Posso não servir para mais nada, mas faço recomendações do caraças. E se calhar sou um bocado peneirenta. Mas são boas recomendações! Que são! "Ah, mas é tudo canais a pagar, és peneirenta e elitista!". Pah, em vésperas do 25.04, pah, não vale. Além de que os quatro canais, quando foi a última vez que vos deram uma alegria?, eu já não m'alembro.
Então, o que é bom e anda aí:
- Ripley (netflix): esta série não é só boa, se eu mandasse era obrigatória. Andrew Scott já foi o melhor Moriarty de sempre, um hot priest do caraças, e tcharam. A Dakota Fanning 'tá crescida. A fotografia é poesia, a história está lindamente contada.
- Baby Reindeer (netflix, a justificar a mensalidade): uma das melhores série que não quero voltar a ver. É uma autópsia ao trauma puro e duro, e ele há ali bocados (ahééém, episódio 4, ahééém, e não melhora) que ficam a trabalhar. Não conhecia a actriz que interpreta Martha, mas agora quero ver tudo o que ela já fez.
- To Kill a Tiger (novamente netflix, agora já estamos a lucrar): porque já estamos preparados, vamos então continuar no tema, sendo que este é trauma, violência sexual, sociedade, justiça. Agora, na India. Um filme documentário muito bem feito, sensível mas sem paninhos quentes. Revolta muito, mas, ao mesmo tempo, aquece o coração saber que há tanta gente íntegra e boa a fazer trabalho essencial. Comovi.
- Quiet on Set (HBO), ena, agora já entrámos na overdose de abuso e violência sexual, mau trato, e por aí fora. Quando era gaiata via os desenhos animados da Warner Brothers, mas depois veio uma época em que foram banidos, buhu, muito violento, um coelho que é um boneco dar um tiro na cara de um pato (outro boneco) e este ficar com o bico virado para trás. Ou desenhos atirarem bombas (desenhos...), bigornas (também desenhos...) a outros bonecos desenhados. E veio a época da Nickelodeon, que já não me apanhou, pelo que não fazia ideia. Mil vezes o Bugs a escavacar o Daffy. Surreal, aqui é tudo surreal. A forma como era tratado o staff e os putos-actores; o silêncio e conivência dos responsáveis, o porem miúdos a fazer cenas com conteúdo sexual ÓBVIO para qualquer adulto com dois dedos de testa, enfim, e o pior do pior, claro, um ambiente destes é natural que atraia todo o tipo de tarados, principalmente quando quem manda no show é ele próprio um tarado porno-viciado, ressabiado, misógino, a viver a sua power trip.
E pronto, já é uma listinha boa. Agora vamos acabar o Conan O'Brien Must Go, um excelente limpa palato, e depois logo se vê para onde seguimos.
Se são daquelas pessoas que têm o Filmin (nada contra, mas tenho de gozar porque mano tem, e uhu, filmes intelequetuais, uhu, olha o menino), passem os olhos por A Zona de Interesse, para ficarem monumentalmente deprês; para acamar, e ainda o apanhando, vejam o Anatomia de uma Queda (já agora, Sandra Huller, não conhecia, mas quero ver tudo o que já fez).
Adeus, adeus, que tenho legos para montar. Viva a liberdade!