Estava aqui a pensar que o que era mesmo giro era ir ver dos sapatos
in loco, que a gente nunca sabe se o número habitual fica mesmo, mesmo bem (até sei, mas adiante, nunca deixar estragar uma boa desculpa), de preferência naquela lojinha tão catita em Covent Garden, e a libra na miséria e tudo, mas depois lembro-me de mãezinha a ter achaques a cada hora sem notícias, que agora não lhe posso dizer que quero ir ao sítio x sem que me lembre dos terroristas. Só que eu sou uma pessoa antiga, embora menos antiga que ela, e então vejo-me forçada a recordar-lhe quando estivemos em
San Sebastián Donostia no ano em que lá rebentaram bombas da ETA, e a minha primeira ida a Londres, que coincidiu com um encerramento de Regent St. por alerta de bomba do IRA (foi no tempo em que o IRA já era mais simpático, e até telefonava a avisar); ou aquela vez que quase nos vimos no meio de um motim entre koweitianos/árabes moderados e iraquianos no Speaker's Corner (prontamente resolvido pela polícia, que agiram exemplarmente e cá com uma fineza que só demos pela bronca já ela tinha passado; foi no ano da primeira invasão do Iraque, e logo a seguir aos primeiros bombardeamentos). Ou quando estivemos em Paris, um ano depois de um atentado, e numa época em que O Chacal ainda estava no activo - então empresto-lhe a série que vimos há atrasado, bem boa, por sinal.
Medo, medo tenho eu sempre, até a circular em Lisboa, que o tuga não é muito amigo de dar a prioridade ao peão nas passadeiras ou se torna ceguinho quando vê o intermitente. Isto não começou agora. Mas claro, há sempre gente pronta a seguir a tradição do antigo barbeiro de me mate (e que podia ter inspirado
este sketch dos Gato Fedorento), que dizia que os árabes eram gente que já nascia de pedras na mão.
Não tenho é férias tão depressa, essa é que é essa.
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