segunda-feira, 27 de março de 2023

Momento "Diga?"

 Aqui há tempos, cruzei-me na net com este meme:



E pronto, dada a idade indicada definitivamente não sou público alvo, mas, ainda assim, o facto de não conseguir atingir o propósito do coiso, a piada da cena, fez-me fixar o olhar e fazer rodar as roldanas cerebrais mais tempo do que merecia.

Desde logo, uma apresentação: Izzie da Conceição, 51 3/4 de idade, emprego estável e bem (acho eu) pago, casa própria (sim, o banco, mas percebe-se), viatura idem (sem banco), e ainda faço isto. Com as garrafas de gel de banho, champô, sabonete líquido, amaciador, detergente e amaciador da roupa. E acrescento: sabem os cremes que vêm em bisnaga?, pois, quando já não sai nada de jeito, corto ali a 1/4 do tamanho, por cima, com esta parte faço tampinha para o creme não secar, e bong, ainda há creme para um horror de dias. A minha base, por exemplo, é um bocado pastosa e fica imensa agarrada à bisnaga, ali um mês de uso.

Donde, não entendo que diluir gel de banho ou champô com água seja razão para grande infelicidade ou sinal de falhanço na vida. E muito menos de pobreza. Quem é pobre, se for esperto, não gasta em gel de banho o que dava para comprar dois ou três sabonetes que duram o dobro ou triplo do tempo. (disclaimer: mesmo não pobre uso sabonete, e sim, dura até mais que o triplo). Digo mais: se um gajo for esperto e pouco preguiçoso até dilui sempre o gel e champô, pelo menos os de supermercado, que aquilo é detergente em barda, e um nadica agressivo para a pele.

Mas voltando à vaca fria, já não se usa, ser poupado? Está out, ser económico? É fonte de vexame, não desperdiçar? Juro, perplexa, fico perplexa com saídas destas. Só reforça estereótipos, aliás não merecidos, que costumam colar aos millennials e zennials, caraças. É claro que não é com o que poupam em produtos de higiene que vão ter para a renda da casa, não, precisam é de emprego e estabilidade laboral, entre outras coisas que já não há, mas caneco, façam as contas em papo-secos. Ou em embalagens que vão para aterros. Ser poupado é ser esperto. É saber viver. Digo eu, a coisinha da geração X que até bem tarde contou trocos.

(é oficial, sou uma avozinha chata)

5 comentários:

  1. Eu ia dizer que também faço isso e que talvez seja uma coisa geracional e acaba aqui para muitos, mas depois lembrei-me de pessoas que conheço e que deixam recipientes abertos, deitam metade da batata fora com a casca, não verificam o preço por kg, etc, etc, de modo que não sei bem.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Em casa dos meus pais sempre se fez isto, por isso acho do mais elementar bom senso. E não me fales em cascas de batatas, a minha mãe e avó eram fiscais implacáveis, e eu tornei-me uma descascadora exímia :D
      Ah, o preço por kg. Ensinei a mano e a me mate, que nunca lhes tinha passado pela cabeça. O homem agora verifica as etiquetas de preço todas, maravilha.

      Eliminar
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar