Qual é a probabilidade de me baterem duas vezes*, da mesmíssima forma, no mesmíssimo sítio, a horas mui próximas? E se acrescentar que a) os danos são semelhantes; b) das duas vezes fui abalroada por um carro preto; c) conduzido por uma mulher?
Já sei, já sei: vou jogar no eurocoiso.
*não foi com o mesmo carro, mas não podemos querer tudo
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
In the name of love
E do rigor, também, que eu sou muito rigorosa, não gosto do cartaz. É que Jesus não tinha dois pais, tinha uma mãe (que foi emprenhada por um gabiru que só deu as caras quando lhe interessou) e um padrasto.
E quanto às reacções que vão por aí, fizeram lembrar-me isto:
Vá. Vá. A pôr o comprimido debaixo da língua. Depois os muçulmanos é que nãoseiquê, e reagem mal a umas piadas e blablablá.
E quanto às reacções que vão por aí, fizeram lembrar-me isto:
Vá. Vá. A pôr o comprimido debaixo da língua. Depois os muçulmanos é que nãoseiquê, e reagem mal a umas piadas e blablablá.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
My friends all drive Porsches, I must make amends
Gosto muito daquela anedota sobre a devota que reza, reza, reza que lhe saia a taluda; vai um dia, deunossosenhor, fartinho de a ouvir, responde "Oh, senhora, ao menos compre uma cautela!"
Assim estou eu: dava-me um jeitão que me caíssem no colo uns vinte milhões*, mas lembrar-me de jogar, 'tá quieto.
*valor que, contas por alto, daria para uma casa de sonho, uns projectos, e não ter de trabalhar até ao fim dos meus dias. não, não é para gastar tudo em chocolates. só algum.
Assim estou eu: dava-me um jeitão que me caíssem no colo uns vinte milhões*, mas lembrar-me de jogar, 'tá quieto.
*valor que, contas por alto, daria para uma casa de sonho, uns projectos, e não ter de trabalhar até ao fim dos meus dias. não, não é para gastar tudo em chocolates. só algum.
Everyday I love you less and less
Aquele momento em que uma crush por determinada escrita cai e se estilhaça, ao dar de caras com um "parecido a".
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
You say potato
Temos de falar.
Não és tu, sou eu.
Ou não.
Se calhar és mesmo tu, Zarita.
Tens um porco-espinho a viver na máquina de lavar, é?
Eu juro que gostava de ser mosca para ver a cara lá do pessoal da fábrica, num desses países miseráveis, a rasgar roupa que vai ser vendida por mais que o que eles ganham num mês.
Isto já passou a barreira do "distressed" e atingiu os mínimos para um internamento compulsivo. Pá. Pá. Largar trinta biscas por roupa estragada é novoluxo lucho.
Não és tu, sou eu.
Ou não.
Se calhar és mesmo tu, Zarita.
Tens um porco-espinho a viver na máquina de lavar, é?
Eu juro que gostava de ser mosca para ver a cara lá do pessoal da fábrica, num desses países miseráveis, a rasgar roupa que vai ser vendida por mais que o que eles ganham num mês.
Isto já passou a barreira do "distressed" e atingiu os mínimos para um internamento compulsivo. Pá. Pá. Largar trinta biscas por roupa estragada é novo
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016
Enquanto dormias
Não sei se deram conta, mas o Cavaco condecorou um cadastrado. E ainda dizem que a reinserção e reabilitação não funcionam, em Portugal.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
Another one bites the dust
Aproveitando que estou com uns azeites do camandro, derivado de conseguir sentir cada troço do meu sistema digestivo, o que, vai-se lá a entender, dificulta um bocadinho a função cerebral, e precisava dela para trabalhar, e assim não vamos a lado nenhum, adiante, destile-se um bocadinho de fel com a conversa do orçamento, caneco, que estou que já nem posso.
E confesso, eu até andava muito contente com esta solução governativa, que andava, mas desde que aconteceu um banif a fé esmoreceu-me um bocadinho, e reconheço que há tanto, mas tanto por onde pegar, perimxemplo, os impostos sobre energias, que encarecem imenso a produção, sim, estou a falar de iva e outros sobre electricidade e o ramalhete sobre combustíveis, não percebo a incapacidade de alguma esquerda entender que não é com esta taxação que se cria competitividade e etecétera, mas porra, que as empresas se queixem acho legítimo, já os particulares amofinarem porque os aconselham a usar meios alternativos, ide ver se estou ali, reclamem antes da miséria que são os transportes públicos fora dos grandes centros urbanos, isso é que era.
