quarta-feira, 19 de dezembro de 2018
sexta-feira, 14 de dezembro de 2018
The Cat Diaries (17)
Selina Kyle* está muito doentinha. Selina Kyle está, desde ontem, internada. Selina Kyle está, desde domingo, diagnosticada com uma pneumonia e a antibiótico duas vezes por dia. Todavia, Selina Kyle piorou, de repente.
Selina Kyle começou a ter uma tossita seca na primeira semana em que esteve connosco, tossita que passou a mais ruidosa no fim-de-semana seguinte. Selina Kyle foi levada prontamente ao vet do bairro, onde auscultaram, desvalorizaram (que seria uma bronquitezita, toma lá antibiótico de largo espectro, mas provavelmente é viral e blablablá o sistema imunitário vai funcionar). Selina Kyle continuou, como sempre esteve até aí, aliás, muito bem disposta, ronronante, e comilona. Até que no domingo passado volta a tosse cavernosa e, encostando o ouvido ao pequenito tórax, se nota uma farfalheira do caraças.
Corremos para o hospital veterinário, onde somos atendidos por uma vet que sabe da poda: pela primeira vez, primeira vez, repito, tiram-lhe a temperatura e observam a boca (sim, achei estranho que a vet novinha no coiso lá do bairro não o tivesse feito, afinal já vamos no 5º felino, mas eles é que tiraram o curso, né) , felizmente não tem febre, mas há a notícia que ela será mais velha que pensámos (já tem dentição definitiva), é mas é pequenina, passou fominha e privações. Sabemos lá há quanto tempo estaria na rua, como foi tratada antes, o que isso lhe fez ao desenvolvimento e sistema imunitário, e explica a vontade e alegria com que comia, que pelo menos numa semana e meia aumentou meio quilo. A vet ausculta, fica com a certeza mas faz raio x para confirmar: pneumonia. E pronto, medicada, cheios de recomendações, voltámos a casa.
Ontem de manhã estava, como habitual, comunicativa, bem disposta, tinha despachado todo o granulado que lhe deixámos, e ainda aviou quase meia latinha de patê com o comprimido lá disfarçado. Ao fim da tarde estava apática, olhar perdido, arfante, e recusou o patê (!!!). Ambos tivemos a mesma premonição negra e corremos para o vet, onde se fez novo raio x e se confirmou que não estava melhor, pelo contrário. Ficou lá, e nós fomos para casa com a lágrima a rebentar (ah, fosga-se, chorámos, ok? so what? ), tentar dormir, e pronto. Hoje de manhã já se ligou e a menina está estabilizada, continua com uma frequência respiratória muito acelerada, continua com prognóstico reservado, e vão avançar para um antibiótico mais agressivo, porque os benefícios são superiores aos potenciais riscos (atraso no crescimento, que se lixe, prefiro uma gatinha bonsai mas viva).
Anyhoo, estamos os dois cá com uma motivação para trabalhar que nem vos digo, nem vos conto. Numa angústia que esperei nunca voltar a sentir. Numa ansiedade que não se explica. Com o coração com o exacto tamanho e formato de uma uva passa.
[qué a minha bebecas boa e de volta]
*acabou por ser escolhido Selina Kyle por razões de temperamento: à nossa frente um anjinho com cara de quem não parte um prato, mas na primeira noite que a deixámos na divisão onde habita - escritório - com a porta da jaula aberta, armou cá uma barraca, jasus, trepou onde achámos que não conseguiria trepar, escavou um vaso e provou uma planta (não é tóxica, a casa está cat-proofed), além de que achou giro jogar areia na exacta direcção da porta da caixa. Uma santa de dia, uma cat burglar do mal de noite. Confere.
terça-feira, 11 de dezembro de 2018
Let's look at the traila
Não, ainda não subscrevemos o Netflix. E já não tenho pressa: com o pacote de cabo que temos já não nos sobra tempo, quanto mais. Ultimamente tenho / temos racionado muito, que às nove e meia, dez da noite estamos podres de todo (é isto, a meia idade?), mas no fim de semana vingo-me, porque nunca consigo dormir para lá das oito e meia (sim, deve ser a meia idade), e ponho episódios em dia.
E não, também não vamos ao cinema. Desde logo, sessão da noite, a gente adormece (definitivamente, é a meia idade). Acresce que somos seres anti-sociais e claustrofóbicos, para quem estar numa sala fechada já é complicado, mas junte-se a isso gente que não consegue estar duas horas a apreciar uma história, calada, sem olhar para o telelé, ou sem mastigar, e temos as condições perfeitas para um ataque psicótico. Não faz mal: espera-se e passa nos canais de filmes.
Então o que tem passado na tela lá de casa, quase vos ouço, a explodir de curiosidade (façam-me a vontade, a minha vida não é muito interessante):
- Dois filmes muitíssimo janotas, para lá de bons, e que até é pena não ter visto numa tela a sério: Três Cartazes à Beira da Estrada e Moonlight. Adorámos ambos os dois, apesar de, em estilo não terem nada a ver.
Nem era eu se não mandasse a boca, cá vai: aquelas pessoas que dizem que não há cá nenhuma discriminação nas nomeações para prémios, porque não há filmes escritos / protagonizados / realizados por negros, e que isto deve-se a não haver quem os faça, olha, ide-vos fornicar, ponde os olhinhos neste e de caminho no Straight Outta Compton, que é cá um estoiro de filme, pá, e olhem que eu abomino, odeio rap. Se não há mais é porque não os conseguem fazer, digo eu, aposto eu. Porque gente de altíssima qualidade não falta. Acesso, acesso é privilégio que certas pessoas não têm. end of rant.
- De caminho acedi a fazer companhia a me mate num dos seus fetiches (western spaguetti), e vimos o Django. O original. Adorei. Como acompanhamento, tive direito a palestra de me mate sobre o género, o realizador (Sergio Corbucci - que parece que era uma beca comunista, e nota-se), Franco Nero, e por aí fora, mais a promessa (ameaça?) que um dia destes me punha a ver Giallos. Deves.
- De séries, começámos Escape at Dannemora, que parece sim senhora, mas a ver vamos. Já eu, aproveito o (pouquíssimo) me time para o meu fetiche, isto é, o género policial. Se for de produção britânica, ainda melhor; mesmo que levezinho como o Father Brown entretém e satisfaz q.b. Para dias em que uma pessoa aguenta e almeja algo mais encorpado, tenho lá a terceira temporada de Shetland para aviar. Adoro, pá.
- Na secção comédia, tenho que confessar que o preconceito puro, bruto e burro nos ia privando de uma série que deve ser das coisinhas mais bem escritas e montadas dos últimos tempos, e com um elenco que upa-upa. Embora tenha sido precisamente o preconceito quanto a um dos actores que nos afastou até recentemente - eh pá, o que eu embirro com o Andy Samberg, aquela cara é mêmo boa para um par de estalos. Não tanto como embirro com o Adam Sandler (vómito), mas quase. Falo de Brooklin 99, que é awwwwwsome. Tão bom. Tão bem escrito. Com tanto ritmo. Com personagens tão bons. Com tanto absurdo e tontice. A nossa dose diária de descompressão. E o que eu amo o Capitão Holt? Emoji carinha com corações nos olhos.
E pronto, estamos assim.
Como é habitual, qualquer recomendação, faz favor, a gerência agradece.
E não, também não vamos ao cinema. Desde logo, sessão da noite, a gente adormece (definitivamente, é a meia idade). Acresce que somos seres anti-sociais e claustrofóbicos, para quem estar numa sala fechada já é complicado, mas junte-se a isso gente que não consegue estar duas horas a apreciar uma história, calada, sem olhar para o telelé, ou sem mastigar, e temos as condições perfeitas para um ataque psicótico. Não faz mal: espera-se e passa nos canais de filmes.
Então o que tem passado na tela lá de casa, quase vos ouço, a explodir de curiosidade (façam-me a vontade, a minha vida não é muito interessante):
- Dois filmes muitíssimo janotas, para lá de bons, e que até é pena não ter visto numa tela a sério: Três Cartazes à Beira da Estrada e Moonlight. Adorámos ambos os dois, apesar de, em estilo não terem nada a ver.
Nem era eu se não mandasse a boca, cá vai: aquelas pessoas que dizem que não há cá nenhuma discriminação nas nomeações para prémios, porque não há filmes escritos / protagonizados / realizados por negros, e que isto deve-se a não haver quem os faça, olha, ide-vos fornicar, ponde os olhinhos neste e de caminho no Straight Outta Compton, que é cá um estoiro de filme, pá, e olhem que eu abomino, odeio rap. Se não há mais é porque não os conseguem fazer, digo eu, aposto eu. Porque gente de altíssima qualidade não falta. Acesso, acesso é privilégio que certas pessoas não têm. end of rant.
- De caminho acedi a fazer companhia a me mate num dos seus fetiches (western spaguetti), e vimos o Django. O original. Adorei. Como acompanhamento, tive direito a palestra de me mate sobre o género, o realizador (Sergio Corbucci - que parece que era uma beca comunista, e nota-se), Franco Nero, e por aí fora, mais a promessa (ameaça?) que um dia destes me punha a ver Giallos. Deves.
- De séries, começámos Escape at Dannemora, que parece sim senhora, mas a ver vamos. Já eu, aproveito o (pouquíssimo) me time para o meu fetiche, isto é, o género policial. Se for de produção britânica, ainda melhor; mesmo que levezinho como o Father Brown entretém e satisfaz q.b. Para dias em que uma pessoa aguenta e almeja algo mais encorpado, tenho lá a terceira temporada de Shetland para aviar. Adoro, pá.
- Na secção comédia, tenho que confessar que o preconceito puro, bruto e burro nos ia privando de uma série que deve ser das coisinhas mais bem escritas e montadas dos últimos tempos, e com um elenco que upa-upa. Embora tenha sido precisamente o preconceito quanto a um dos actores que nos afastou até recentemente - eh pá, o que eu embirro com o Andy Samberg, aquela cara é mêmo boa para um par de estalos. Não tanto como embirro com o Adam Sandler (vómito), mas quase. Falo de Brooklin 99, que é awwwwwsome. Tão bom. Tão bem escrito. Com tanto ritmo. Com personagens tão bons. Com tanto absurdo e tontice. A nossa dose diária de descompressão. E o que eu amo o Capitão Holt? Emoji carinha com corações nos olhos.
