sexta-feira, 24 de maio de 2019

The Cat Diaries (18) The Dude Abides

Caramba, long time no write sobre gatunfos, aposto que algumas almas mal intencionadas já pensam que os fizemos em estufado e estolas.
Nope, tudo vivo e de saúde.
Cumpre, portanto, actualizar este boletim, que qualquer dia já não tenho direito a usar a faixa de cat-blogger.

Comecemos pelo mais velho, 'tadinho, tantas vezes esquecidinho e relegado para último plano, é a sina dos sossegados e paz d'alma, concentrados e arreliados que andamos com as loucuras dos mai'novos.

A notícia que importa: deve ter sido lá para meados de Novembro passado, a mesma altura em que encontrámos a nossa (espero que) ultima e mai'nova, que senhor Fox Mulder nos resolveu brindar com o primeiro ronronar. Começou como uma espécie de pigarro, estava a ligar a máquina e devia precisar de ser oleada, ou exercitada, porque foram muitas as discussões lá em casa: "eieieieiei" me mate, todo entusiasmado "fiz uma festa ao Fox e ele começou a ronronar. E eu, senhora dona Tomé, fui ver, fiz festa, e ou zero ronrom, ou um som que era tudo menos semelhante a. "Não ronrona nada", dizia aqui a péssima mother of cats, e espoNZa ainda pior, a seu mate, que continuava a insistir que era sim senhor.

E era. Como disse, começou rouco e baixinho, hoje em dia é um definitivo, audível, expresso ronrom. Depois de mais de ano e meio com a mesma rotina - falar sempre com voz delicodoce; iniciar aproximações com vara com penas;  abordá-lo sempre de lado ou por trás, nunca de frente; iniciar tentativas de escovagem e perceber em que parte do corpo era mais receptivo (cabeça); estender a mão, deixá-lo cheirar e, se a postura corporal o manifestasse, festa com a mão - chegou ao ponto em que estendia a mão, ele cheirava, e baixava a cabeça: hurra!, sinal inequívoco de que quer a festinha, não a vai meramente tolerar. E assim fomos, até que se soltou e se entregou.

Actualmente senhor Fox já pede festas e escovinha. Sim, pede. Gosta de estar no mesmo plano que nós, portanto salta para cima da mesa da sala, fica a olhaaaar fixamente, e pronto, já sabemos, valente escovadela e festunças na cabeça, atrás das orelhas, queixo, tudo ao ritmo de um ronrom muito quentinho.


O seu primeiro amor: o aquecedor

Caraças, foi um longo caminho, mas valeu a pena. Se ele não capitulasse também não fazia mal, cada um é como cada qual, gostaríamos dele à mesma. É que mesmo quando esquivo e desconfiado o Fox sempre revelou ter um feitio muito especial, e muito adorável. Primeiro, não é nada briguento, nem maniento, e tampouco caprichoso. Desde que chegou à nossa casa que se mostrou muito protector da sua companheira Scully, e depois do Max (apesar de este ser um chatinho). Observou-nos sempre, SEMPRE, com muita atenção, quando interagíamos com a Scully e com o Max, e agora com a Selina já baixou um bocadinho a guarda. Quando o Max fazia asneira ficava especialmente atento à nossa reacção (que nunca foi violenta, apesar de muito se ter ralhado). Espera sempre que os manos estejam servidos e de tacinha à frente para atacar a sua parte de paté.

Mantendo os idiotas dos humanos debaixo de olho, like a boss




Curtindo o ar livre, like a boss

Gosta muito de dormir e, no verão, ao sol, de preferência numa cadeira com almofada. Mesmo com os 40º que fizeram o ano passado preferia estar na varanda, à sombra, vá lá, que dentro de casa. Não dispensa a sua voltinha pelos logradouros - ainda me lembro do clique, da alegria dele quando se apercebeu do local, da vastidão, e pode matar saudades da liberdade. Já sei que muita gente condena estas voltinhas mas volto a avisar: a) ele é um gato de rua; b) estes logradouros não têm acesso à rua-rua; c) não é um gato briguento, a colónia está esterilizada e ele também. E volta sempre. E já responde ao nosso chamado. Às vezes com mais vagar, afinal é gato, suspiro, e que atire a primeira pedra quem, numa situação semelhante, também não seria apanhado a argumentar com um calmeirão laranjão, sentado num muro a fingir que nos ignora, que já são horas de ir para casa.

Pose "eu não conhecho echta chenhoura"

É um tipo bestial, o nosso Fox.
Um bonzão.
Um pachola bon-vivant.
Um amorzão.

Curtindo uma soneca no braço do sofá, like a boss

E forjou com me mate uma amizade muito especial: são ambos os (feitios) protectores da casa, e já sabe que o home nunca deixará algo de mau acontecer-lhes. Aliás, é me mate o "chamado" à escovadela vespertina, função que cumpre com muito zelo e gosto. E a mim dá gosto vê-los.