Idem aspas para a taxação do tabaco e bebidas alcoólicas ou suminhos e refrigerantes, caraças, andais a pagar iva de vinte e três por cento na lixívia, sabonete e detergente da roupa e é mesmo isto que vos importa, bando de coisos, e contra mim falo, viciadona em fumo e cola zero, embora lá aferir essas prioridades, hein.
Cheios de sorte, mazé, de eu não mandar nesta merda, que a minha opção para aumento da receita era por a bófia a cobrar a sério e a doer nas multas de estacionamento e toda e qualquer infracção estradal, era uma festa que só visto, só em redor de centros comerciais e estádios de futebol pagava-se o ésse-éne-ésse e ainda sobrava, caneco, os infractores que paguem a crise.
Por último, uma grande beijoca para os dirigentes sindicais da éfe-pê, que acham que o verdadeiro cavalo de batalha são as trinta e cinco horas, mas já-já, quando até estão prometidas, eu cá gostava era de saber onde andam os quatro dias de férias que perdi, mais os cortes que ainda se mantêm, mais a perda efectiva de rendimentos face à inflação, mais a falta de condições de trabalho, mais a perda de capacidade de resposta ao cidadão, tudo merdinhas que, essas sim, fazem da vida de quem trabalha nos serviços públicos uma merdoca jeitosa, e, tudo somado, tornam as cinco horas extra por semana num gigante nada, que não vale a pena trabalhar mais se a motivação desce cada vez mais, ninguém tem guita para pagar horas extra no a-tê-éle ou creche, ou a puta do fotocopiadora encrava, o cabrão computas crasha, o elevador está parado há mais de um mês, não há aquecimento ou climatização, a água da torneira sabe a cano velho, ou é a malta que tem de se quotizar para comprar um crlho dum microondas para aquecer a marmita, e o almoço é degustado na mesma secretária onde a papelada se amontoa.
E pronto, por agora é só isto.
E confesso, eu até andava muito contente com esta solução governativa, que andava, mas desde que aconteceu um banif a fé esmoreceu-me um bocadinho, e reconheço que há tanto, mas tanto por onde pegar, perimxemplo, os impostos sobre energias, que encarecem imenso a produção, sim, estou a falar de iva e outros sobre electricidade e o ramalhete sobre combustíveis, não percebo a incapacidade de alguma esquerda entender que não é com esta taxação que se cria competitividade e etecétera, mas porra, que as empresas se queixem acho legítimo, já os particulares amofinarem porque os aconselham a usar meios alternativos, ide ver se estou ali, reclamem antes da miséria que são os transportes públicos fora dos grandes centros urbanos, isso é que era.
Idem aspas para a taxação do tabaco e bebidas alcoólicas ou suminhos e refrigerantes, caraças, andais a pagar iva de vinte e três por cento na lixívia, sabonete e detergente da roupa e é mesmo isto que vos importa, bando de coisos, e contra mim falo, viciadona em fumo e cola zero, embora lá aferir essas prioridades, hein.
Cheios de sorte, mazé, de eu não mandar nesta merda, que a minha opção para aumento da receita era por a bófia a cobrar a sério e a doer nas multas de estacionamento e toda e qualquer infracção estradal, era uma festa que só visto, só em redor de centros comerciais e estádios de futebol pagava-se o ésse-éne-ésse e ainda sobrava, caneco, os infractores que paguem a crise.
Por último, uma grande beijoca para os dirigentes sindicais da éfe-pê, que acham que o verdadeiro cavalo de batalha são as trinta e cinco horas, mas já-já, quando até estão prometidas, eu cá gostava era de saber onde andam os quatro dias de férias que perdi, mais os cortes que ainda se mantêm, mais a perda efectiva de rendimentos face à inflação, mais a falta de condições de trabalho, mais a perda de capacidade de resposta ao cidadão, tudo merdinhas que, essas sim, fazem da vida de quem trabalha nos serviços públicos uma merdoca jeitosa, e, tudo somado, tornam as cinco horas extra por semana num gigante nada, que não vale a pena trabalhar mais se a motivação desce cada vez mais, ninguém tem guita para pagar horas extra no a-tê-éle ou creche, ou a puta do fotocopiadora encrava, o cabrão computas crasha, o elevador está parado há mais de um mês, não há aquecimento ou climatização, a água da torneira sabe a cano velho, ou é a malta que tem de se quotizar para comprar um crlho dum microondas para aquecer a marmita, e o almoço é degustado na mesma secretária onde a papelada se amontoa.
