Comecemos bem, com uma imagem completamente clickbait:
Oooooohhh, que fofinho, o 'chaninho a mimir, tan fofinho, qu'inbeija, tens um xuxu tan lindo, êsse tê Maxito é uma coijinha mêmo boa.
Pronto, agora que já passámos as necessárias formalidades iniciais, vamos ao que interessa: o felino que ali vedes posto em sossego, e com um ar de quem não parte um prato, é o legítimo filho de satã, a semente do demo, descendência de belzebu.
Que é muito riquinho quando lhe cai o cansaço, que é; a dormir é uma belezura, em estando acordado é que nem tanto. A bem da verdade, nem sempre, pronto, ele há situações em que estando acordado até pede festas e se estica como um lombinho, a querer mimos e ternuras, mas senhoras e senhores, ó senhoras e senhores, sabedes lá da nossa vida. Desde piquirruchito sempre foi um mordedor implacável, e a gente perdoava, que o bitxo quer brincar e não mede a força, isto há-se passar. Passou um bocadinho, verdade. Principalmente porque há tropelias maléficas mais divertidas, e que entretanto descobriu.
Como saltar para todo o lado, principalmente os lados onde não o queremos, como seja a mesa da cozinha ou bancada da mesma divisão. Em estando em casa e na cozinha, já sabemos que temos o jogo de pega gatinho / põe gatinho no chão, agora repete mil vezes, até alguém desistir. Como não se sabe o que acontece estando nós fora (a lutar p'la vida), não fica nada "sensível" nos ditos lugares. Ainda assim, ele há um ramo de flores secas que vivia plácida e descansadamente numa jarra na mesa da cozinha, e já não é o mesmo, aparenta ter envelhecido uma década.
Admito, confesso, que não sendo perfeita às vezes faço de conta que não vi certas e determinadas coisas. Pá, ao quadragésimo quinto pega gatinho / põe gatinho no chão um gajo só quer é tomar o pequeno almoço sossegado. Aqui há dias, juro que aconteceu, ouvimos um barulhito a vir do fogão: tau, lá estava ele, o cabra da peste, lambendo a frigideira onde fora confeccionado bife com natas de me mate. Tirou-se gatinho, tirou-se frigideira; nem cinco minutos depois, tau, lá estava ele, lambendo frigideira onde fora confeccionado esparregado de me mate. Ignorámos, afinal são verduras.
Também gosta muito de saltar e enfiar-se no lava loiças, porque anda completamente obcecado com água da torneira. Um gajo está a lavar qualquer coisa e tau, lá está o emplastro. Um gajo fecha a torneira, tira o emplastro. Aqui há dias, juro que aconteceu, ouvimos um barulhito a vir do lava loiça, e tau, era o carcará sanguinolento a dar dentadinhas no manípulo da torneira. Sim, ele já aprendeu que se mexe no manípulo e tcharan, água. Medo. Já fecho a torneira de segurança antes de sair de casa.
Ahahahahah, que fofinho, são coisas de gatinho bebé!!!
Ah, ainda não chega, é? Ok. Havia de ser convosco, queria ver.
Anteontem me mate vestia-se no quarto, quando ouço um valente berro: a encarnação do mal atirou-se-lhe ao lombo. Verdade, me mate estava a por a gravata; verdade, já tinha sido avisado que gravata = fitinha = logo, brinquedo de Max. Mas notai: o bandoleiro saltou e agarrou-se, à força de unha, à barriga e costas de me mate. E rasgou-lhe a camisa. Vá lá. Foi só a camisa. Sim, que ele saltou, cravou, e começou a descer por mate abaixo.
Outra também muito gira, só que ao contrário, foi o dia em que estava de traseiro confortavelmente alapado, quando ouço um persistente ruído plástico: toc-toc-toc. Abdiquei do meu merecido conforto e lá fui desempenhar o meu papel de educadora atenta e diligente: estava o patife em cima da mesa da cozinha, nariz enfiado na caixa dos treats whiskas. A tampa, perguntais? Pois a tampa, à força de patada, saiu. Voltei a colocar a tampa, e pus a caixa na fruteira. Pois um pouco mais tarde fui dar com a caixinha whiskas no chão. Vazia. Sim, chutou-a, e na queda abriu-se. Tomei nota: ficar pelo catisfactions e seu saquito reforçado com fecho à prova de felidemónio. Ou não. No dia seguinte cheguei a casa e mate tinha uma coisa para me mostrar. Isto:
Iup, fotografei que contado ninguém acredita: o atl diário do pequeno Damien foi este, à força de unhada e dentada rebentou a embalagem. De novo, anotado. Treats todos acondicionados em caixinha plástica com fecho, nada de encaixe, fecho de pressão. Mas ele tentou, que tentou.