E pronto, estamos assim.
Como é habitual, qualquer recomendação, faz favor, a gerência agradece.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2018
[o estado a que chegámos]
[já me aconteceu.
também já aconteceu parar o carro, enfiar o casaco, por mala a tiracolo, pegar na demais tralhôncia que tinha para carregar, abrir porta, não conseguir sair, verificar se prendi saia/casaco/alça da mala em qualquer coisa, não, voltar a tentar sair, que raio, estou presa, preeesaaaaa, aahhhhh, que feitiçaria é esta, socorrooooo, ah, o cinto. tirar o cinto. pois.
não puxar o travão de mão, parar e esquecer de desligar a ignição antes de tirar os pés dos pedais: paletes.
e tomo eu vitaminas, que faria.]
segunda-feira, 3 de dezembro de 2018
The Cat Diaries (16) Decisões, decisões
A bolinha de pelo, o novelinho de breu, continua viva e recomenda-se. Não estou a tentar ser engraçadinha: isto dos gatinhos bebés é muito fofinho, muito queriduchos, mas são muito mais frágeis que um (gato) jovem ou adulto, e de um momento para o outro pode dar-lhes uma coisinha má. Quando levámos o Max para casa dormi mal uns dois meses. O primeiro com esse medo, o segundo já com medo que me matasse ele (diz que a meio da noite era costume trepar-me pela cara, assentar arraiais no alto da minha cabeça, onde cardava o cabelo até fazer uma caminha a gosto. sofri muito.)
A pequenita come bem (nos dois primeiros dias parecia um aspirador, comia tudo num ápice, bebia imensa água. donde se conclui que estava mortinha de fome, abandono, quase de certeza), usa a areia, já percebeu que mantinha é fixe, e está a perder a timidez. Já lhe fazemos festas e ela gosta: ronrona, dá a cabeça, rebola e oferece a barriga, uma loucura. Começámos este fim de semana a tirá-la da jaula e pô-la ao nosso colo, numa mantinha; das primeiras vezes pareceu assustada, escondia a cara, mas já está a habituar-se, até adormeceu ao colo de me mate (tenho um bocadinho de inveja, assumo).
O Max está curiosíssimo, e acompanha-nos nas visitas. Cheira tudo, só lhe soprou uma vez, não está mal. Não os deixamos tocar-se, por enquanto, porque vírus. Aliás, apesar de ela parecer muito bem, com apetite, de vez em quando tosse, e hoje vai ao senhor doutor.
Agora o problema: sim, já lhe tínhamos dado nome. Mas agora estamos indecisos, porque personalidade. A personalidade também pesa nesta decisão, e há que pensar também como a vamos chamar (primeiro, segundo nome), enfim, uma canseira.
Donde, vamos a uma sondagem (resultados não vinculativos, e sabe-se lá se será um destes, que nós somos como os malucos, depende do vento):
Mrs. Emma Peel
Selina Kyle
Diana Prince
(ainda não há fotos - decentes - porque não é fácil. esconde-se, confunde-se com o fundo, e tentem lá fotografar uma mini-gata enrodilhada numa manta ao vosso colo. aliás, nem me lembro de puxar do telelé)
A pequenita come bem (nos dois primeiros dias parecia um aspirador, comia tudo num ápice, bebia imensa água. donde se conclui que estava mortinha de fome, abandono, quase de certeza), usa a areia, já percebeu que mantinha é fixe, e está a perder a timidez. Já lhe fazemos festas e ela gosta: ronrona, dá a cabeça, rebola e oferece a barriga, uma loucura. Começámos este fim de semana a tirá-la da jaula e pô-la ao nosso colo, numa mantinha; das primeiras vezes pareceu assustada, escondia a cara, mas já está a habituar-se, até adormeceu ao colo de me mate (tenho um bocadinho de inveja, assumo).
O Max está curiosíssimo, e acompanha-nos nas visitas. Cheira tudo, só lhe soprou uma vez, não está mal. Não os deixamos tocar-se, por enquanto, porque vírus. Aliás, apesar de ela parecer muito bem, com apetite, de vez em quando tosse, e hoje vai ao senhor doutor.
Agora o problema: sim, já lhe tínhamos dado nome. Mas agora estamos indecisos, porque personalidade. A personalidade também pesa nesta decisão, e há que pensar também como a vamos chamar (primeiro, segundo nome), enfim, uma canseira.
Donde, vamos a uma sondagem (resultados não vinculativos, e sabe-se lá se será um destes, que nós somos como os malucos, depende do vento):
Mrs. Emma Peel
Selina Kyle
Diana Prince
(ainda não há fotos - decentes - porque não é fácil. esconde-se, confunde-se com o fundo, e tentem lá fotografar uma mini-gata enrodilhada numa manta ao vosso colo. aliás, nem me lembro de puxar do telelé)
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