sexta-feira, 7 de julho de 2023

TV Guia

[já ninguém se lembra da tv guia, claro, a não ser alguns bélhotes e genXers que se socorriam do precioso almanaque para a) ler os resumos das novelas; b) saber que filmes iam dar no Lotação Esgotada; c) verificar que não nos tinham cancelado ou mudado o horário da série preferida - e, as mais das vezes, única. mas calha bem que aqui a titi Izzie, genXer e com muito orgulho, vem preencher esse vazio]

Sim, eu sei que muita gente está chateada com a netflix por causa da cena de não se poder partilhar senha, mas eu ralada, que não tenho esse problema (hashtag childfree). Admito que é carota, mas ainda vai tendo umas coisas fixes (pah, eu gostei de Rabo de Peixe, deslarguem-me) e, principalmente,  a-do-ro documentários. Tchi, o que nós papamos documentários (só se estraga uma casa), então aqueles de real crime que fazem dar graças por dormir num sommier, que reduz, em muito, o pavor irracional do monstro debaixo da cama (em verdade, até agora só um nos deixou mesmo sem sono, o Night Stalker, credo). E os de cultos? Até me deu um arrepio de satisfação. Imaginem que me mate não sabia quem era o Warren Jeffs, agora já sabe; e um que lá há sobre Waco também está muito fixe.

Voltando à vaca fria, documentários, daqueles bem giros, e mesmo à medida de genXers? Temos. Cá vai:

- Wham! - Quem era menina nos anos 80 e não teve uma grave paixoneta pré-adolescente pelo Michael George? Eu não fui. Passei muito tempo a dançar o wake me up before you go-go, depois chegou a adolescência e virei-me para os Duran-Duran, ia casar com o guitarrista, enfim. O documentário está mui giro, quanto mais não seja pela nostalgia. Dispensava era me mate a repetir, frequente e repetidamente, "a sério que vocês não percebiam que ele era gay?", NÃO INTERESSA. Chato.

- Arnold - Sim, o Shwarzie, o austríaco, o terminator. O documentário está giríssimo embora, como espectadora, eu oscilasse entre o achar que afinal o tipo é sim senhor; ou não, não é, g'anda pato; ou estar a revirar os olhos com o nível das tiradas de self help tu consegues se quiseres, o eterno foco, e por aí fora. De qualquer forma, há que reconhecer que o home é um mouro de trabalho, e tem cá uma determinação, upa, upa, embora, suspiros, pah.

- American Gladiators - (traduzido como forte e feio, buh) Não seguia, mas vi bocaditos de quando em vez. O interesse do documentário é ver (na onda do anterior) a importância e quão trendy foi, em certa altura, a cena do bodybuilding. E as permanentes. E a lycra. E o mullet. Para além disso, a construção de um conceito, tirado do chapéu; a forma como o programa foi sofrendo evolução na produção, e, acima de tudo, a forma como eram tratados os tais gladiadores. Bru-tal. Dão a cara vários antigos gladiadores, produtores, e o realizador mais creepy que já tive o desgosto de ver.

E chega, que já é foleirada com fartura. 


8 comentários:

  1. Vi o Wham e Arnold. Gostei dos dois mas nao assim tanto. Caiu-me um bocadinho a admiração que tinha pelo Arnie e pela carreira dele. É tão obstinado pelo sucesso que nem a morte do irmão chorou, nem escrever aos pais, cuidar da mãe, nem respeito à mulher que tanto o apoiou e portas lhe abriu, nem apoio à outra mulher com quem teve outro filho. Tinha um enorme respeito por ele (mesmo discordando em ideias), mas achei-o má pessoa. Frio, obstinado, egoísta, egocêntrico, machista, e até predador sexual (tantas queixas abafadas ou que nem fizeram mossa).

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    1. O Arnie é um narcisista do piorio! As pessoas que andam sempre a atribuir o seu sucesso às suas excelentes qualidades pessoais normalmente são uns tretas. E sim, com a mulher ele foi péssimo, com os filhos consta que não é grande coisa, e ser tão desligado da família, huuum.

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  2. Ve o do Michael J Fox "Still". Gostei muito, ja tinha consideracao pelo homem, ainda aumentou mais!

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    1. Gostava muito, mas não tenho Apple!

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    2. Tb não tenho apple... já não me lembra onde vi. Vou investigar.

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  3. Tambem vi a nova serie do Dahmer no Netflix. Ja tive mais estomago para estas coisas, mas e' boa. Hoje em dia acho que ver estas coisas e' glorificar estes monstros, e' dar-lhes o que eles queriam, notoriedade e imortalidade. Mas o meu gajo gosta de cenas macabras.

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    1. Comecei a ver, mas não aguentei. Me mate continuou, porque adora o actor, mas não achou muito kosher. Farto-me de ver documentários de real crime, já vi muita ficção, mas este perturbou-me, tanto como um filme sobre o Ted Bundy em que, acho eu, se focavam excessivamente nestes personagens. Para funcionar, para mim, o protagonismo tem que ser dado às vítimas e à descoberta dos crimes

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