E é isto, a nossa vida. Nem falo das noites boas que o pequeno nos dá. Se entende que é hora de desenvolver competências lúdicas, é porque é, cá três ou quatro da manhã. Patadas na cara, dentadas nos pés. Já acordei com o adorável lúcifer deitado na minha cabeça, patitas estendidas ao longo da minha cara. A-do-rá-vel.
Estamos assim, portanto, muito precisados de um exorcista. E já não há páginas amarelas.
quinta-feira, 28 de setembro de 2017
Paranóia
Desde que li notícias sobre uma alegada praga de percevejos em Lisboa ando com umas comichões horrendas, e tenho pensamentos recorrentes de puxar fogo ao colchão.
Se alguém menciona, ou leio alguém mencionar, piolhagem em cabeças de seus rebentos, começo imediatamente a sentir a marcha de dezenas de pequenas patinhas no meu couro cabeludo.
E pulgas? Por amordedeuz não me falem de pulgas. Tenho pele atópica, há limites para a coçagem que ela suporta.
Se alguém menciona, ou leio alguém mencionar, piolhagem em cabeças de seus rebentos, começo imediatamente a sentir a marcha de dezenas de pequenas patinhas no meu couro cabeludo.
E pulgas? Por amordedeuz não me falem de pulgas. Tenho pele atópica, há limites para a coçagem que ela suporta.
quinta-feira, 21 de setembro de 2017
A Birra da Semana
Estou atascada de merda trabalho até ao pescoço, que estou, mas vou dispensar alguns minutinhos para dar vazão aqui a uma acidez que me consome reiteradamente todos os anos, por esta altura.
Não, não é a iminência dos dias tristes e frios (adoro a meia estação, por mim vivia sempre em primavera e outono), ou o tempo em geral: é o início do ano lectivo, mais concretamente, o universitário, e a inevitabilidade das praxes.
Ó caneco, pá, com franqueza, sinceramente, já não os posso ver. Ou ouvir, que aquilo é gente muito ruidosa.
Ainda há pedaço, vinda de almoço, me cruzei com uma súcia trajada de negro, a escoltar meia dúzia de mascarrados, e o ridículo da coisa é não só o todo, mas principalmente o facto de serem mais os veteranos (ou nem por isso, aposto que aquilo é gente que em Junho acabou o primeiro ano e foi logo encomendar o fatinho) que os praxados. Que figurinhas.
Outro dia, eram ali rés-vés oito da madrugada, e já o jardim do Campo Grande estava pejadinho de bípedes de negro, e tantos outros de t-shirt branca e penico/cone na cabeça. Revirar de olhos. Havia de ser a filha da minha mãe, a levantar de madrugada para estar na cidade àquelas tristes e não ledas horas da madrugada, para tão triste recompensa. Se ao menos houvesse bolo. Mas não; só um mequedonalde, cujo franchisado deve andar a esfregar as mãozinhas de contente, por estes dias. Mais uma hora de almoço, uma passagem no Campo Grande (tenho dado muitas voltas, nestes dias) e verifico que lá continuam, mas ainda mais, vultos de negro: espero que ao menos apanhem o lixo. Deves.
Se ao menos se restringissem àquele espaço, mas não, há que alardear a boçalidade para que qualquer incauto da mesma fique ciente: juro que já vi - e ouvi - bandos de morceguinhos a esvoaçar em locais que nem faço ideia se há uma faculdade a menos de um quilómetro.
