Por razões que não vêm ao caso, tive de me deslocar a uma grande superfície de cuidados de saúde. Sucede que se meteu a hora de almoço, e decido forrar o estômago antes de abalar; dito e feito, ala à cafetaria para nhom-nhom. Ora além de público (faminto) em geral, distingo eu uma série de fregueses branquinhos, branquinhos: ena, tantos shoutores e enfermeiras. Estas com a farda, aqueles com a batinha (e estetoscópio ao pescoço). A batinha branca, esse trajo profissional por excelência que distingue os responsáveis máximos pela nossa e vossa saúde; o trajo que não só distingue e diferencia, como também costuma, ou costumava, ser um selo de higiene.
A minha questão é esta: qual higiene, se andam a passear a porra da bata por todo o lado (já nem falando do estestocópio, que é caro e até entendo o perigo de roubo, mas caraças, aquilo é encostado a pessoas alegadamente doentes, desde o tuberculoso até ao constipado; até um cabeleireiro ou esteticista têm melhores hábitos). Até pode estar num branco neoblanc irrepreensível, mas as bactérias e vírus não se vêem a olho nu. E duvido muito que tenham direito a hora de almoço, a apanhar ar, pausa para cigarro, quiçá, ou até, na loucura, acompanhar o clínico na satisfação de uma necessidade fisiológica (nojo). A interdição de passeio entre áreas higienizadas ou até esterilizadas e outras, exteriores ou não, pode parecer um preciosismo, mas caraças, se a bata não for vista e considerada como trajo profissional símbolo de higiene, para que serve, afinal? Apenas distinção, ou seja, cagança? Pá, para isso, pá, amigos na mesma, mas deixem lá o trapinho em casa.
O que eu me ri com o que escreveste. Sim, é inacreditável e infelizmente é mesmo cangança. E pior, dantes andavam só com as batas, agora como já outros funcionários que andam com as batas (secretáriado do departamento, investigadores de laboratórios - apesar destes normalmente tirarem as batas porque sabem o que significa higiene e segurança) andam com o estetoscópio para mostrarem que eles sim são os médicos (não pús entre aspas, mas podia pôr, conheço muitos médicos, trabalho entre médicos e tenho muitos amigos médicos). E pior os cirurgiões, para mostrar a cagança de "ah e tal ando no bloco" saiem com as batas cirurgicas... que bom ah? já estive a almoçar em sítios com estes cagões ao lado lol (para que conste trabalho numa faculdade de medicina que tem instalações conjuntas com um grande hospital deste país).
ResponderEliminarSão senhores doutores =)
Espiral, a sério? Até me custa a acreditar, caramba. Há lá coisa mais fixe que passar despercebido, digo eu, que só me visto "à doutora" quando tem mesmo de ser. Mas as batas cirúrgicas, caneco, que porcaria! Até achei que se tinham de descartar / por no saco para desinfecção logo à saída do bloco... iaca!
EliminarNao stresses Muito, não há prova que pacientes sejam infectados por causa das batas ou instrumentos do pessoal clínico. O pessoal clínico é que tem uma possibilidade, se bem que remota, de ser contaminado pelos doentes ou ambiente.
ResponderEliminarAEnima, eu sei que o pessoal médico e de enfermagem está muito mais sujeito a contágios, coitados, mas ter a bata de trabalho vestida ao almoço, bom, não me parece nada higiénico. E se põem uma nódoa, já viste o mau aspecto?
EliminarPrimeira regra de laboratório: a bata só se usa no laboratório! Tive uma professora na Faculdade que achincalhava toda e qualquer pessoa que visse a deambular pelos corredores de bata vestida. Mas isso era em Ciências, não Medicina...
ResponderEliminarRita, e é uma boa regra ;)
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