Enfim, like a boss


11 comentários:

  1. Tu perdoa-me o que vou dizer mas fazes-me lembrar a irmã de uma amiga minha que, quando eu estava na minha segunda gravidez, ia ela na quinta, com 2 bebés de colo e 2 mais crescidos... Soube agora que foi ao sexto! Ela é da minha idade...e não ponho as mãos no fogo se já parou por ali. Vocês também...qualquer dia distraem-se e pumbas, mais um.
    As más línguas dizem que a casa dela é como no filme mad max...😅

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    1. a.i., 4 é o limite, juro. Não temos, em consciência, condições para mais. A quarta apareceu um bocado por acaso, não estávamos à espera de adoptar mais um, mas quando se vê uma gata minúscula a miar de fome... se voltar a acontecer vamos ter de pedir ajuda e encaminhar para adopção.

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  2. O curioso é que os mais velhos, ao verem a porcaria que fazem os mais novos, às tantas deixam-se estar sossegados, pegam num livro...

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  3. Adoro ginginhas grandes e calmeiroes. Tenho 2 em casa versão humana. São tão lindos e amorosos em versão gato peludo adoptado. Já tive 2 fabulosos. Bom proveito

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    1. AEnima, dois em versão humana :D Agora a sério, não sei porque há quem estigmatize os ruivos, acho uma cor de cabelo linda. Este ginger é o primeiro que "conheço", mas é um porreirão.

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  4. Adoro gatos! Sou alérgica a gatos. Há uma gata a que nunca fui alérgica, mas... o seu feitio nunca permitiu grandes aproximações (a não ser quando ela me conseguia arranhar ou morder). Agora essa gata vive comigo (não digo que é minha porque... acho que eu é que sou dela). Tem 13 anos, está comigo há um ano. Herdei-a. Foi difícil... agora é mais fácil. Mas tanto acordo com ela a morder-me o dedo como com ela a dar beijinhos - nunca sei o que por aí vem. Adoro a gata... mas acho que ela não gosta assim muito de mim, só q.b. Preciso de a levar ao veterinário (rotina, já não vai há dois anos). Mas não sei como. Apropriando-me deste espaço (desculpe, Izzie), dicas agradecem-se!

    Assinado: Helena, aka pizza com bacalhau! (hum... acho que era com outra coisa qualquer...)

    P.S. - eu vou descobrir uma coisa aqui abaixo para publicar que se chama url.

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    1. Helena, os gatos, apesar da má fama que têm, são leais aos seus humanos, e muito apegados ao seu espaço / casa. Quando mudam é natural que levem tempo a adaptar-se, e mais ainda quanto mais velhos forem. Dito isto, se dá beijinhos, é porque gosta da sua humana. Aliás, se interage, é porque gosta. As dentadinhas são também uma manifestação de afecto, embora não pareça. A menos que estejam zangados - um sinal inequívoco é terem as orelhas puxadas para trás -, também dão dentadinhas a brincar. E também podem fazem emboscadas e atirar-se às pernas a brincar, eles são caçadores naturais, é mesmo assim, mas é possível ir ajustando o compprtamento.
      Essa questão de apanhar e levar ao vet é complicada, e não posso ajudar muito. eu também queria conseguir, mas com os dois que vieram da rua não vejo grande hipótese. São grandes e pesados, logo difíceis de apanhar e enfiar na transportadora. E muito desconfiados, fogem se se sentem encurralados, enfim. Ando com a esperança de daqui a uns tempos mais conseguir, porque queria mesmo que estivessem vacinados. Não é fácil!
      Há a hipótese de pedir um vet ao domicílio. Normalmente sabem lidar com gatos mais difíceis. Nós só o fizemos uma vez e foi uma tourada, só se conseguiu apanhar o Fox o tempo suficiente para dar o reforço da primeira vacina, e chipar não se conseguiu. Ele tem muita força e debateu-se imenso.
      Há quem os "drogue", mas para isso é melhor falar com o vet antes, para que recomende qual o melhor medicamento e a dose. Há o vet tranquil, que a nossa actual vet não gosta, porque em vez de acalmar o gato paralisa-o, ou seja, ele fica prostrado e sem reacção, mas não diminui o stress. Ela falou-nos da hipótese de xanax, mas tem que se avaliar a dose adequada em função do peso.

      Bom, eu já consegui desparasitar o Fox e a Scully com pipetas (interna e externamente), é a única maneira porque não se deixam enganar com medicamento escondido ou misturado na comida. Já não é mau, baby steps.

      Na dúvida, é aconselhar-se com o vet. Se for bom, saberá dar uma sugestão... Boa sorte!

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  5. É sempre tão bom quando gatinhos mais velhos se tornam mais próximos!

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    1. Filipa, este é mais velho e de rua, para nós qualquer avanço é uma vitória ;)

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  6. Respostas
    1. eu é que não venho actualizando isto. A Selina está óptima, uma doidona fofa. tenho de dar seguimento aos cat stories

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