Já nem abordando o princípio da coisa (epá, não me façam entrar por aí, que tarda nada a coisa deriva e ainda me chateio mais), isto é de uma tristeza, de uma rafeirice, de uma indigência que não se espera de universitários. E para quê, para integração? Ora, façam festas. Quemer e buer, that's the portuguese way. E, se querem associar uma actividade de alguma dureza e exigência, pois sigam o exemplo do pessoal de medicina veterinária, que foram para a União Zoófila limpar merda, encher comedouros e bebedouros, e, de caminho, dar uma alegria a pessoas e bichos. Isto sim. Lacrimejei. Comovi. Foi bonito saber, pá. Lá a ver.
Não, não é a iminência dos dias tristes e frios (adoro a meia estação, por mim vivia sempre em primavera e outono), ou o tempo em geral: é o início do ano lectivo, mais concretamente, o universitário, e a inevitabilidade das praxes.
Ó caneco, pá, com franqueza, sinceramente, já não os posso ver. Ou ouvir, que aquilo é gente muito ruidosa.
Ainda há pedaço, vinda de almoço, me cruzei com uma súcia trajada de negro, a escoltar meia dúzia de mascarrados, e o ridículo da coisa é não só o todo, mas principalmente o facto de serem mais os veteranos (ou nem por isso, aposto que aquilo é gente que em Junho acabou o primeiro ano e foi logo encomendar o fatinho) que os praxados. Que figurinhas.
Outro dia, eram ali rés-vés oito da madrugada, e já o jardim do Campo Grande estava pejadinho de bípedes de negro, e tantos outros de t-shirt branca e penico/cone na cabeça. Revirar de olhos. Havia de ser a filha da minha mãe, a levantar de madrugada para estar na cidade àquelas tristes e não ledas horas da madrugada, para tão triste recompensa. Se ao menos houvesse bolo. Mas não; só um mequedonalde, cujo franchisado deve andar a esfregar as mãozinhas de contente, por estes dias. Mais uma hora de almoço, uma passagem no Campo Grande (tenho dado muitas voltas, nestes dias) e verifico que lá continuam, mas ainda mais, vultos de negro: espero que ao menos apanhem o lixo. Deves.
Se ao menos se restringissem àquele espaço, mas não, há que alardear a boçalidade para que qualquer incauto da mesma fique ciente: juro que já vi - e ouvi - bandos de morceguinhos a esvoaçar em locais que nem faço ideia se há uma faculdade a menos de um quilómetro.
Já nem abordando o princípio da coisa (epá, não me façam entrar por aí, que tarda nada a coisa deriva e ainda me chateio mais), isto é de uma tristeza, de uma rafeirice, de uma indigência que não se espera de universitários. E para quê, para integração? Ora, façam festas. Quemer e buer, that's the portuguese way. E, se querem associar uma actividade de alguma dureza e exigência, pois sigam o exemplo do pessoal de medicina veterinária, que foram para a União Zoófila limpar merda, encher comedouros e bebedouros, e, de caminho, dar uma alegria a pessoas e bichos. Isto sim. Lacrimejei. Comovi. Foi bonito saber, pá. Lá a ver.
quarta-feira, 20 de setembro de 2017
E agora, algo absolutamente chocante
A "teoria" (uso o termo com muita reserva, e com aspas, porque uma teoria é algo que se funda em factos científicos demonstrados, e não numa ideia bizarra qualquer que de repente ocorra a uma qualquer mente menos iluminada) da alimentação alcalina chegou à blogosfera.
Run to the hills, run for your life!
A sério, está aqui uma coitada a achar que já nada a espanta, e tau.
Run to the hills, run for your life!
A sério, está aqui uma coitada a achar que já nada a espanta, e tau.
terça-feira, 19 de setembro de 2017
E agora, algo absolutamente essencial
[ou a causa fracturante da semana]
Quando é que voltam a vender Mon Chérie, hein?
Quando é que voltam a vender Mon Chérie, hein?
segunda-feira, 18 de setembro de 2017
Les Misérables
Se ainda houver por aí alguém que ache mal a greve dos trabalhadores da Autoeuropa, e que ganhar mais €175 por mês compensa lindamente três semanas seguidas de trabalho em turno à escolha da entidade patronal, fins de semana incluídos, sem possibilidade de recusa do trabalhador, com duas folgas que não chegam a ser seguidas, e sem períodos de adaptação entre mudança de turnos, eu ofereço-me para, em privado, revelar quanto pagámos a um indivíduo que se deslocou à nossa barraca apalhaçada para, ontem, domingo, em vinte segundos - estou a ser generosa - abrir a porta que nós fechámos sem cuidar de retirar a chave que estava enfiada na fechadura de dentro.
sexta-feira, 15 de setembro de 2017
[e adonde é que levanto o cheque, hein?]
