quinta-feira, 8 de julho de 2021

The big five'oh

Há exactamente dez dias que ando a fazer a rodagem dos 50 - cinquenta -50 anos e, há que dizê-lo com frontalidade (referência que só gente da minha idade entende), que é um desapontamento, uma desilusão.

Em primeiro lugar, ainda não me ofereceram a reforma, quando é evidente que estou em excelentes condições para a aproveitar. Um desperdício! Querem que me reforme quando, aos setenta?, quando estiver saturada da vida em geral e da minha em particular? Fazer assim: reformo-me já, quando ainda tenho saúde, vontade (e pernas) para dar uns belos passeios, e prometo que volto aos setenta, vale? Aí até se junta o útil ao agradável, que assim com'assim passo dos dias sentada, a ouvir conversas de bélho caduco, e a resolver problemas de bélho exigente, chatinho, refilão, e cheio de razão.

Segundos, não, não noto diferença nenhuma. Parece que esta é pergunta obrigatória ao aniversariante da quinquagésima década. Nopes, tudo igual. Não é da idade, eu já não tinha paciência antes. Idem para as dores de costas, stress crónico, cabelo branco, ocasional vontade de bater em toda a gente ou praguejar violenta e audivelmente. 

Terceiro, preciso de mais férias. Mas sempre precisei. Sou uma pessoa especial, com necessidades especiais: mais férias, maior quota de chocolate (diz que o cacau vai acabar em 20 anos, tenho de me precaver). 

Quarto, nada. Tá-se. 

Mais uma vez: é tudo igual. Mas podia não ser, ver ponto primeiro. Era um jeitão que me faziam.  

10 comentários:

  1. Como assim o cacau vai acabar em 20 anos? Começo já a fazer stock?? Para mim é vital, eu só funciono a chocolate. Literalmente, eu como todos os dias quantidades absurdas de chocolate, acho que até, o meu organismo está tão habituado que as calorias não contam da maneira standard (como em chocolate um extra médio de 800-900 calorias por dia).

    Desculpa mas só fixei esta informação e estou em choque.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Espiral, estou a vender o peixe como mo venderam, num artigo que li há uns anitos. Que com o aumento do consumo, o facto de ser produzido em zonas de conflito e tal. Mas desde miúda que ouço que só temos reservas de petróleo para 30 anos, e onde eles já vão...
      (eu também como tanto chocolate, credo, costumo dizer que é o meu grupo alimentar favorito e de base :D)

      Eliminar
  2. Tirando o chocolate ando a dizer o mesmo, vai para 7 anos! Raio que anda tudo surdo.
    Inês

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Inês, obviamente temos de criar um grupo de pressão :D

      Eliminar
  3. Muitos parabéns titi Izzie! :D
    (mas como assim, o cacau...? :O )

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada, Red!
      (olha, desde que vi fotos do mar a arder, e li que os bivalves no Canadá estão a cozer dentro de água, já nada me surpreende. isto está tudo como há-de ir...)

      Eliminar
  4. Parabens jovem! Uma amiga minha diz-me que comecou a sentir os 50 aos 46. Outro amigo ganhou a sua primeira maratona aos 50, pesa tanto como uma perna minha, e nao lhe das mais de 30. E' so' um numero, mesmo.

    Isso do cacau e' que me parece muito mal. Se houvesse mais mulheres nos Governos, o mundo desenvolvido ajudava finalmente as economias agricolas destes pequenos paises produtores, que sao autenticos paraisos... em muitos sentidos.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. AEnima, obrigada! Eu não sinto (ainda) os 50, como não senti os 40 ou os 30, acho que a idade mental estacionou ali nos vintes e pronto :D

      Ah, a produção agrícola dos pequenos produtores, pois. As plantações são de grandes empresas, que não se coibem de usar trabalho infantil e semi escravo, enfim...

      Eliminar
  5. Parabéns (muito atrasados)!! És uma jovem :)

    Já vou nos 55 (nem eu acredito), mas não senti nada de diferente quando fiz 50, só aos 53 é que notei que era capaz de estar a envelhecer, mas também não é assim uma coisa constante, há dias em que acho que tenho 40. Também se pode dar o caso de já não estar na posse de todas as minhas faculdades mentais, mas pronto.

    Penso muitas vezes que agora sou mais velha do que a minha mãe era, quando olhava para ela e a achava uma senhora de respeito e uma pessoa séria. Não me sinto nunca assim séria, acho que neste aspecto, a nossa geração teve mais sorte (ou então somos mais líricos).

    Coisas importantes, uma velhice sem cacau? Isso é que não.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Mac, obrigada! Aqui entre nós, ninguém nos dá os cinquentas ;) Isto da velhice só noto em pequenas coisas, como uma pessoa já não aguentar noitadas sem ficar de rastos no dia seguinte, as costas, e se calhar as faculdades mentais, mas não admito :D
      Quando a minha mãe tinha 40 já achava uma senhora de respeito, e acho que ainda não me sinto assim. Tolices minhas.

      Eliminar