ouvir bocas, mesmo que não me sejam dirigidas, sempre que um troll insulta a maltinha do Estado, eu sinto. Aqui de lado. Como a lança que trespassou o outro. Vai daí, para calar a Olívia empresária [que aluga uma salinha aqui no condomínio que é o meu cérebro, salinha essa onde, aliás, nunca trabalhou, mas sediou a empresa que criou para sacar uns fundos europeus], dizia eu que para calar essa Olívia, que aparece sempre à porta quando passa a Olívia amanuense, e lhe grita impropérios do género lá vai ela ver montras e a gente a pagar, fico aqui, a fazer girar a manivela, mesmo que mais 'vagarinho. Um dia isto passa-me.

6 comentários:

  1. a segunda vê pelo lado positivo: ver catálogos de decoração, bricolage, escolher tudo de raiz, yay!

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    1. Mate já foi avisado que este fim de semana há excursão a Frielas :D
      (coitado, ele não é grande fã do maravilhoso mundo do revestimento cerâmico)

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  2. Olha, se quiseres, posso trocar contigo catálogos e orçamentos para pinturas. Tenho também alguns trabalhos de marcenaria/carpintaria para adjudicar (esta é a Olívia patroa a falar) e descobri esta semana que me f***ram a mesa da sala e os sofás, ou seja vou andar pelo Ikea. E ainda aproveito: se precisares de uma casinha na ruralidade para ficar, tenho uma que lá para 2050 deve estar pronta para alugar Quem é amiga, quem é? ;)

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    1. Já tenho uma casita na ruralidade relativa, ricos papais. Vai custar uma pipa de pitróil e cinco aérios de portagem por dia, but who cares?
      entretanto pus-me a magicar que já que tenho de aturar empreiteiros, aproveitava e dava-se uma demão no quarto. E arranjava as portadas. A minha vida sai-me caríssima, nisso estamos gémeas.
      (esses teus inquilinos, hein, era uma família de orangotangos?)

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    2. Era uma família de brasileiros... começaram por ser apenas 2, um casal de meia-idade. A última vez que contei eram já 7 (entretanto vieram as filhas... e um dos genros... e os netos). Foi um pesadelo e claramente um erro de casting (a culpa foi da Olívia costureira, essa desgraçada que acredita na boa fé dos outros). Este sábado vou reunir com os fiadores deles para se chegarem à frente com parte dos danos, pelo menos. Wish me luck...

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    3. Muito boa sorte. E cara feia! Ameaça com tribunal, facturas de obras e mobília, se eles tiverem juízo percebem que é melhor pagar agora menos.

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