[só para me lamuriar que ontem vi o debate até ao fim e são duas horas que não recupero nem me pagam, não dormi tanto quanto devia, hoje estou um bocadinho virada do avesso, estou nauseada por isso nem chocolate me vale, por amor da santa alguém que lhe queira bem interne a joaninha amaral dias que ela não anda bem, e quanto ao tipo do pnr, bom, não há nada a fazer, enquanto ele fala é fazer como os outros candidatos, e fingir que não se passa nada, é uma pausa para anúncios.]
quarta-feira, 13 de setembro de 2017
A Birra da Semana
Hoje tive o grato prazer de assistir à cativante cena que consistiu em um ciquelista a) passar um vermelho; b) acto contínuo, não parar numa passadeira, onde dois piquenos cidadãos se preparavam para atravessar a estrada.
Esmiuçando:
a) o vermelho estava mesmo muito vermelhão, só um daltónico não o perceberia e, ainda assim, não serve de desculpa, que todos sabem que o vermelho é a primeira luzinha a contar de cima. e a minha certeza de que estava vermelho-vermelho prende-se com o facto de se tratar de um entroncamento, e a minha luz estar definitivamente verde.
b) a passadeira em causa i) está pintadinha de fresco no chão (benditas eleições autárquicas); ii) elevada por uma lomba; iii) como se isto não bastasse - e bastaria - a permissão de atravessamento é assinalada por um semáforo, que estava verde, verdão para peões; iv) está em frente a uma escola; v) quem se preparava para atravessar eram dois garotos não tão pequenitos assim, viam-se bem; vi) já tinham ambos o pé na estrada, e o ciquelista passou-lhes bem rente, sem parar - já tinha dito - nem tampouco abrandar, e após nem sequer levantou uma mãozinha para pedir desculpa.
Esta foi só a última, e se me irritou imenso foi porque podia ter magoado duas crianças que, ao contrário do animal ciclotransportado, conhecem, respeitam, e decerto confiam que os demais também, as regras do código da estrada.
Já perdi conta a sustos com biciclistas em contra-mão; a atravessar em passadeiras com marcação só para peões - sim, há umas que têm marcação para ciclistas, e portanto estes podem atravessá-las ciclando, mas nessas o automobilista vai avisado pela dita marcação - montadinhos na rodinhas e em boa velocidade; a passar vermelhos; a não respeitar a prioridade geral ou sinalização vertical em entroncamentos e cruzamentos. Também já levei com a minha dose de palerminhas a circular na via, em locais onde têm à disposição ciclovia - e eu sei que podem, mas não deviam poder, e aliás o bom senso até desaconselharia, mas quem sou eu, se acham graça a empatar o trânsito todo e correr riscos desnecessários, força.
Eu sei que os ciquelistas são uns desgraçadinhos, coitadinhos, tão desrespeitadinhos, ninguém os ama, e sei porque, tal como os vegan, não perdem uma oportunidade para falar do seu modo de vida e opressão de que são vítimas. Também já vi cenas em que automobilistas puseram em risco estes legítimos frequentadores da via pública - embora sejam mais as situações de risco para motociclistas que já vi. Sou 100% a favor do uso de bicicleta como meio de transporte, e é com muito agrado que venho assistindo ao transformar da minha cidade num local ciclo-aprazível. Meia dúzia de idiotas não me farão mudar esta opinião. Mas, o que me chateia, me indispõe a pontos de hoje de manhã ter tido vontade de passar um a ferro, e ainda sair do carro e espancá-lo com a manivela do macaco, é que a par dos muiiitos direitos que foram reconhecidos aos ciquelistas, haja uma correspondência ali a roçar o zero ao nível da responsabilidade e, tantas vezes, sentido cívico. Obrigatoriedade de seguro? Népia. Exame de código? Nicles. Obrigação de capacete? Ess'agora.
