Está óptima, obrigada.
Pronto, era só isto. Não era nada. A coija boa, embora ainda tenha tiques e toques de medo, de vez em quando ainda se solte um instinto primitivo de, vendo-nos a caminhar na sua direcção, dar um pulo e fugir, está um doce que só visto.
Começou, primeiro, por demonstrar excelentes e meritórias qualidades domésticas, desde que descobriu que mantinha é melhor que chão, e se estiver a dita mantinha em cima de superfície fofa, olaré.
Curtindo o fofinho, numa boa
Seguiu apreciando valentemente o quentinho que se liberta daquele objecto estranho a que os humanos chamam radiador (ligado em permanência, junto às caminhas), ou do outro, o melhor amigo do mano, que irradia cá um calorzinho que até se consola.
O primeiro ronrom chegou perto do final do ano passado, em reacção a umas festinhas gostosas. De início, éramos nós a tomar a iniciativa: menina deitada qual odalisca, na sua caminha fofa e macia, e nós a fazer uns afagos (depois de pedir licença, que lá em casa é tudo gente muito educada). E ela gostou. Foi-se habituando, e gostou. Aos poucos fomos alongando as sessões de mimo e, um belo dia, temos ronrom. Não posso jurar, mas tenho quase a certeza que foi com me mate (traidora!, bandida!, vendida!).
Dona do pedaço
Daí em diante a evolução tem sido digna de nota. Se já se demonstrava uma garota muito curiosa, que de quando em vez apanhávamos a espreitar o que estávamos a fazer, passou a fazer aproximações deliberadas, como que pedindo atenção, especialmente a ele (a dengosa!, a serigaita!).
Fazendo o stretch em frente a papás babados
Festas, festas, afasta um pouco, aproxima de novo, festas, festas. Um dia demos com a biscas deitada no sofá, em cima de uma almofada. Quando nos viu saltou para o chão; mas voltou ao mesmo poiso. E começou as rondas: nós sentados, e lá vem ela, um miadito tímido, festas, festas, e dá meia volta. Até ao dia em que salta para cima do sofá quando lá estamos sentados. E nós aos gritos por dentro, soltando um foguetório. Salta para sofá, festas, salta para o chão, vai embora. Mas um dia fica. Julgo que se passou comigo: eu sentada no lugar do costume, ao lado uma almofada (A almofada), e ela salta, sobe para a almofada e aceita, não, pede festas. E deita-se. Ajeita-se e fica. E eu deixo-a ficar. Vai repetindo a rotina, mas só com um de nós no sofá. Um dia, adormece na mufadinha. Neste dia:
Coijamáboa. Muxigata dos papás. Lontrinha que tarda nada está a senhas de racionamento.
E pronto, o resto é história. Entretanto já se decidiu que estar no sofá, entre papá-mamã, não é má ideia, até porque há o dobro das mãos festeiras à disposição. Aliás, já reclama o seu lugar, na sua almofada (A almofada), e todas as noites há sessão de mimo, com muita festa, ronrom, escovadela (e bem precisa, que larga pelo que é uma loucura), e amassar. Também já é frequente ouvi-la ronronar lá de uma das suas caminhas, onde se enrola e adormece, depois de amassar devidamente. E brinca, brinca muito. É uma campeã de bola: seja de papel, alumínio ou corda, faz uns passes, uns dribles, uns remates que é um espanto.
Ferradinha
O único problema é que come como uma condenada. Por gulodice, por não ter mais nada para fazer, por enfado, come, come, come. Já sabe a que horas é o pequeno almoço (um terço de gourmet gold, a dividir entre todos) e reclama se atrasa (o que acontece quando o mano mai'velho demora o passeio matinal). Tem me mate na palma da patinha, e não digo que me tem a mim também porque o blog é meu, e aqui tenho o direito de definir quem sou, e o que sou é uma cabra insensível.