[uma]
Mamãe já foi vacinada, e foi caladinha e obediente. Se mamãe, que é a pessoa mais teimosa que conheço, daquelas que mesmo quando provado que não tem razão continua a ter razão, consegue mudar de atitude quanto à vacina (vide uns posts aí abaixo), há alguma esperança para os palermas dos negacionistas. Estou a brincar, pá. 10% deles, vá, e isto sendo optimista. A maioria só lá vai com medicação da forte, ou mesmo colete de forças. Eu li coijas, pah, coijas nesha neti, que já nao consigo desler, pah.
(ah, calhou-lhe a da Moderna, à marota).
[duas]
Considerando as notícias que li, não sei se vou ser vacinada. Melhor dizendo, o período para o qual está prevista a minha vacinação está num limbo, e basta um pequeno erro de interpretação, ou de introdução de dados, e vou à vida. Explico: a partir de meados de Junho vai o pessoal dos 50 aos 59, e sucede que em meados de Junho ainda não tenho 50; a partir de meados de Julho começam a aviar o povo entre os 40 e os 49, mas nessa altura eu já não tenho 49. Giro, giro, mas mesmo giro era agendarem a pica para o meu aniversário. Levava biscoitos para o pessoal da vacinação (juro!).
[três]
De resto, continuo em teletrabalho meia semana, outra meia lá na tasca a fazer papel (live!), ou a aturar fregueses. Esta semana calharam-me uns bem fresquinhos, estou, ó, que nem posso. Confinava-os até ao fim do ano e não se falava mais nisso. O teletrabalho, bom, continuo a não gostar. Dá muito mau ambiente à casa. E à minha vida. Aliás, o trabalho já me corta muito a vida, mas como não tenho outro meio de pagar o pão e a manteiga (justiça para o gluten!), tem de ser. E ainda me vai pagando os vícios e alguns desvarios.
[quatro cenas sem importância nenhuma]
Nem a propósito, ontem comprei umas jardineiras, daquelas bem baggy. Numa loja de roupa em segunda mão vintage aqui perto mas onde entrei pela primeira vez (e serendipity é eu estar a usar, na ocasião, uma camisa de flanela que já existia ainda o Kurt Cobain era vivo). Têm um stock muito, muito fixe, Levi's a 25 bombocas, por exemplo, e parecem novas. Trouxémos um par cada um. Voltando à vaca fria, as jardineiras, não foram baratas mas são oshkosh, ganga muito boa, e pagava pouco menos por umas da agá e éme num paninho que nem um ano e parecia de limpar chão. Estou doida para ver a cara de mamãe quando as usar - claro que as vou usar de propósito numa visita, a minha missão de vida é causar choque e transtorno a mamãe. Ela já não anda bem desde que deixei de pintar o cabelo, e agora que estou 100% natural e, portanto, grisalha, a senhora não se conforma. Está um bocadinho mais subtil na sua abordagem ("sim, já viste como é, até nem te fica mal" - mentirosona, odeia - "mas não vais ficar assim para sempre?"), mas caramba, é uma viagem, que começou com um directo "nem penses!". Oh, those were the days. Donde, tem uma filha pré-cinquentona com peruca que não o nega e que se veste num estilo que eu quero (muito!) cunhar como o trolha-chic. Já sou uma feroz seguidora do azeiteiro-chic (t-shirt branca, camisa de homem com estampado tchanam, jean, téne: o meu look de fim de semana preferido). Espera. Espera. Isto é tudo a mesma tandance. Trolha ao fim de semana com camisisca florida, de semana com roupinha de acartar baldes de massa. Méne, ainda acabo uma influenciadora. Trolha-chic, anotem bem. Quando andar tudo o que é 'miga de camisa de flanela / terilene estampada, calça jean coçada, téne / doc's, lembrem-se, fui eu. Ou foi um revival dos anos 90, pronto.