E seria importante, digo eu. Código, nem se fala: se andam ali na estrada, têm de atestar saber de cor a meretriz da sinalização e rameiras das regras. Seguro: de vida ao menos. Fora de brincadeira, se apanho com um bestão destes em contra-mão e me amolga o carro, cuméquié? E se o paspalho de hoje aviasse um dos garotos, hein? Capacete: pá. Senso comum. Ainda assim, e se este não abundar, evita que, no caso da contra-mão, por exemplo, eu não tenha de viver com a imagem de um crânio esborrachado no asfalto ou no capot gravada para sempre na minha memória. Civismo: nem é preciso explicar. Eu sei que em termos de conduta cívica na estrada os automobilistas ainda ocupam o pódio todo, mas caneco, ainda há quem pare nas passadeiras e respeite as regras, e espere que os outros também o façam. E o facto de haver mais meliantes dentro de um caixote com rodas não desculpa a eventual conduta delinquente dos duas-rodas.
E pronto, é só isto.
quarta-feira, 6 de setembro de 2017
[ ]
Estou tão farta desta imensidão de ninharias, disse ela.
O que eu precisava era de uma cena intelectualmente estimulante, disse ela.
Estou cansada deste tédio de trabalho, disse ela.
Se calhar o que me fazia falta era um desafio novo, disse ela.
Acho que qualquer dia já não sei pensar, disse ela.
Às tantas era boa ideia arriscar e mudar, disse ela.
Alguém tem um x-acto aguçadinho, diz ela.
[se sobreviver até ao Natal, apanho um cadelão com mon chéri]
sábado, 2 de setembro de 2017
The Cat Diaries (9)
[ena, muitas sódadinhas dos bichanos? cá vai.]
Isto de um gajo resolver adoptar três gatos (porque tem muito amorrrr para darrrr) é mais ou menos como se alistar na tropa: uma cabeça cheia de ideais sobre serviço e sonhos de correr mundo, e acabamos a limpar latrinas duas vezes por dia.
A sério. A sério. Muito caga-mija aquela malta. Culpa nossa, que lhes damos de comer. E deles, que se habituaram prontinho a encher o bandulho. Eta sistemas digestivos competentes. Já fizemos o test drive de várias areias aglomerantes, agora iniciámos o de sílica, mas o meu sentido de olfacto continua um nadica insatisfeito. A sílica parece estar a tomar a dianteira, a ver se com uma de marca melhorzinha o nível de satisfação sobe. Também é mais fácil de acartar-arrumar: é que agora a gente gasta às sacas de 14 quilos, compradas aos pares, que é mais barato. Fica a dica para famílias numerosas: os entregadores da tiendanimal não sobem escadas, nem para um primeiro andar. Os da zooplus sim. Três gatos, três WC, é muito quilo.
Passando adiante do aspecto escatológico da coisa, e la nave va. A logística de férias, esse mísero bloco de quinze dias em que nos ausentámos, foi complicadota, dado que dois dos felinos não são transportáveis, mas fez-se. Haja avós e a santinha.
De resto, já estivemos mais longe de ser uma família feliz. Fox Mulder e Dana Scully parecem já se ter conformado com a coabitação humana, e até chegam, em dias bons, a demonstrar curiosidade e afecto. Vá, bonomia.
Não exageremos, pelo menos no caso de Senhor Fox: não gosta de festas nem grande proximidade. Mas já tem uma postura mais confiante e relaxada, e consegue fazer umas sonecas descansadas a metro, metro e meio dos room mates humanos. Considerando o ponto de partida, parece-me muito bem. Também já aprecia o seu snack catisfactions, e o patezinho ocasional; tal como, de quando em vez, nos vem espreitar, a ver o que os estúpidos andam a fazer.
Ms. Dana Scully já avançou de nível, e vocaliza vontadinhas, principalmente com me mate. Gosta de festas na cabeça, atrás das orelhas, no queixinho, mas não lhe toquem no lombo. É uma lambona gulosa que dá gosto, e está a ficar notoriamente redonda. Robusta, vá.
