sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Blitzkrieg

Depois da apreensão inicial por sabermos ir passar a viver em cima de um AL (alojamento local, para quem ande totalmente out), suspirámos de alívio quando os primeiros hóspedes vieram e foram sem alarme. Fiquei de sobreaviso quando dei conta da meia dúzia de teenagers (ou quase) franceses. mas estes, apesar de passarem a noite toda na palheta e na bubereta tinham um excepcional sentido do volume da sua voz e aparelhos electrónicos. Sim senhora, mais de um mês e tudo corria bem; bom, "bem" nem tanto, há o pequeno problema de a empresa que explora a coisa fazer limpezas, atulhar o caixote do prédio, até deixar volumes fora, e depois ala e os condóminos que lhes façam o trabalho, e de borla. Como somos muito tortinhos, dessas vezes nem pomos lá mais lixo, nem acartamos o caixote para a rua. Não há palhaços, não há criados.
Ainda assim, ainda assim; já ouvi contar pior, vá lá.
Até que chegaram os alemães.
(inspira. expira. inspira.)
Nós, os latinos, é temos a fama de ser barulhentos, expansivos, armar cagaçal, não é? Pois sim, mas o proveito, o proveito.
Primeiro grupo teutónico, e lá tem me mate de ir bater-lhes à porta, fáxavor de baixar o som, tanquiú.
Segundo grupo, idem aspas, e com a agravante de a música ser bem pior (electrónica). Lá baixar, baixaram, mas pouco. E falam entre o muito alto e o berro. E batem com a porta do apartamento e do prédio. E entram e saem a horas que faz favor. No segundo dia (ontem) voltaram a sair para a náite, ali cerca da meia noite, e eu sei porque: a) portas a bater; b) tudo a falar aos berros; c) e aos berros continuaram a falar, e inclusive a cantar, à porta do prédio, até chegar a a boleia (dois carros); d) altura em que também ouvi um distinto barulho de cacos, presumo que de garrafas a embater em caixote. Voltaram em duas levas, uma delas às cinco e trinta (acordei eu) e outra antes (acordou me mate).
E é isto. Não demorou muito a descambar. Ai, a Europa do norte, tão evoluídos, tanto sentido cívico, ai. Estou aqui a matutar na estratégia a adoptar, mas a vontade de lhes voltar a bater à porta é nula - além do mais, são umas vigas que faz favor, e têm um aspecto de gunas que nem vos conto.
Unglaublich. Grandes fisdeputa.

8 comentários:

  1. É chamar a police qdo eles fazem barulho :D.

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    1. Coitadinhos dos polícias... a esquadra da minha área não chega para as encomendas, as queixas de ruído ficam sempre para o fim :/ Lisboa não está preoarada para fiscalizar estas situações, e os residentes que se lixem.

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  2. Musica de rancho bem alta às 7 da manhã. É não os deixar dormir.

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    1. Bom, nós acordamos cedo para trabalhar, e não me coíbo de fazer o ruído normal. Mas não queria entrar na guerrilha a sério, ou ainda acabamos num inferno...

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  3. E falar com quem é proprietário do andar e exigir insonorização? É que a táctica de guerrilha é gira, mas não se compara incomodar quem quer dormir com quem não tem de se levantar a uma hora específica.

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    1. Aaahhhh, o proprietário do andar, a mesma pessoa que nos fez a vida negra durante uns cinco anos, com a aparelhagem a bombar, e nos respondia que "quem estiver mal que se mude", "na minha casa faço o que quero" e "se não gosta da música, insonorize a SUA casa", esse? Pois :/
      E por acaso o barulho é peanuts em relação ao lixo. Desde domingo o átrio do meu prédio está uma lixeira. Nojentos.

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    2. Que porcos:/. Devem pensar que estão na casa da mãe Joana, Mas, depois, são muito civilizados.

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    3. A bem da verdade os porcos são os que exploram o AL: quando há rotação vão limpar o apartamento e chegam a colocar uns cinco sacos no caixote. Ora o caixote não é muito grande, está dimensionado para um prédio com 4 condóminos, pelo que fica logo a abarrotar. Desta última vez ficou com sacos a transbordar, mais dois sacos no chão, ao lado. E duas caixas com garrafas (heineken, bléc). Não separam o lixo, e fazem dos restantes condóminos criados, como se tivéssemos obrigação de colocar os sacos deles e o caixote que encheram na rua. E, entretanto, tenho um saco lá em casa sem espaço onde o por. É isto. (já mandei mail aos restantes condóminos, a alertar que não admito isto, e que o proprietário os avise)

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