Primeiro achei que não me podia dar ao luxo de parar.
Entretanto apercebi-me que não posso dar-me ao luxo de não parar.
quinta-feira, 18 de agosto de 2016
sexta-feira, 5 de agosto de 2016
Horrible Bosses
No fundo eles têm é muita sortinha de eu não ser a primeira ministra, dizia eu a me mate, que não só devolviam a guita da viagem à Galp, como ainda entregavam três vezes isso a instituições, à minha ordem. E ainda faziam uma declaraçãozinha pública de retratação, a pedir desculpa. Responde ele ó pá, não podes obrigar ninguém a pedir desculpa, ao que respondo de imediato pois não, mas ou isso ou cartinha de demissão no dia seguinte, às nove, na minha secretária.
Fica portanto explicado porque nunca mandarei em porra nenhuma nem em ninguém, na meretriz da minha vida. Mau feitiozinho. Muito.
Fica portanto explicado porque nunca mandarei em porra nenhuma nem em ninguém, na meretriz da minha vida. Mau feitiozinho. Muito.
quarta-feira, 3 de agosto de 2016
I needed money 'cause I had none
Depois de ter lido as notícias, naturalmente exaltadas, vinha aqui
largar umas postinhas de pescada sobre a cena do aumento do IMI e, também naturalmente, barafustar, que nenhum cidadão gosta de pagar mais do que (acha
que) deve, e eu cá sou muito cidadã. Mas depois pensei que se calhar era melhor
ler as afamadas e divulgadas alterações ao Código do IMI, que isto de falar
apoiada em parangonas nunca foi a minha cena, olh'aí o rigor, e se eu sou
rigorosa; forreta, sim senhora, mas rigorosa.
Dito e feito, fui ao portal das finanças e
ao Diário da República electrónico, abri e comparei, mais concretamente, o art.
43º do CIMI, que é onde reside a polémica.
Primeira conclusão: o critério de localização excepcional
(definido assim, na alínea i) do nº2 do art. 43º: "Considera-se haver localização excepcional quando o prédio ou
parte do prédio possua vistas panorâmicas sobre o mar, rios, montanhas ou
outros elementos visuais que influenciem o respectivo valor de mercado; (…)"),
enquanto critério de majoração para cálculo de IMI, não é uma novidade, já
existia, e ao tempo. E não foi agravado o respectivo coeficiente, que se mantém
em 0,10; sendo este um máximo. Portanto, e quanto a vistas panorâmicas, tudo na mesma, não houve
aumento nenhum.
O que, sim senhora, foi alterado foi o coeficiente de majoração
por localização e operacionalidade relativas (definido pelo CIMI assim na
alínea n) do nº2 do art. 43º: “Considera-se
haver localização e operacionalidade relativas quando o prédio ou parte do
prédio se situa em local que influencia positiva ou negativamente o respectivo
valor de mercado ou quando o mesmo é beneficiado ou prejudicado por
características de proximidade, envolvência e funcionalidade, considerando-se
para esse efeito, designadamente, a existência de telheiros, terraços e a
orientação da construção; (…)”). Ou seja, este critério de majoração, que
pode ser accionado quando a casa tenha uma boa / melhor orientação solar, por
exemplo, já existia, mas o máximo era de 0,05 e passou para 0,20. É um bocado,
que é. Mas note-se que o minorativo do mesmo item também aumentou de 0,05 para
0,10.
Ou seja, e na prática:
- O coeficiente de majoração por (boas) vistas não foi inventado
agora;
- Não aumentou o coeficiente de majoração por (boas) vistas, ficou
na mesma.
- O coeficiente máximo de majoração por boa exposição solar,
existência de terraços e até, vamos fazer uma interpretação simpática de
funcionalidade, situar-se num primeiro andar soalheiro em vez de cave (húmida,
bolorenta, infecta, escura, uhu, baixou Dickens em mim) aumentou
substancialmente, mas cabe ao órgão competente fixá-lo, concretamente; MAS
- O coeficiente máximo de minoração por má exposição solar, inexistência
de terraços e até, seguindo a mesma interpretação simpática de funcionalidade,
situar-se numa cave em vez de um
primeiro andar também aumentou, o que pode significar, na prática, desagravamento
fiscal para proprietários de casas nessas condições.
Tudo visto, e se é verdade que esta alteração pode conduzir a um aumento
de IMI para alguns proprietários (entre os quais eu, porca burguesa de fachada socialista,
proprietária de imóvel com terraço, que por acaso até faz parte da fracção, e cuja
área, portanto, já é considerada no cálculo de valor patrimonial); tal depende
da fixação em concreto do coeficiente a aplicar, o que cabe ao CNAPU – Comissão
Nacional de Avaliação de Prédios Urbanos (art. 43º nº3 e 62º nº1 al. c) do
CIMI), “com base em critérios dotados de
objectividade e, sempre que possível, com base em fundamentos
técnico-científicos adequados.”; sendo que a composição deste CNAPU é
muito diversa e até contempla representantes de proprietários e coiso (ver art.
61º). Caso o contribuinte não concorde com a avaliação do seu imóvel, pode
pedir segunda avaliação e, não se conformando com esta, impugnar judicialmente.
O normal, portanto.
Finalmente, estou preocupada? Um bocadinho. Vamos lá a ver. No
final, é o município que decide as taxas, sendo que o de Lisboa tem sido
simpático, ultimamente. Estou em pânico, pronta a vociferar contra este governo
malvado, lançando perdigotos de pura indignação? Não. Depois de me ter
informado convenientemente, não. Já dizia não sei quem, informação é poder. E,
caso suceda o pior, reclamar é dever. Mas já me poupavam essa maçada, vejam lá
isso, que se é para me agravarem o imposto por causa do terraço, também passam
a ir lá regar as plantas e varrer as folhinhas, boa?
[disclaimer: este texto baseia-se na leitura e comparação feita por mim dos diplomas legais, e numa interpretação pessoal mas o mais objectiva possível, embora não isenta de falhas ou crítica. por isso, caso as detectem, força aí.]
terça-feira, 2 de agosto de 2016
Bob, o construtor (?)
Eu e a minha inusitada, incrível, irritante atenção ao pormenor: a granjear-me amizades entre empreiteiros desde mil nove e setenta e um.
(já estão tão fartos de mim como eu deles, chiça)
(já estão tão fartos de mim como eu deles, chiça)
segunda-feira, 1 de agosto de 2016
Nunca atribuí tanta importância à minha pessoa que me sentisse inclinad[a] a contar aos outros a história da minha vida
Aquele momento em que sentes que, subitamente, cresceste quatro anos, e te perguntas se ainda precisas do teu guarda-chuva Arthur.
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