E brincam, brincam muito: entre eles, com bolinhas de papel, folhinhas ou raminhos que caiam na varanda, as canas com penas e cenas que comprámos. A brincadeira favorita continua a ser a "espera" e "perseguição", seguida de enrolanço à bruta, normalmente protagonizada entre Fox e Mad (indeed) Max. Grandes correrias, as destes monstros; nada contra, mas às quinhentas da madrugada lá calha, de quando em vez, acordar uma certa 'ssoa de sono mais leve. Scully, por norma, observa, com aquela cara de "francamente!" ou "são mesmo infantis". Volta e meia Max mete-se com ela, mas por norma é corrido com uma valente e educativa bufarda. Temos senhora.
E o Max? Bom, o Max é um capítulo à parte. Parvo que dói, não tem medo de nada, não tem um nico de noção, acorda feliz por estar vivo e demonstra-o à saciedade. Já consegue saltar do chão para as mesas e bancadas, ou seja, acabou o sossego. Para nós e para a nossa santinha: adora-a, e juro que pensa que vai lá a casa de propósito para brincar com ele (uma esfregona, weee, um pano do pó, weeee, um aspirador, weeeeeeee). Doentiamente curioso, enfia-se em todo o lado, com os resultados hilariantes que se pode esperar. Não sei quantas vezes já lhe prometi o Colégio Militar, ou ser eleito prato principal do almoço de domingo, mas depois faz aquela cara de coisinho, adormece como um anjunho, e uma pessoa derrete-se.
Em resumo, é cansativo sim senhora, uma estafa, sacos de Royal Canin de 15 quilos, latinhas às paletes, e areia às arrobas, mas não trocávamos por nada. Coijas boas do papá-mamã. A sério, são adoráveis. E quando estão a dormir?, uns anjinhos doces. Chubichubichu.
Isto de um gajo resolver adoptar três gatos (porque tem muito amorrrr para darrrr) é mais ou menos como se alistar na tropa: uma cabeça cheia de ideais sobre serviço e sonhos de correr mundo, e acabamos a limpar latrinas duas vezes por dia.
A sério. A sério. Muito caga-mija aquela malta. Culpa nossa, que lhes damos de comer. E deles, que se habituaram prontinho a encher o bandulho. Eta sistemas digestivos competentes. Já fizemos o test drive de várias areias aglomerantes, agora iniciámos o de sílica, mas o meu sentido de olfacto continua um nadica insatisfeito. A sílica parece estar a tomar a dianteira, a ver se com uma de marca melhorzinha o nível de satisfação sobe. Também é mais fácil de acartar-arrumar: é que agora a gente gasta às sacas de 14 quilos, compradas aos pares, que é mais barato. Fica a dica para famílias numerosas: os entregadores da tiendanimal não sobem escadas, nem para um primeiro andar. Os da zooplus sim. Três gatos, três WC, é muito quilo.
Passando adiante do aspecto escatológico da coisa, e la nave va. A logística de férias, esse mísero bloco de quinze dias em que nos ausentámos, foi complicadota, dado que dois dos felinos não são transportáveis, mas fez-se. Haja avós e a santinha.
De resto, já estivemos mais longe de ser uma família feliz. Fox Mulder e Dana Scully parecem já se ter conformado com a coabitação humana, e até chegam, em dias bons, a demonstrar curiosidade e afecto. Vá, bonomia.
Não exageremos, pelo menos no caso de Senhor Fox: não gosta de festas nem grande proximidade. Mas já tem uma postura mais confiante e relaxada, e consegue fazer umas sonecas descansadas a metro, metro e meio dos room mates humanos. Considerando o ponto de partida, parece-me muito bem. Também já aprecia o seu snack catisfactions, e o patezinho ocasional; tal como, de quando em vez, nos vem espreitar, a ver o que os estúpidos andam a fazer.
Ms. Dana Scully já avançou de nível, e vocaliza vontadinhas, principalmente com me mate. Gosta de festas na cabeça, atrás das orelhas, no queixinho, mas não lhe toquem no lombo. É uma lambona gulosa que dá gosto, e está a ficar notoriamente redonda. Robusta, vá.
