terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Tão mau que dá a volta e fica bom - pequeno exemplo prático

Cansadinha que estou, desgraçadinha que sou, e porque já não tenho cabeça para mais trabalho e o toffee crisp já foi, deu-me para ir para o iu-tub ouvir pimbalhada. E encontrei um dos meu guilty pleasures da década de noventa, a mesma década em que andava de camisa de flanela e a fazer ares de douda com nirvana.
Sim, vou partilhar (porque sou uma alma grande, generosa, que forças do mal tentam - debalde! - derrubar, e ainda hoje é terça e se soubessem o que tenho reservado para amanhã):




(um momento de silêncio)
(mais um)
(que vocês precisam de tempo, eu sei, assoem lá)

Ora, ora ora. O que dizer, não é, está tudo de boca ao lado, cara à banda com esta maravilha. Começamos pelo sinistro que é esta balada de (des)amor ser cantada por pai e filha?
Pelo noja-noja de o marafado de meia idade estar com uma moça ainda mais nova que a preterida e fiel companheira?
O mullet?
O ambiente casa de alterne circa mil nove e oitenta?
Que além disso o negócio deve andar mal, a avaliar pela pouca oferta de bubida?
O deprimente que é em 2017 eu ter o mesmo penteado que Cristiana nos anos 90?
A letra ser de um machismo atroz?
O fade-out final?

Ou revelo já que este tema era um sucesso brutal lá em casa, onde eu e o meu ainda adolescente irmão não perdíamos um Made in Portugal, e o cantávamos aos berros?
Que o refrão passou a ser uma inside joke nossa? Eu aos gritos para meu irmão "agora diz diante dela" (sendo que "ela" era mamãe, completamente ao lado) e mano a retrucar com a sua voz de barítono "cala-te por favor"?
E que a importei para meu - aliás santo - matrimónio, e muita vez guincho a me mate um melódico "cala-te por favor"?

Pronto, já passou. Este lindo momento de catarse. E agora já sabem mais um bocadinho sobre esta vossa.

9 comentários:

  1. Uma pessoa pode dizer a outra que a ama, mesmo sem a conhecer, então não pode?

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  2. "Aquilo já acabouuu". Adoro clássicos pimba. Aliás, tenho uma playlist no spotify e esta vai para lá. Mas a minha musica do coração é o serafim serafim saudade. É uma inspiração, todo aquele drama de vida em canção.

    E reparei também no tecto com o círculo do zodíaco. Esta decoração é que devia ter sido o tema de inspiração para aquela loja das sardinhas no rossio.

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    1. Fuschia, fui (outra vez) ver o Deixem o Pimba em Paz e só não lhes perdoo terem esquecido a Cristiana e o Nelo Silva. Como, como.
      O tecto, ó, 5*
      (ainda não tive córage de ir ver essa loja de sardinhas, credo)

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    2. Também vou (again) ver esse majestoso espetáculo. O que eu gosto da versão do Graciano Saga (vem devagar emigrante...)
      Bj
      Dulce/Porto

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    3. Oh pá, fazes bem! Mesmo sendo repetição diverti-me tanto, é sempre bom. E se gostas muito dessa, um spoiler: Capicua ;P

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  3. Ahahahah! Tão bom. Era essa e aquela dos Broa de Mel (Passear contigo... amar e ser feliz, tururururuturu).
    A sério, despertaste o montro pimba que há em mim.
    Dulce/Porto

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    1. Dulce, o "passear contigo" também é banda sonora da minha vida <3

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  4. Que maravilha, desconhecia! Cala-te por favooor <3

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