sexta-feira, 27 de junho de 2025

Uma coisa boa por semana (IV)

 



Já vou a meio de um livro que sim senhora, é um livro-livro, coisa de umas duzentas páginas - não que os livros se meçam à página, mas pronto, depois da parte do meu cérebro alocada à leitura ter estado em coma quase dez meses, é bom ter pegado num livro mais compridote, com vontade de o ler, estar efetivamente a ler, e a gostar do que leio. O facto de o ter iniciado há quase um mês e haver dias em que não leio uma página seuer não interessa; compenso largamente no trabalho onde, sem gostar nem me apetecer, sou obrigada a ler centenas de páginas de inanidades muito aborrecidas.

O que é engraçado é que - e ainda bem que um  livro não se mede à página- este é da autoria de um escritor particularmente verborreico, lança-se a escrever e zás, de repente pariu novecentas páginas, e deve ter uma ligação emocional muito grande com toda a letrinha impressa, que muito podia cortar mas editar está quieto. Iup, voltei a Stephen King, desta feita a um livricho de 1979, escrito sob pseudónimo, e começado quando ainda estava na faculdade (diz a wiki). Sim senhora. Podia ter cultivado o mesmo poder de síntese, mas não. Escolhas.

A história é fantástica, muito bem contada, e dá cá um incómodo, uma revolta, uma vontade de cortar os pulsinhos que nem se conta. Uma distopia das boas, e que nos faz perceber que cenas como The Hunger Games não surgiram de geração espontânea.

Porquê este livro? Porque vimos a traila do filme (em que o Luke Skywalker vai fazer de mau!, afinal quem sai aos seus e tal), fiquei augada, me mate disse que o livro é muita bom, queres, tenho ali, vou buscar (tem todos do King, olha a novidade), e pronto.

Entretanto ocorreu a Feira do Livro, onde me desloquei para adquirir presente de aniversário de cônjuge, e calhou atrever-me a comprar mais umas coisichas. BD, na maioria - a BD salvou-me a vida, no pior período, e fez-me acreditar que não tinha perdido, definitivamente, os gosto pela leitura - e dois Houellebecq, vejam só a presunção da menina, mas estou com curiosidade (o home, que consome livros como uma lareira, já leu Submissão e diz que acha que não gostou, ou isso ou não percebeu nada, e quer que eu leia para discutir a coisa).

A melhor, a mais fantástica, a coisa boa digna de um Nobel, porém, é ter convencido marido cabeçudo a ler policiais cá dos meus. Sorveu e adorou os dois primeiros The Thursday Murder Club, e agora avançou, todo valentão, pelo primeiro Robert Galbraith, que por acaso me ofereceu aqui há atrasado, a ver se me motivava a pegar num livro. 

(isto não é uma corrida, isto não é uma competição, isto é uma recuperação; uma página, um parágrafo, uma frase de cada vez)

(fui reler e percebi que não disse o nome do livro, e agora não me apetece editar, chama-se The Long Walk)

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