E brincam, brincam muito: entre eles, com bolinhas de papel, folhinhas ou raminhos que caiam na varanda, as canas com penas e cenas que comprámos. A brincadeira favorita continua a ser a "espera" e "perseguição", seguida de enrolanço à bruta, normalmente protagonizada entre Fox e Mad (indeed) Max. Grandes correrias, as destes monstros; nada contra, mas às quinhentas da madrugada lá calha, de quando em vez, acordar uma certa 'ssoa de sono mais leve. Scully, por norma, observa, com aquela cara de "francamente!" ou "são mesmo infantis". Volta e meia Max mete-se com ela, mas por norma é corrido com uma valente e educativa bufarda. Temos senhora.
E o Max? Bom, o Max é um capítulo à parte. Parvo que dói, não tem medo de nada, não tem um nico de noção, acorda feliz por estar vivo e demonstra-o à saciedade. Já consegue saltar do chão para as mesas e bancadas, ou seja, acabou o sossego. Para nós e para a nossa santinha: adora-a, e juro que pensa que vai lá a casa de propósito para brincar com ele (uma esfregona, weee, um pano do pó, weeee, um aspirador, weeeeeeee). Doentiamente curioso, enfia-se em todo o lado, com os resultados hilariantes que se pode esperar. Não sei quantas vezes já lhe prometi o Colégio Militar, ou ser eleito prato principal do almoço de domingo, mas depois faz aquela cara de coisinho, adormece como um anjunho, e uma pessoa derrete-se.
Em resumo, é cansativo sim senhora, uma estafa, sacos de Royal Canin de 15 quilos, latinhas às paletes, e areia às arrobas, mas não trocávamos por nada. Coijas boas do papá-mamã. A sério, são adoráveis. E quando estão a dormir?, uns anjinhos doces. Chubichubichu.
sexta-feira, 1 de setembro de 2017
Dos Dias do Lixo
Umas pessoa tem a casa atravancada de tralha; uma pessoa decide por ordem na situação; uma pessoa separa roupa para doar e roupa para contentor da reciclagem (a minha junta tem); uma pessoa passa também revista nos livros, faz caixotes de publicações para doar (esta parte dava um post, mas adiante); uma pessoa chega finalmente ao capítulo das tralhas imprestáveis e de dimensões se não consideráveis, fora da norma.
Como bons munícipes e fregueses, ligamos para o número da recolha de monos, e agendamos: a partir das 19 de dia tal, colocar tudo à porta do prédio, um bocadinho ao lado, vá. Sim senhor: obedientemente damos seguimento, às 19.20 já está tudo devidamente alinhado.
Como sou uma curiosona, às oito da noite fui espreitar: uma peça de mobília já tinha ido. Voltei à janela às onze: contando com a tal peça, já tinham sumido três cenas. Quem, senhores, quem é que tem uso ou destino para um estendal todo descascado e ferrugento?, ou uma tábua de passar com uma perna presa - literalmente - por fios? Nada contra, pronto.
Hoje de manhã, tinham desaparecido mais dois objectos, partidos e sem reparação possível. Deixaram o último conjunto de coisas, ou seja: a recolha de monos ainda não passou. E, pelos vistos, nem precisa mesmo de passar. E, quando e se passar, vai achar que nós somos uns chatos que lhes pregaram uma partida. Não há condições.
Como bons munícipes e fregueses, ligamos para o número da recolha de monos, e agendamos: a partir das 19 de dia tal, colocar tudo à porta do prédio, um bocadinho ao lado, vá. Sim senhor: obedientemente damos seguimento, às 19.20 já está tudo devidamente alinhado.
Como sou uma curiosona, às oito da noite fui espreitar: uma peça de mobília já tinha ido. Voltei à janela às onze: contando com a tal peça, já tinham sumido três cenas. Quem, senhores, quem é que tem uso ou destino para um estendal todo descascado e ferrugento?, ou uma tábua de passar com uma perna presa - literalmente - por fios? Nada contra, pronto.
Hoje de manhã, tinham desaparecido mais dois objectos, partidos e sem reparação possível. Deixaram o último conjunto de coisas, ou seja: a recolha de monos ainda não passou. E, pelos vistos, nem precisa mesmo de passar. E, quando e se passar, vai achar que nós somos uns chatos que lhes pregaram uma partida. Não há condições.
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