Não, não ia: não tenho muito para dizer. Estou viva, e acho que isso já é de notar. Tudo o mais é assoberbamento, cansaço acumulado e extremo, um stress que paralisa. Não faltam temas, não; nem opiniões sobre os ditos. Mas a realidade desenvolve-se a uma tal rapidez que uma pessoa está a maturar o que pensa sobre x e já y tomou conta da actualidade. De permeio, o trabalho, embora interrompido uma semana, volta a receber-me como o fantasma da casa: sem susto, sem surpresa, mas responsável pela habitual sensação de desconforto e constante inquietação. É então que entra o stress, agudo, pesado, a pregar-me e não deixar sequer começar, evoluir e muito menos acabar. Hoje foi o dia de olhar para o ecrã e texto e não sair de onde se ficou. Ontem foi bonzinho, daqui a quinze dias melhor será, espera-se.
Vou parar quinze dias, portanto. Ainda não decidi que livros me acompanharão, mas serão decerto mais que os que conseguirei ler e menos dos que me apetecia. Não acabo um livro desde a Páscoa, as minhas últimas férias. Não que isso me preocupe, faz parte da saturação de letras que se torna a minha vida, nesta altura. Mas aborrece-me. Porque ler era, e quero que continue (sempre) a ser, o escape, a alegre fuga. E tenho tanto para ler, e desse tanto quero muito ler tudo. Mas o vício de comprar livros, fruto de uma insaciedade constante, está a tornar-se francamente embaraçoso, face a esta inércia. Caramba, não preciso do stress da pilha a crescer. Não preciso, mas isso não me impediu de carregar uma mala com mais sete quilos que à partida - ainda me dói o braço direito, o fideputa do metro de Londres tem sempre uma escadinha a galgar ou descer, com vinte quilos ainda que em cima de rodas é dose. E não trouxe uns três que bem me apetecia (dois eram repetidos, mas são clássicos em edições bem mais bonitas que as que tenho, canudo, grande tentação, à qual não cedi, e não me arrependo, quando topei com um capa dura de Good Omens que quero, tenho de reler), e nem tive o tempo que gostaria para vasculhar tudo ao que ia.
Fui, de novo, a Londres, voltar onde sou sempre feliz. Desta vez com companhia nova, um par de olhos virgens. E fui, de novo, muito feliz. Melhor que regressar aos nossos portos preferidos é ter o privilégio de os partilhar. Já quero regressar. Agora para conhecer a Londres pós- Johnson (piada seca), voltar aos sítios de sempre e acabar em sítios onde nunca antes. Há-os, ainda. Esta certeza acalma enquanto entusiasma. Pode levar dois, três anos, mas volto sempre. Cruzando os dedos para voltar a acontecer com um voo Tap que sai a horas tanto à ida como à volta (sim, aconteceu; estou cá eu para testemunhar. já não me lembrava da última.)
Nos entretantos, até já.
Eu também estou de regresso à velha casa de sempre. Vou tentar ter uma toalha na mesa, chá e bolinhos para quem vier. Nos entretanto vou passando por aqui. Até já.
ResponderEliminarAté já, Anna, e bem regressada!
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