E pronto, por agora é só isto.
Outbreak
Juro que gostava de poder entrar na cabeça de certas pessoas, passear pelos becos e vielas do seu raciocínio, bater às portas e cancelas do seu entendimento, entrar afoitamente e rebuscar cada cantinho, vasculhar toda a gaveta.
Talvez então conseguisse perceber que tipo de descontracção zen leva a que alguém tenha um filho doente, apanhe o mesmo bicho do filho, continue (alegremente) a ir trabalhar, e não se preocupe por aí além com o seu estado e o do petiz, a pontos de não lhe ocorrer, sei lá, levar o coisinho a uma urgência, um pediatra, ou, tudo o mais falhando, enfiá-lo numa campânula, uma cela esterilizada e, de caminho, a mãezinha enfiava-se lá também e não contactava com terceiros inocentes até acabarem com toda a medicação possível e imaginária.
Ai, que alarmista és. Pois sou: isto dura já há quinze dias. Duas semanas. Nem vou fazer contas às horas. Durante as quais conseguiu transmitir a bicheza a colegas de trabalho, e um deles, por sua vez, o passou a amantíssima espoNZa. Como sou contra a blogo-escatologia, não vou esmiuçar sintomas. Mas é desagradável. Que é. E ligeiramente incapacitante. A relação causa-efeito está mais que determinada, quando ao fim-de-semana a situação amaina e esmorece, domingo à noite o pobre casal está supimpa, mas passada segunda, tau, ele volta ao mesmo, e quanto à tal da EspoNZa, à quarta, o mais tardar, lá está ela outra vez. E hoje é quarta. Outra vez. Just sayin'. Agoniadérrima.
Talvez então conseguisse perceber que tipo de descontracção zen leva a que alguém tenha um filho doente, apanhe o mesmo bicho do filho, continue (alegremente) a ir trabalhar, e não se preocupe por aí além com o seu estado e o do petiz, a pontos de não lhe ocorrer, sei lá, levar o coisinho a uma urgência, um pediatra, ou, tudo o mais falhando, enfiá-lo numa campânula, uma cela esterilizada e, de caminho, a mãezinha enfiava-se lá também e não contactava com terceiros inocentes até acabarem com toda a medicação possível e imaginária.
Ai, que alarmista és. Pois sou: isto dura já há quinze dias. Duas semanas. Nem vou fazer contas às horas. Durante as quais conseguiu transmitir a bicheza a colegas de trabalho, e um deles, por sua vez, o passou a amantíssima espoNZa. Como sou contra a blogo-escatologia, não vou esmiuçar sintomas. Mas é desagradável. Que é. E ligeiramente incapacitante. A relação causa-efeito está mais que determinada, quando ao fim-de-semana a situação amaina e esmorece, domingo à noite o pobre casal está supimpa, mas passada segunda, tau, ele volta ao mesmo, e quanto à tal da EspoNZa, à quarta, o mais tardar, lá está ela outra vez. E hoje é quarta. Outra vez. Just sayin'. Agoniadérrima.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016
Deathwish
Assim a modos de preparação, e porque sempre estou sentada e se evita o tombo, comecei a pesquisar e consultar catálogos de revestimentos, louça sanitária, torneiras, colunas, resguardos e bases de duche online.
Confirma-se: ainda bem que estava sentada.
Mantenho: tenho um gosto acima das minhas possibilidades.
Confirma-se: ainda bem que estava sentada.
Mantenho: tenho um gosto acima das minhas possibilidades.
sábado, 6 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016
So much to do, so little time
Ele há tanto fim-de-semana em que não se passa nada, e neste, hã, neste calha suceder, ocorrer, acontecer, ao mêmo tempo e em simultâneo, a Feira das Almas, a Feira do CCB, e a Crafts&Design, que leva o prémio para o nome mais cagão de sempre, o que os safa é que se trata, comprovadamente, da melhor feira de artesanato de Lisboa. Até ver, que a do CCB não conheço, mas asseguraram-me ser janotíssima. É pena é situar-se ali no eixo do passeio dos tristes; chamem-me nomes, mas cada vez que vou a Belém no fim-de-semana apanho um enjoo de turistas e casais&crias a brincar às famílias funcionais, e até concedo, é mais funcional que enfiarem-se todos no colombo, cala-te boca, que se calhar é para onde vão nos dias de chuva.
Anyhoo, sendo que ainda sucede, ocorre, acontece um almoço de aniversário, a necessidade de me ir actualizar quanto a revestimentos e loiças sanitárias, e também gostava de ir ver o Animalisa, agora só numa sala e num horário merdoso, o mais provável é que nesta angústia da escolha, na ansiedade de não perder uma, ocorra, aconteça, suceda um major meltdown, e acabe por ficar em casa embrulhadinha numa manta e a debitar Olive Kitteridge e Inspector Morse. Sou uma pessoa muito doente, não me posso inquietar.
Anyhoo, sendo que ainda sucede, ocorre, acontece um almoço de aniversário, a necessidade de me ir actualizar quanto a revestimentos e loiças sanitárias, e também gostava de ir ver o Animalisa, agora só numa sala e num horário merdoso, o mais provável é que nesta angústia da escolha, na ansiedade de não perder uma, ocorra, aconteça, suceda um major meltdown, e acabe por ficar em casa embrulhadinha numa manta e a debitar Olive Kitteridge e Inspector Morse. Sou uma pessoa muito doente, não me posso inquietar.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
Não perlimpimparás
E depois uma pessoa sente-se frágil, não resiste à tentação de dar uma voltinha e entrar no antro do mal que é uma determinada loja com utilidades domésticas, objectos decorativos e bric-a-brac vário, e dá de caras com uma coisa que, ihihihihih, ficava tão gira lá no tasco apalhaçado a que chama lar, e pega-lhe, e mira-a ao alto, e pensa vou levar, e depois soa uma campainha vinda do ainda vivo lado sensato do cérebro, ei, há aqui qualquer coisa que não bate certo, e olha-se com olhos de ver, e eh pá, fica na loja.
É o que dá entregar a manufactura a quem nem um O level tem, o problema da ileteracia funcional não é só nosso.
Alguém nota?
[já que estou em maré livro de reclamações: a padaria portuguesa pode enfiar os seus croissant brioche lá, onde o sol não brilha. um gajo abre aquilo e a massa com consistência de chicla mastigada, ou seja, o fermento, pá, o fermento mal dissolvido, não fermentado, e o resto?, cru, cru que parecia plasticina. não voltei lá para lhes atirar a cena às fuças que só o que ia gastar em parque não compensava.]
É o que dá entregar a manufactura a quem nem um O level tem, o problema da ileteracia funcional não é só nosso.
Alguém nota?
[já que estou em maré livro de reclamações: a padaria portuguesa pode enfiar os seus croissant brioche lá, onde o sol não brilha. um gajo abre aquilo e a massa com consistência de chicla mastigada, ou seja, o fermento, pá, o fermento mal dissolvido, não fermentado, e o resto?, cru, cru que parecia plasticina. não voltei lá para lhes atirar a cena às fuças que só o que ia gastar em parque não compensava.]
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016
Fui ver: era o ovário
{estrofe primeira}
Vem ter comigo à cozinha, e relata-me o que estava a sonhar: Deus [sim, esse; o Deus] convocava uma conferência de imprensa, revelava que sim senhor, existia, mas estava farto desta merda toda e ia tirar umas férias. Se paciente-zero para psicanalistas em formação fosse uma profissão, acho que ele reunia todas as condições para uma carreira de sucesso.
