[já ninguém se lembra da tv guia, claro, a não ser alguns bélhotes e genXers que se socorriam do precioso almanaque para a) ler os resumos das novelas; b) saber que filmes iam dar no Lotação Esgotada; c) verificar que não nos tinham cancelado ou mudado o horário da série preferida - e, as mais das vezes, única. mas calha bem que aqui a titi Izzie, genXer e com muito orgulho, vem preencher esse vazio]
Sim, eu sei que muita gente está chateada com a netflix por causa da cena de não se poder partilhar senha, mas eu ralada, que não tenho esse problema (hashtag childfree). Admito que é carota, mas ainda vai tendo umas coisas fixes (pah, eu gostei de Rabo de Peixe, deslarguem-me) e, principalmente, a-do-ro documentários. Tchi, o que nós papamos documentários (só se estraga uma casa), então aqueles de real crime que fazem dar graças por dormir num sommier, que reduz, em muito, o pavor irracional do monstro debaixo da cama (em verdade, até agora só um nos deixou mesmo sem sono, o Night Stalker, credo). E os de cultos? Até me deu um arrepio de satisfação. Imaginem que me mate não sabia quem era o Warren Jeffs, agora já sabe; e um que lá há sobre Waco também está muito fixe.
Voltando à vaca fria, documentários, daqueles bem giros, e mesmo à medida de genXers? Temos. Cá vai:
- Wham! - Quem era menina nos anos 80 e não teve uma grave paixoneta pré-adolescente pelo Michael George? Eu não fui. Passei muito tempo a dançar o wake me up before you go-go, depois chegou a adolescência e virei-me para os Duran-Duran, ia casar com o guitarrista, enfim. O documentário está mui giro, quanto mais não seja pela nostalgia. Dispensava era me mate a repetir, frequente e repetidamente, "a sério que vocês não percebiam que ele era gay?", NÃO INTERESSA. Chato.
- Arnold - Sim, o Shwarzie, o austríaco, o terminator. O documentário está giríssimo embora, como espectadora, eu oscilasse entre o achar que afinal o tipo é sim senhor; ou não, não é, g'anda pato; ou estar a revirar os olhos com o nível das tiradas de self help tu consegues se quiseres, o eterno foco, e por aí fora. De qualquer forma, há que reconhecer que o home é um mouro de trabalho, e tem cá uma determinação, upa, upa, embora, suspiros, pah.
- American Gladiators - (traduzido como forte e feio, buh) Não seguia, mas vi bocaditos de quando em vez. O interesse do documentário é ver (na onda do anterior) a importância e quão trendy foi, em certa altura, a cena do bodybuilding. E as permanentes. E a lycra. E o mullet. Para além disso, a construção de um conceito, tirado do chapéu; a forma como o programa foi sofrendo evolução na produção, e, acima de tudo, a forma como eram tratados os tais gladiadores. Bru-tal. Dão a cara vários antigos gladiadores, produtores, e o realizador mais creepy que já tive o desgosto de ver.
E chega, que já é foleirada com fartura.