Terceiro shot, booster, dose, reforço: check. Me mate também. Sem efeitos secundários, tirando a dor no braço. Yay. Continuamos, todavia, mui confinados (vá, bastante, não tanto como em 2020 e 2021, caramba, há limites, sendo que o pior de todos, aarrrghhh, trabalho) e com cuidadinhos. Quero crer que é esse factor, somado ao super-factor de não termos filhos (alguém com filhos que escapou?, sorte, muita sorte!), que nos tem mantido negativos. Oh, o sonho, viver esta época em que se manter negativo é ponto de honra. Em que pelo menos algum positivismo é, garantida e reconhecidamente, tóxico. Um dia chegamos lá, à utopia, em que outras pragas como o coaching, wellness, proactividade, go getterismo, atitude up, terão o mesmo carimbo.
Ou então sou tan ruim que nem a omicron quer nada comigo, e eu ralada, xô. Veremos.
Os dias continuam aborrecidamente, compridamente, esticadamente iguais. Panicar por causa do trabalho, trabalhar, panicar mais um bocadinho porque se trabalhou como uma mula e ainda ficou tanto por fazer, trabalhar mais. Ando a adiar a atribuição do prémio "Cadeirada nos Cornos 2022" - sim, ainda estamos em Janeiro, mas já está atribuído, e duvido que alguém ultrapasse o mérito da sodona agraciada nos próximos onze meses, antes acredito que ela também vai acumular a menção honrosa - porque os nervos já não se recomendam, mas começa a ser inevitável a abordagem ao nível da gritaria, dado que com (muitas. demasiadas. serenas.) conversas sodona não chegou lá. Deuznossosenhor vos livre de ter de trabalhar com alguém assim, que me calhou na rifa via antiguidade, e eu venho suportando estoicamente com o mantra "estáquaseareformarse", calma, Izzie, mas entretanto disseram-me que ainda lhe faltam dois anos. Não sei se aguento. Alguém vai falecer, entretanto. Provavelmente, eu. Agora chamam-lhe "burn out", quando comecei era "esgotamento" (sou uma pessoa antiga), been there, não tenho nem quero a t-shirt e, principalmente, apreciava deveras não voltar a esse sítio. Os meus fins de domingo são muito calvinistas - d'apres Calvin&Hobbes, isto é, a sonhar com catástrofes que me impeçam de ir à escola trabalhar segunda -, mas toca o despertador e vá, tu consegues (nope), e vai correr tudo bem (não corre). Presa por fios escafiados, colada com cuspo, até ver. Uhuuu, 'tadinha d'eu, aqui a choramingar como uma coisinha. Pronto, já desafafei, acabou.
Para não dizerem (os sobreviventes assaz resilientes que ainda cá estão) que vieram aqui debalde, vou agora armar-me um bocadinho em influencer do audiovisual, e mandar umas larachas:
Cobra Kai 4: havia necessidade?, não. vimos, com alegria e satisfação?, sim. iup, há piscadela à quinta temporada. há necessidade?, não. vamos ver?, óbvio. de qualquer forma, uma série para teens bem feita e, atenção pais, wholesome as fuck, coisa que já vai rareando.
Dexter: New Blood: havia necessidade?, não. vimos, com moderadíssima alegria e satisfação?, sim. queremos mais? não. and that's all I have to say about that.
Only Murders in the Building: precisam de alegria na vida?, é no canal disney, com este nome. que gosto, ver Steve Martin, Martin Short e (lágrimas de felicidade, foram buscá-lo) Nathan Lane em plena forma, com um texto à altura. Divertimo-nos tanto. Tirando as partes em que o Steve Martin nos esfrega na cara o bem que fica com um chapéu pork pie e esta cabeça de ovo que fica ridícula com este feitio morre de inveja. we'll always have trilbys, vá lá.
After Life 3: havia necessidade?, completamente. vimos, com enorme alegria e intensa satisfação?, sim. chorámos que nem uns totós?, confirmo. como dizia o outro, adorei, adorei, adorei.
E pronto, já está. Filmes, não me apetece, que não há nada digno de nota. Apenas que gostava de ter visto The Power of the Dog no cinema. Merecia. E quero ver - no cinema! - Belfast.
*o filme (Encanto) não é nada de especial, mas esta passou a ser a banda sonora da minha mente cansada e doente. and we don't talk about that, either.