{e segue a segunda}
Em dois dias encarei a realidade e conformei-me: depois da lasca no lavatório, os riscos e ponto de ferrugem na banheira, parti a tampa do depósito da sanita [don't ask]. É mesmo este ano, a remodelação da casa-de-banho. Não me ap€t€cia nada, por variadas e válidas razõ€s, sendo uma delas a seguinte: banhinho [casa de banho de serviço não tem duche]. Vamos ter de nos mudar quinze dias [sou uma optimista e não abro] e fazer cem Ks diários. Vou ter de começar o calvário do pedido de orçamentos, e a romaria das lojas de materiais. Como o meu sentido estético insiste em viver acima das minhas possibilidades, já andei a namorar o catálogo Viúva Lamego [que tem os azulejos lisos e moldados mais bonitos de sempre] e a pesquisar "mosaico hidráulico". Obviamente, vou acabar a chorar lágrimas de sangue, e a pedir uma atençãozinha na mantovani ou na anlorbel.
{e finda aqui}
Isto de poder [maizoumenos] gerir o meu horário de trabalho é uma bênção [ou não, é conforme] que não aproveito devidamente. Principalmente porque tenho uma costela castelhana, e ali entre a uma e as quatro sou uma papa mole. Testado e garantido: se fizer duas horas de almoço, volto fresquinha e ultra produtiva. Então porque não o fazes? Olha, é a puta da culpa. E as bocas, fartinha de ouvir bocas, mesmo que não me sejam dirigidas, sempre que um troll insulta a maltinha do Estado, eu sinto. Aqui de lado. Como a lança que trespassou o outro. Vai daí, para calar a Olívia empresária [que aluga uma salinha aqui no condomínio que é o meu cérebro, salinha essa onde, aliás, nunca trabalhou, mas sediou a empresa que criou para sacar uns fundos europeus], dizia eu que para calar essa Olívia, que aparece sempre à porta quando passa a Olívia amanuense, e lhe grita impropérios do género lá vai ela ver montras e a gente a pagar, fico aqui, a fazer girar a manivela, mesmo que mais 'vagarinho. Um dia isto passa-me.
Vem ter comigo à cozinha, e relata-me o que estava a sonhar: Deus [sim, esse; o Deus] convocava uma conferência de imprensa, revelava que sim senhor, existia, mas estava farto desta merda toda e ia tirar umas férias. Se paciente-zero para psicanalistas em formação fosse uma profissão, acho que ele reunia todas as condições para uma carreira de sucesso.
{e segue a segunda}
Em dois dias encarei a realidade e conformei-me: depois da lasca no lavatório, os riscos e ponto de ferrugem na banheira, parti a tampa do depósito da sanita [don't ask]. É mesmo este ano, a remodelação da casa-de-banho. Não me ap€t€cia nada, por variadas e válidas razõ€s, sendo uma delas a seguinte: banhinho [casa de banho de serviço não tem duche]. Vamos ter de nos mudar quinze dias [sou uma optimista e não abro] e fazer cem Ks diários. Vou ter de começar o calvário do pedido de orçamentos, e a romaria das lojas de materiais. Como o meu sentido estético insiste em viver acima das minhas possibilidades, já andei a namorar o catálogo Viúva Lamego [que tem os azulejos lisos e moldados mais bonitos de sempre] e a pesquisar "mosaico hidráulico". Obviamente, vou acabar a chorar lágrimas de sangue, e a pedir uma atençãozinha na mantovani ou na anlorbel.
{e finda aqui}
Isto de poder [maizoumenos] gerir o meu horário de trabalho é uma bênção [ou não, é conforme] que não aproveito devidamente. Principalmente porque tenho uma costela castelhana, e ali entre a uma e as quatro sou uma papa mole. Testado e garantido: se fizer duas horas de almoço, volto fresquinha e ultra produtiva. Então porque não o fazes? Olha, é a puta da culpa. E as bocas, fartinha de ouvir bocas, mesmo que não me sejam dirigidas, sempre que um troll insulta a maltinha do Estado, eu sinto. Aqui de lado. Como a lança que trespassou o outro. Vai daí, para calar a Olívia empresária [que aluga uma salinha aqui no condomínio que é o meu cérebro, salinha essa onde, aliás, nunca trabalhou, mas sediou a empresa que criou para sacar uns fundos europeus], dizia eu que para calar essa Olívia, que aparece sempre à porta quando passa a Olívia amanuense, e lhe grita impropérios do género lá vai ela ver montras e a gente a pagar, fico aqui, a fazer girar a manivela, mesmo que mais 'vagarinho. Um dia isto passa-me.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016
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